terça-feira, 23 de abril de 2019

Tasso Jereissati e o Pós-Tassismo

O senador Tasso Jereissati (PSDB) tem noção da necessidade de reaproximação, com o ex-governador Ciro Gomes (PDT), assim como também com o senador Cid Gomes (PDT), na esfera estadual e política-administrativa. Tasso Jereissati vai centralizar a sua aliança regional nos irmãos Ferreira Gomes, em detrimento de sua permanência no grupo político do governador paulista, João Doria (PSDB), e da provável fusão do PSDB e do Democratas, numa nova agremiação partidária de cunho ideológico Social-Liberal.

O modelo político-administrativo do governador petista, Camilo Santana, tem muita semelhança na área econômica, com o período tassista (1987-2006), no que se refere a redução dos gastos públicos, em relação aos servidores públicos, assim como o controle das finanças públicas, para superávit orçamentário, em detrimento dos gastos nas áreas sociais. O senador Tasso Jereissati tem a  compreensão de que não deverá ser a principal liderança política das oposições, nas próximas eleições majoritárias: Fortaleza (2020) e Ceará (2022). O condomínio político-administrativo sob a liderança do senador Cid Gomes (PDT), sem dúvida deverá absorver o ex-governador Tasso Jereissati. Os bolsonaristas cearenses não têm nenhum interesse numa aliança, com o tassismo. 

O diretório estadual do PSDB deverá passar por novo processo de realinhamento no seu diretório nacional. O tucanado cearense vai refazer a sua relação, com o governador João Doria (SP), em detrimento de qualquer aliança branca, com o governador Camilo Santana (PT) e com o senador Cid Gomes (PDT). O senador Tasso Jereissati deverá trabalhar na perspectiva de ser integrado ao novo quadro do Partido Socialista Brasileiro (PSB) secção Ceará. O tassismo irá se diluir no cirismo-cidista nos próximos dias.

Constatamos que é do interesse do pedetista, Ciro Gomes, a substituição do Partido dos Trabalhadores como o principal parceiro político-eleitoral do Partido Democrático Trabalhista, na política cearense. O PSB com o senador Tasso Jereissati por si só garantiria a manutenção da hegemonia política dos irmãos Ferreira Gomes, no espectro administrativo estadual, nos próximos anos. A reeleição do senador Tasso Jereissati ao Congresso Alto (Senado), depende muito do ex-governador Ciro Gomes (PDT), assim como o futuro da hegemonia dos irmãos Ferreira Gomes, é dependente do pós-tassismo. 

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa sociólogo e consultor político 

Fortaleza, 23 de Abril de 2019



quinta-feira, 18 de abril de 2019

Roberto Cláudio e o Perigo do Vazio Político

O prefeito de Fortaleza, o médico Roberto Cláudio (PDT), ainda não compreendeu o risco político-administrativo do vazio político do final do seu atual mandato (2017-2020). Roberto Cláudio é o segundo prefeito eleito do grupo do senador Cid Gomes, na capital cearense, pois a primeira foi a ex-prefeita e hoje deputada federal petista, Luzianne Lins (2009-2012). Então já temos quase doze anos de condomínio político-administrativo do PT e do PDT, em Fortaleza.

O modelo administrativo petista e o modelo administrativo pedetista de gerenciamento das políticas públicas do município de Fortaleza têm as suas diferenças. O lulopetismo sempre investiu mais na área social. O robertismo-cidista sempre manteve viés de gerenciamento público de impacto na área de infraestrutura. É preciso sinalizar que setores petistas são parceiros da atual administração pedetista. O diretório municipal (Fortaleza) do Partido dos Trabalhadores somente mantém papel de oposição ao prefeito Roberto Cláudio (PDT), porém é a favor da aliança entre o governador Camilo Santana (PT) e o grupo do ex-governador Ciro Gomes (PDT), no Governo do Estado do Ceará.

Os setores organizados, da classe média fortalezense, sempre foram os grandes fiadores das eleições do prefeito Roberto Cláudio (PDT). Na primeira eleição no pleito eleitoral de 2012,  o eleitor da classe média tradicional, com renda acima de cinco salários mínimos e com o nível de educação superior, não votaria no continuísmo da gestão petista. O grupo vencedor era apenas dissidente temporário do grupo perdedor. A segunda eleição do atual chefe do executivo municipal, é também fruto do apoio da classe média tradicional que não confiava no discurso político-administrativo do candidato e atual deputado federal, Capitão Wagner (PROS), no segundo turno do pleito eleitoral de 2016. 

O maior adversário do prefeito Roberto Cláudio (PDT) é a falta de impacto de suas obras de infraestrutura nos setores organizados da sociedade fortalezense. Os viadutos e as avenidas, assim como as praças e as areninhas, já foram absorvidas no cotidiano do cidadão-eleitor da capital cearense. O sentimento da classe média tradicional sobre a parceria administrativa-política entre o PT e o PDT a nível estadual, já não tem o mesmo impacto positivo, na administração municipal de Fortaleza, em função de uma falsa disputa de retórica. A candidatura pedetista contra candidatura petista na sucessão do prefeito Roberto Cláudio, não terá eco político-eleitoral, nos setores organizados da sociedade fortalezense, pois a união das duas agremiações partidárias citadas, é muito forte, assim como existe  relação  harmoniosa a nível de Governo do Estado do Ceará. O prefeito Roberto Cláudio (PDT) deve estar atento ao fato de que pode ser vítima do desgaste de doze anos de administração municipal, do mesmo grupo que vai fazer treze anos (2007-2019) na administração estadual.

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa sociólogo e consultor político 

Fortaleza, 15 de Abril de 2019

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa