domingo, 26 de julho de 2020

Leonardo Araújo e o MDB Fortalezense - Eleições 2020 em Fortaleza


O deputado estadual, Leonardo Araújo, é pré-candidato a prefeito de Fortaleza, no pleito eleitoral de 2020, pelo  diretório municipal do MDB. Leonardo Araújo compreende a necessidade da construção do palanque emedebista perante a classe média tradicional da capital cearense, assim como também nas classes populares. Há enorme vazio na disputa eleitoral desse ano entre os eleitores de perfil ideológico de centro, em Fortaleza. O MDB pode conquistar essa fatia não irrisória do eleitorado centrista.

O diretório municipal do MDB precisa esquecer o legado político-administrativo do ex-prefeito Juraci Magalhães (1990-2004), pois o mesmo, já não faz mais parte do imaginário popular do fortalezense. A atual administração pública da capital cearense, já absorveu as bandeiras das grandes obras, na área de mobilidade urbana e das reestruturações dos espaços públicos (Praças e Arenas). Interessante como qualquer menção ao legado do juracismo-emedebista cria um elo de ligação automático, com o atual legado administrativo do prefeito Roberto Cláudio (PDT). O MDB secção Fortaleza foi o principal parceiro político-administrativo das últimas três administrações públicas da prefeitura de Fortaleza.

O MDB foi muito importante na reeleição da prefeita Luizianne Lins (PT), como o maior partido, com tempo de televisão e rádio, na coligação governista. A chapa de candidatos a Câmara Municipal de Fortaleza  foi provavelmente a grande responsável pelos  votos necessários para a vitória, no primeiro turno do pleito eleitoral de 2008. Na campanha eleitoral de 2012, a direção municipal do MDB fez a indicação do companheiro de chapa majoritária do prefeito eleito, com a indicação do vice-prefeito eleito, o empresário Gaudêncio Lucena, e logo em seguida fez a indicação do presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, no biênio de 2013 e 2014, com o vereador Walter Cavalcante.

O senador e presidente do diretório estadual do MDB, Eunício Oliveira, saiu da base governista do governador Cid Gomes e do prefeito fortalezense, Roberto Cláudio, no pleito eleitoral de 2014, quando o mesmo foi candidato ao cargo de governador do Estado do Ceará. O MDB fortalezense entregou os cargos do primeiro e segundo escalões na gestão municipal, porém essa agremiação partidária não abriu uma oposição radical, muito pelo contrário, os recursos federais das emendas parlamentares da bancada emedebista no Congresso nunca deixaram de chegar aos cofres da prefeitura de Fortaleza, no ano de 2014 e no ano de 2015. A chegada do MDB a frente do Governo Federal no ano de 2016, não mudou o repasse em termo de recursos federais ao maior município do Ceará, pois foi mantido o fluxo de caixa ao prefeito Roberto Cláudio, em função da participação do senador Eunício Oliveira (MDB) nesse pacto de governabilidade republicano, nos anos de 2016, 2017 e 2018. Esse mesmo pacto ainda trouxe recurso federal aos projetos sociais da Prefeitura de Fortaleza, no decorre do ano de 2019.

O MDB saiu da frente do executivo da Prefeitura de Fortaleza, porém se tornou o principal aliado em qualquer frente partidária , sendo o principal partido com o tempo de televisão e rádio, como também a principal agremiação de liberação de recursos financeiros, em Brasília. O segundo mandato da prefeita Luizianne Lins (2009-2012) e o primeiro mandato do atual prefeito, Roberto Cláudio (2013-2016), sempre tiveram o apoio da bancada de vereadores emedebista, sempre contaram com o apoio dos deputados estaduais e deputados federais. Ressaltando que a coordenação desses parlamentares foi  feita pelo senador Eunício Oliveira.

No segundo mandato do prefeito Roberto Cláudio, nos seus três  primeiros anos (2017-2018 e 2019),  a sua gestão foi beneficiada na área econômica pela colaboração republicana  emedebista através do senador Eunício Oliveira ou pacto social emedebista, em nome da governabilidade fortalezense. 

