sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Fortaleza: a cidade dos contrastes

 



 


O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome divulgou os dados atualizados dos programas sociais. Fortaleza se destacou. Em janeiro de 2024, se tornou a terceira cidade em número de beneficiados pelo Programa Bolsa Família. São 347 mil núcleos familiares atendidos pela política. Isso não se deve somente ao tamanho da população. Os dados são claros e mostram o preocupante quadro de miséria vivido em nossa cidade. 


Na Era Roberto Cláudio e Sarto, a capital cearense conquistou a proeza de ser uma megalópole com o maior PIB do Nordeste e um número recorde de 16 bilionários. Ao mesmo tempo em que aprofundou as desigualdades estruturais, com 40% de sua população morando em assentamentos precários, alto índice de subnutrição infantil , 2/3 da população ganhando até 2 salários mínimos, baixo IDH e índices absurdos de violência (Relatório Fortaleza 2040). 


É uma cidade que vivencia um verdadeiro apartheid social. Um bolsão de miséria na periferia e um oásis de opulência na área que compreende a Regional II. A estratégia para enfrentar, minimamente, esse dilema se deu apenas no último ano de governo, com um orçamento que supera os 2 bilhões de reais e tem mais a finalidade eleitoral do que a preocupação concreta com os graves problemas que afligem a população. Precisamos inserir a inclusão social na agenda da Prefeitura de Fortaleza, do contrário, em menos de 10 anos, seremos a capital mais desigual do Brasil.


Acrisio Sena  é Historiador

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