quinta-feira, 13 de junho de 2019

O Movimento Conservador Cívico Cearense e o Partido Social Liberal - A Sucessão Municipal de Fortaleza - Parte 01

O deputado federal, Heitor Freire, e o deputado estadual, André Fernandes, vão trabalhar com a perspectiva de candidatura própria do Partido Social Liberal, no pleito eleitoral da maior cidade cearense, no próximo ano. A união das oposições partidárias somente vai acontecer durante o segundo turno. Eu não acredito no esfacelamento do Movimento Conservador Cívico Cearense (MCCC) entre a postulação da coligação PROS-PODE e a postulação do PSL, na sucessão municipal do prefeito Roberto Cláudio (PDT).

O Movimento Conservador Cívico Cearense (MCCC) nasceu durante o segundo turno do pleito eleitoral municipal de Fortaleza, no ano de 2004, em torno do ex-deputado federal e atual vice-prefeito da capital cearense, Moroni Torgan, em função do seu forte discurso de combate à corrupção e a violência urbana, com certo moralismo cristão nas peças publicitárias do candidato demista. Moroni Torgan recebeu o apoiou do MCCC na sua postulação ao Senado, no pleito eleitoral de 2006. Observem que a cada término de pleito eleitoral o MCCC deixava de existir como força política. O movimento por natureza é horizontal, como também espontâneo, representando a união de conservadores a uma candidatura majoritária. 

As manifestações nas ruas de 2013 e de 2015 foram fundamentais para a solidificação do Movimento Conservador Cívico Cearense como uma enorme massa conectada através das redes sociais. Agora não seria mais em torno de Moroni Torgan, pois começavam a apoiar a candidatura do vereador na época, Capitão Wagner (PR), que se elegeu deputado estadual nas eleições de 2014. Capitão Wagner, diferente de Moroni Torgan, formou grupo político com representantes nas casas legislativas (Congresso, Assembleia e Câmara Municipal). A cada término de período eleitoral o MCCC se desfaz como força política atuante. O movimento é anti-Ferreira Gomes por natureza política-eleitoral. 

Os vários grupos bolsonaristas fazem parte do Movimento Conservador Cívico Cearense (MCCC), porém não são a sua força motriz, pois esse movimento não tem núcleo de organização, deste modo se desfaz a cada manifestação ou pleito eleitoral. O Partido Social Liberal secção cearense talvez não compreenda a essência do movimento conservador local que é mais antigo do que o bolsonarismo cearense. Os membros moderados do Movimento Conservador Cívico Cearense já começaram um movimento lento mas gradual de agrupamento em torno do mandato do senador, Luis Eduardo Girão (PODE), em função dos seguintes temas: a defesa da Família, luta contra o aborto,  discussão do suicídio e a cultura da paz. Na segunda parte desse artigo irei falar sobre o apoio do MCCC a provável coligação partidária do PROS (Capitão Wagner) com o PODE (Luis Eduardo Girão). 

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa sociólogo e consultor político

Fortaleza, 13 de Junho de 2019




quarta-feira, 5 de junho de 2019

Ciro Gomes é inimigo ou adversário do Lulopetismo? Não é mais aliado!

O ex-governador Ciro Gomes (PDT) decidiu ocupar o espaço político do anti-lulismo no imaginário popular. O presidente Jair Bolsonaro (PSL) dedica a maior parte da sua ação política midiática,  simplesmente em atacar o bloco do centrão, com isso o discurso antipetista, já está em segundo plano, na sua própria retórica. Ciro Gomes teve a sensibilidade de compreender o imenso vazio deixado pelo principal inimigo do Partido dos Trabalhadores e do ex-presidente Lula. 

O bolsonarismo-olavista simplesmente esqueceu o seu antigo adversário de retórica, no caso específico o lulopetismo. O novo discurso do Movimento Cívico Conservador Brasileiro (Bolsonarismo) é a desqualificação do presidencialismo de coalizão, na figura do blocão partidário fisiológico do Congresso (Câmara / Senado): PSD-PP-PL (PR)-DEM-SD e PTB. Ciro Gomes, não pensou duas vezes, para se tornar o principal político brasileiro a fazer críticas ao ex-presidente Lula, com a ausência do presidente Jair Bolsonaro, nesse campo político do antipetismo. 

O ex-presidente Lula está com bastante disposição de construir um novo pólo democrático anti-Jair Bolsonaro, na área política-partidária: PT-PSB-PC do B-PDT e os dissidentes tucanos. Lula começa  a redefinir onde a sua agremiação partidária vai apoiar o aliado mais competitivo, nas cidades brasileiras acima de quinhentos mil habitantes, nas eleições municipais de 2020. O cearense Ciro Gomes não tem o mesmo capital político-eleitoral do ex-aliado petista.

O provável presidenciável Ciro Gomes não deverá permanecer no atual pólo democrático, como grupo não hegemônico ou num papel secundário. O petismo tentará atrair os pedetistas nordestinos, com exceção de Pernambuco e Ceará, para os seus palanques regionais. Os pedetistas sulistas (Sul-Sudeste) são por natureza conservadores ou trabalhismo pró-mercado ao estilo do Novo (Partido). Ciro Gomes tentará mudar para algum partido fora de qualquer influência do ex-presidente Lula. Há as seguintes opções partidárias de centro ideológico que não são lulistas: Cidadania (PPS), Podemos e Partido Verde.

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa sociólogo e consultor político 

Fortaleza, 05 de Junho de 2019