O deputado estadual e pré-candidato a prefeito de Fortaleza pelo MDB,  Leonardo Araújo, tem  a árdua missão política pedagógica de explicar a opinião pública fortalezense, o papel do MDB fortalezense, como o principal aliado das três últimas administrações municipais, na área de liberação de recursos financeiros, para os principais projetos estruturais e os principais projetos sociais do maior município do Ceará. Leonardo Araújo precisou compreender o momento de criação da marca política emedebista fortalezense, como o principal partido na liberação de recursos financeiros de ordem do Governo Federal, para a população da cidade de Fortaleza. 

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político 

Fortaleza, 26 de Julho de 2020




sábado, 18 de julho de 2020

Qual o destino da dupla: Roberto Cláudio (PDT) e Moroni Torgan (DEM)? Eleições de 2020 em Fortaleza

Há exatamente  quatro anos se formou a chapa majoritária, para a prefeitura de Fortaleza, com os seguintes candidatos: Roberto Cláudio (Prefeito) e o Moroni Torgan (Vice-prefeito). O prefeito Roberto Cláudio (PDT) caminhava para a sua reeleição, no pleito eleitoral de 2016, e o deputado federal, Moroni Torgan (DEM), tinha recebido a maior votação (278 mil votos) no Ceará, para o seu quarto mandato a Câmara Federal, no pleito eleitoral de 2014. A coligação partidária entre o PDT e o Democrata saiu vitoriosa no pleito eleitoral de 2016, na capital cearense.

O ex-governador Cid Gomes (PDT) compreendeu o sentimento anti-petista e anti-cidista, nos dois turnos nas eleições de 2014 a nível estadual, no município de Fortaleza. A candidatura do MDB ao Governo Estadual, na época do senador, Eunício Oliveira, não venceu no Estado porem  teve 48% dos votos válidos em Fortaleza no primeiro turno, e no segundo turno teve 57 % dos votos, no pleito eleitoral de 2014, o que demonstrou seu crescimento  perante aos eleitores fortalezenses. Cid Gomes e o prefeito de Fortaleza, o médico Roberto Cláudio (PDT), não garantiram a maioria dos votos válidos, para a candidatura petista do Camilo Santana, com as seguintes votações: 38% no primeiro turno e 43% no segundo turno. 

O núcleo político-administrativo do ex-governador Cid Gomes (PDT), sempre soube que a vitória eleitoral do seu candidato, no pleito eleitoral municipal de Fortaleza, em 2012, foi resultado de um enorme sentimento anti-Luizianne Lins na classe média. Fato que gerou a vitória do Roberto Cláudio, para o mandato de 2013 até 2016 a prefeito de Fortaleza. A classe média fortalezense rejeitou a primeira candidatura ao Governo Estadual de Camilo Santana, no pleito eleitoral de 2014, num sentimento anti-petista, como tinha feito, com a candidatura de Elmano de Freitas, para o cargo de prefeito de Fortaleza, no pleito eleitoral de 2012. O sentimento anti-petista da classe média fortalezense foi percebido pelo ex-governador Cid Gomes (PDT), para o pleito eleitoral de 2016.

O prefeito Roberto Cláudio (PDT) foi para a sua reeleição (2016), com bons índices, na sua avaliação administrativa a frente da prefeitura de Fortaleza. Roberto Cláudio sempre foi rejeitado pela militância petista e por uma parte majoritária do eleitorado lulista da capital cearense, com isso era necessário uma interlocução, com o eleitorado de centro-direita e de extrema direita, no espectro ideológico de Fortaleza. O convite ao deputado federal, Moroni Torgan (DEM), para ser companheiro de chapa majoritária do prefeito de Fortaleza,  exerceu essa função de atrair os setores anti-petistas da classe média e o eleitorado extremamente conservador das periferias, no pleito eleitoral de 2016. 

A direção nacional do Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o ex-governador Ciro Gomes saíram em defesa da presidente Dilma Rousseff no processo de  impeachment movido pela Câmara Federal, no primeiro semestre de 2016. Esse apoio foi mantido no segundo semestre de 2016, quando o processo foi para o Senado, com o impedimento do mandato da presidente. O movimento pedetista-cirista colocou em colapso a estratégia da chapa majoritária fortalezense do PDT e do DEM, no pleito eleitoral de 2016, perante ao eleitorado de perfil conservador. A reeleição do prefeito Roberto Cláudio (PDT) somente foi possível, com o voto solidário do lulopetismo no segundo turno. A eleição do deputado federal Moroni Torgan (DEM) para o cargo de vice-prefeito de Fortaleza, no período de 2017 até 2020, foi de certa forma  o seu divórcio, com o eleitorado conservador fortalezense.


O prefeito de Fortaleza, o médico Roberto Cláudio, não deverá indicar o seu candidato a prefeito de Fortaleza, no pleito eleitoral desse ano, pela sigla partidária do PDT. Roberto Cláudio só tem a certeza de ser o candidato pedetista ao Governo Estadual, na sucessão estadual de 2022. O grupo robertista não tem cacife para fazer a indicação de duas candidaturas majoritárias, em detrimento das outras correntes cirista-cidistas nos pleitos eleitorais de 2020 e 2022. O vice-prefeito Moroni Torgan (DEM) poderá ser reconduzido à reeleição do seu atual cargo, no pleito eleitoral desse ano, em Fortaleza. 


O governador Camilo Santana (PT) transcendeu o sentimento anti-petista da classe média tradicional fortalezense, nas eleições de 2018. A chapa informal de Jair Bolsonaro para a presidência da República e de Camilo Santana para a sua reeleição ao cargo de chefe do executivo estadual, foi vitoriosa nos bairros tradicionais da classe média fortalezense, no primeiro turno do pleito eleitoral de 2018. Camilo Santana não é visto ou assimilado como petista ou mesmo cirista-cidista no espectro ideológico do eleitorado conservador da capital cearense. A pré-candidatura pedetista deverá ser menos robertista-cidista; e mais camilista. O bloco partidário PSB e PL deve ter um papel importante na consolidação do camilismo no eleitorado de Fortaleza, nesse ano. 

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político 

Fortaleza, 18 de Julho de 2020




segunda-feira, 13 de julho de 2020

Heitor Férrer e a Eleição de Fortaleza. Qual o seu papel?

O deputado estadual, Heitor Férrer (SD), deverá ser candidato a prefeito de Fortaleza pela quarta vez (2004-2012-2016 e 2020). Heitor Férrer procura construir o seu palanque político-eleitoral, com o eleitorado da classe média tradicional através do seu discurso de responsabilidade fiscal e responsabilidade social. O eleitorado de centro no espectro ideológico da capital cearense, tem uma história que oscila entre aproximação e distanciamento do parlamentar estadual do Solidariedade (SD), nos pleitos eleitorais. Heitor Férrer irá se converter ao paradigma liberal social, nas áreas econômicas e de políticas públicas. 

A longevidade da vida parlamentar do médico, Heitor Férrer, é algo espetacular por si só, sem nenhuma mácula no seu currículo de homem público. Heitor Férrer foi eleito (1988) e reeleito mais três vezes (1992-1996-2000) para o cargo de vereador de Fortaleza. O mesmo já está no quinto mandato de deputado estadual: 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018. São trinta um anos de vida parlamentar initerrupta, que é um marco histórico na política cearense. 

A primeira tentativa de ser candidato a prefeito de Fortaleza, foi no pleito eleitoral de 2004, com uma modesta votação no primeiro turno, com aproximadamente 4% dos votos válidos. Não houve nenhuma coligação na chapa majoritária do Heitor Férrer. Na segunda tentativa de chegar ao cargo de chefe do executivo da capital cearense, o Heitor Férrer fez a coligação majoritária, com o Cidadania 23 ou PPS, na qual foi terceiro colocado, com quase 21% dos votos válidos, no primeiro turno. O sentimento de mudança foi representado na candidatura pedetista a prefeito de Fortaleza, em 2012.

 A última tentativa de ser o chefe do executivo no Palácio do Bispo, foi no pleito de 2016, na ocasião o eleitorado fortalezense somente deu 7% dos votos válidos, na primeira fase da eleição municipal.Esse percentual tinha a característica de voto de perfil qualitativo de oposição. O Heitor Férrer ficou muito isolado da direção nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB), com isso não teve apoio na área econômica, como também fez uma coligação partidária  sem nenhum impacto eleitoral, com a Rede da ex-senadora Marina Silva. 

A direção estadual do Solidariedade (SD) vai ajudar a pré-candidatura do deputado estadual, Heitor Férrer, no pleito eleitoral de Fortaleza, nesse ano. Heitor Férrer deverá manter uma linha de conversa permanente com a direção municipal do Novo 30, na figura do dirigente e empresário, Célio Fernando, nos próximos dias. A coligação municipal entre o Solidariedade e o Novo 30 tem muita dificuldade de ser concretizar por causa da natureza de candidatura própria da sigla liberal (Novo 30) nos grandes centros urbanos. Heitor Férrer poderia abrir uma linha de conversação com a direção municipal de Fortaleza do Partido Verde, sem dúvida o pré-candidato e deputado federal, Célio Studart, não se furtaria de manter um diálogo permanente, com o pré-candidato do Solidariedade (SD). 


O deputado estadual, Heitor Férrer (SD), deveria conversar com o ex-senador Eunício Oliveira (MDB). A coligação partidária entre o MDB e o Solidariedade não é algo impossível, pelo contrário é algo plausível e muito interessante, em termos eleitorais para ambos. Eunício Oliveira  ainda tem influência nacional de atrair o PSDB e o DEM , para o palanque do deputado estadual, Heitor Férrer, para a prefeitura de Fortaleza. O grande estrategista e aliado do Heitor Férrer, é sem dúvida o deputado federal e presidente estadual do Solidariedade (SD), o empresário Genecias Noronha, no pleito eleitoral da capital cearense. Genecias Noronha é uma figura pública muito importante no presente e no futuro do deputado estadual Heitor Férrer.


Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político 

Fortaleza, 13 de Julho de 2020 




terça-feira, 7 de julho de 2020

Célio Studart e o Novo 30 - O Futuro do Liberalismo Ecológico

A pré-candidatura a prefeito de Fortaleza do deputado federal, Célio Studart, pelo o Partido Verde (PV), já é algo certo no cenário político-eleitoral de 2020. A desistência da pré-candidatura do Novo 30 do empresário, Geraldo Luciano, sem dúvida foi um grande desfalque perante o eleitorado liberal fortalezense, na sucessão do atual prefeito Roberto Cláudio (PDT). É momento de avaliar uma provável coligação partidária entre o Partido Verde e o Novo 30, com apoio dos setores liberais e ecológicos da classe média tradicional da capital cearense.

O fenômeno eleitoral do deputado federal, Célio Studart (PV), nunca foi compreendido no núcleo do condomínio político-administrativo do governador Camilo Santana (PT) e dos Ferreiras Gomes, e muito menos na frente partidária (PROS-PSC-PODE-Avante e Republicano) oposicionista fortalezense. A força política do celismo-neoecológico é fruto da defesa midiática e com ação concreta, em defesa dos direitos dos animais. Na Europa esse novo movimento social neoecológico é o responsável pelo ressurgimento dos Partidos Verdes na Alemanha e na França, em detrimento ao crescimento da Extrema-direita. O neoecologismo é por natureza um movimento horizontal via as redes sociais, com o seu próprio dinamismo  sendo absorvido na classe média alta fortalezense.


A agremiação partidária, o Novo 30, tem toda as condições para atrair ainda nesse pleito eleitoral de 2020, em Fortaleza, o eleitorado liberal. O Novo 30 tem o desejo de ,ainda no primeiro turno da sucessão municipal de Fortaleza, ter a sua candidatura própria a prefeito da capital cearense. Os eleitores liberais sociais livres da influência do bolsonarismo, irão migrar para  o Novo 30, nas eleições municipais desse ano. A direção estadual do Novo 30 tem três opções viáveis eleitoralmente: a candidatura própria; o apoio ao Heitor Férrer (SD) ou o apoio ao Célio Studart (PV). Na minha avaliação política-eleitoral são estes alguns dos prováveis cenários após a desistência do candidato natural do Novo 30. 

A onda verde e a onda liberal vão acontecer nesse pleito eleitoral de Fortaleza. Essas duas ondas separadas serão movimentos pequenos no mar do eleitorado fortalezense, já unidas, sem dúvida, irão se tornar uma onda de forte impacto político-midiático nos setores organizados da sociedade civil. Configurando o nascimento da segunda via eleitoral na sucessão municipal de Fortaleza. É movimento muito sofisticado de compreensão limitada para a executiva municipal do Partido Verde, porém já não é movimento difícil de compreensão na executiva estadual do Novo 30, na figura do seu coordenador, o empresário Célio Fernando, sendo o único problema o calendário eleitoral.

O governador Camilo Santana (PT) tentará atrair o eleitorado liberal fortalezense, para o seu candidato a prefeito de Fortaleza. Camilo Santana deverá encontrar um interlocutor para esse desafio político-eleitoral, sem dúvida será o presidente estadual do Cidadania 23, o empresário Alexandre Pereira, como provável peça chave na chapa majoritária governista a sucessão do prefeito Roberto Cláudio (PDT). O pré-candidato do PROS, o deputado federal Capitão Wagner, somente precisa torcer para que não haja união do PV e do Novo 30. Capitão Wagner tem a tendência natural de atrair o eleitorado liberal, caso a sua postulação a prefeito de Fortaleza tenha discussão ideológica de centro ou centrista. Os eleitores neoecológicos vão ficar dispersos no segundo turno do pleito eleitoral de Fortaleza.

O futuro da pré-candidatura do deputado estadual, Heitor Férrer, por sua agremiação partidária (Solidariedade), é ainda uma incógnita política-eleitoral. No meu próximo texto deverei fazer uma análise mais aprofundada sobre Heitor Férrer e os dilemas no pleito eleitoral de 2020, em Fortaleza. Heitor Férrer é a chave principal para vitória das forças oposicionistas perante o bloco governista do Camilo Santana e do Cid Gome, no primeiro turno das eleições de 2020, na capital cearense.

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político 
Fortaleza, 07 de Julho de 2020






segunda-feira, 6 de julho de 2020

A Candidatura Anti-Bolsonarista em Fortaleza? Renato Roseno (PSOL) ou Anízio Melo (PC do B) ou Luizianne Lins (PT)

A frente ampla dos partidos de esquerdas ou progressistas (PT-PSOL-PSB-PC do B-REDE e PDT) deverá ter várias pré-candidaturas a prefeito de Fortaleza, nesse período pré-eleitoral. O deputado estadual, Renato Roseno, deverá ser a indicação óbvia do PSOL a sucessão do prefeito Roberto Cláudio (PDT). O sindicalista e professor, Anízio Melo, é o pré-candidato do PC do B ao cargo de chefe do executivo da capital cearense. A deputada federal, Luizianne Lins, é a pré-candidata a prefeita de Fortaleza, em nome do ex-presidente Lula pelo Partido dos Trabalhadores. A fragmentação das forças políticas antibolsonaristas no pleito eleitoral de Fortaleza, sem dúvida ajuda o fortalecimento da pré-candidatura liberal-conservadora, Capitão Wagner (PROS), no pleito eleitoral de 2020, em Fortaleza.

O eleitorado antibolsonarista fortalezense tem duas vertentes principais. A primeira vertente é o cidadão-eleitor progressista pró-Ciro Gomes ou pró-Lula-Haddad,no pleito eleitoral presidencial de 2018. A segunda vertente é o cidadão eleitor liberal-conservador que foi antilulista, nas última eleição para presidente; e agora é antibolsonarista por causa dos erros administrativos no combate ao Covid-19. O perfil do cidadão-eleitor antibolsonarista: com nível superior completo, na maioria do sexo feminino; com a renda econômica entre cinco e dez salários mínimos. Estes eleitores em sua grande maioria são moradores dos bairros nobres de Fortaleza.

A pré-candidatura do Renato Roseno (PSOL) tem grande chance de repetir a boa votação do pleito eleitoral de 2012, em Fortaleza. Renato Roseno teve 12% dos votos válidos no primeiro turno, na eleição municipal de Fortaleza, com isso há recall. O pré-candidato psolista é a preferência óbvia de um eleitorado jovem (16 anos até 34 anos) que é antibolsonarista, como também é ecologista, com visão contrária às políticas neoliberais do Governo Federal e do Governo Estadual. Os movimentos horizontais na sociedade de perspectiva social-ambiental poderão apoiar a pré-candidatura a prefeito do Renato Roseno.


O PC do B vai lançar várias candidaturas ao cargo executivo (prefeito) nos grandes municípios brasileiros. A pré-candidatura comunista do professor Anízio Melo deverá ser o embrião do Movimento 65, no pleito eleitoral de Fortaleza, para o lançamento da candidatura presidencial do governador maranhense, Flávio Dino (PC do B), no pleito eleitoral nacional de 2022. Anízio Melo tem noção do seu papel de coadjuvante na sucessão do prefeito Roberto Cláudio (PDT), como tentativa de aumentar a perspectiva de votos de legenda no PC do B na chapa proporcional (vereador), para pode eleger dois representantes na Câmara Municipal de Fortaleza. O PC do B ocupa vários cargos de confiança no Governo Estadual e Prefeitura de Fortaleza.


A deputada federal, Luizianne Lins, deverá ser a candidata a prefeita de Fortaleza, no pleito eleitoral desse ano. Luizianne Lins cumpriu todo o processo interno do diretório municipal do Partido dos Trabalhadores de Fortaleza, para ser a postulante do lulopetista fortalezense. O governador Camilo Santana (PT) não deverá ser o padrinho da pré-candidatura da ex-prefeita (2005-2012) de Fortaleza, pois deverá lançar uma candidatura a sucessão do prefeito Roberto Cláudio (PDT), com o apoio do grupo político-eleitoral do senador Cid Gomes (PDT). Luizianne Lins procura construir ponte de entendimento, com a corrente psolista do ex-vereador, João Alfredo, para uma perspectiva de aliança do PT e do PSOL. 


O governador Camilo Santana e o senador Cid Gomes vão construir uma coligação partidária de centro-esquerda (PSB-PDT-REDE) com apoio de partidos de centro-direita (PL-PP), para pré-candidatura a prefeito de Fortaleza. O diretório estadual do PSD e o diretório estadual do PTB vão seguir a orientação dos seus respectivos diretórios nacionais, em relação ao apoio eleitoral, no maior município cearense. Camilo Santana deverá conversar com o diretório estadual do PRTB e do diretório estadual do Patriota, para mantê-los na sua provável coligação partidária, no pleito eleitoral de Fortaleza. O futuro da pré-candidatura do ex-secretário municipal de Turismo, o empresário Alexandre Pereira (Cidadania), para prefeito de Fortaleza, somente vai depender do aval do condomínio político-administrativo do governador Camilo Santana (PT).

O candidato a prefeito de Fortaleza do bloco partidário de centro-direita ou liberal-conservador (PROS-PODE-PSC-Avante e Republicano), o deputado federal Capitão Wagner (PROS), não deverá ser pró-Jair Bolsonaro pois o próprio presidente não vai apoiar nenhum palanque, na capital cearense. O diretório estadual do PSL vai apoiar o candidato a prefeito de Fortaleza do pólo oposicionista. O diretório estadual do MDB e o diretório estadual do PSDB têm grandes possibilidades de apoiarem o deputado federal, Capitão Wagner (PROS), no primeiro turno do pleito eleitoral de Fortaleza. O Democrata (DEM) ainda tem esperança na recondução do atual vice-prefeito de Fortaleza, o ex-deputado federal Moroni Torgan, como companheiro de chapa majoritária do bloco governista. A não recondução de Moroni Torgan como candidato a reeleição a vice-prefeito, com certeza coloca o DEM ao lado do Capitão Wagner (PROS). O meu próximo artigo será sobre a campanha do pré-candidato do Partido Verde, o deputado federal Célio Studart, e do futuro da agremiação o Novo, na sucessão municipal de Fortaleza.

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político 

Fortaleza, 06 de Julho de 2020



domingo, 5 de julho de 2020

Ciro Gomes e a Eleição de Fortaleza - Cadê o anti-Capitão Wagner?

O ex-governador, Ciro Gomes (PDT), tem feito uma cruzada cívica nos últimos dezoito meses contra o presidente da República, Jair Bolsonaro, assim como também tem feito contra o seu ex-aliado político e ex-presidente, Lula, nas redes sociais e nos fóruns da sociedade civil. Ciro Gomes procura fazer o discurso da necessidade da reestruturação do campo democrático da política brasileira. O líder trabalhista é o defensor da renovação política-administrativa na esfera federal, porém, o seu discurso será de manutenção política-administrativa do seu partido à frente da Prefeitura de Fortaleza, no pleito eleitoral de 2020.

O cirismo-cidista tem essa duplicidade de discurso ideológico, em função dos seus âmbitos de atuação político-administrativo-eleitoral: Brasil e Ceará. O pedetista Ciro Gomes tem dois públicos específicos e bem distintos, pois, o seu discurso aos brasileiros não cearenses, é todo voltado para a necessidade da renovação institucional, todavia, há mudança de discurso  direcionado aos  cearenses, pois  para esses é sempre enfatizada a manutenção da atual política institucional. O público cirista fortalezense é por natureza conservador no posicionamento de defesa do continuísmo da atual administração municipal.

O fim da aliança entre o PDT e o PT já é realidade a nível nacional, contudo, ainda será um divórcio amigável no pleito eleitoral de Fortaleza em 2020. O governador Camilo Santana (PT) vai tentar manter a aliança política-administrativa com o senador Cid Gomes (PDT), nos municípios cearenses, em função das eleições. Camilo Santana não deverá apoiar a candidatura petista para a prefeitura de Fortaleza, mas sim a manutenção da aliança política-administrativa ao grupo cirista-cirista, porém, isso não é aval para uma candidatura conjunta oriunda dos quadros do Partido Democrático Trabalhista (PDT). 

O ex-presidente Lula fracassou na tentativa de persuadir o ex-prefeito, Fernando Haddad, como candidato petista na cidade de São Paulo. Lula saiu do processo da escolha do candidato do seu partido à prefeitura de São Paulo, bem menor do que quando entrou. O ex-governador Ciro Gomes deve deixar o senador Cid Gomes à frente da negociação do candidato governista, na sucessão do atual prefeito de Fortaleza. Ciro Gomes não pode comenter o erro político-administrativo do ex-presidente Lula, como líder nacional sem força eleitoral no seu recanto regional.

O deputado federal, Capitão Wagner (PROS), ainda não tem uma candidatura rival competitiva  que ameace  o seu favoritismo como próximo prefeito de Fortaleza, no pleito eleitoral de 2020. Capitão Wagner sabe que uma candidatura pedetista é o seu melhor oponente no cenário eleitoral, pois somente uma candidatura fortalezense camilista não petista (PSB / PL), seria  ameaça à sua vitória, para o cargo de prefeito de Fortaleza. O governador Camilo Santana é a única liderança governista, com enorme capital político entre os eleitores fortalezenses. Isso é fato!

O diretório municipal de Fortaleza do Partido dos Trabalhadores não compreendeu a dimensão política-eleitoral do governador, Camilo Santana, entre os eleitores fortalezenses, com isso poderá ter uma votação bem menor do que da última eleição (2016), na capital cearense. A única voz sensata petista fortalezense é do deputado estadual, Acrisio Senna. 


A direção estadual do Partido Democrático Trabalhista não pode apostar num processo de candidatura própria à prefeitura de Fortaleza, sem o aval do governador Camilo Santana, pois o camilismo é maior do que o cirismo-cidista, na política cearense. Camilo Santana tem quadros competentes para uma candidatura a prefeito de Fortaleza, nos seguintes partidos: Partido Liberal (PL) e Partido Socialista Brasileiro (PSB). Nos próximos dias vou fazer uma série de artigos sobre os seguintes candidatos a prefeito de Fortaleza: Célio Studart (PV), Anízio Melo (PC do B), Renato Roseno (PSOL), Luizianne Lins (PT) e outros.

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político 

Fortaleza, 05 de Julho de 2020