terça-feira, 29 de setembro de 2015

Artigo no Portal Ceará Em Off: Michel Temer e o Lulismo sem Lula – O PMDB e o discurso Anti-Dilma em São Paulo



O meu artigo no Portal de Notícia Ceará em Off. Domingo, 27 de setembro de 2015. Titulo: Michel Temer e o Lulismo sem Lula – O PMDB e o discurso Anti-Dilma em São Paulo.


O vice-presidente Michel Temer (PMDB) começa a adotar uma estratégia política-eleitoral no Estado de São de Paulo, onde o Partido Movimento Democrático Brasileiro, já deverá ser oposicionista ao prefeito da capital, Fernando Haddad (PT), e à presidente Dilma Rousseff (PT). Michel Temer faz mudança do discurso ao nível nacional, com a defesa momentânea da aliança partidária-institucional, em relação ao Planalto.
O dualismo dos atos políticos, do presidente nacional licenciado do PMDB, Michel Temer, não chega a ser considerado contraditório em relação a presidente Dilma Rousseff e ao Partido dos Trabalhadores. O PMDB tem interesse de enfraquecer o Planalto nas próximas votações no Congresso (Senado|Câmara), para ocupar o número máximo de cargos na Esplanada dos Ministérios. Existe por outro lado o interesse de ser uma agremiação partidária oposicionista que represente o cidadão-eleitor no maior estado do Brasil.
O PMDB não tem interesse de permanecer na aliança política-eleitoral, com a presidente Dilma Rousseff (PT), mas não deixará os seus cargos públicos no Governo Federal. O PMDB procura ser o principal instrumento do processo pós-lulismo, dentro da base aliada do Planalto, por isso utiliza o presidente do Senado e o presidente da Câmara para esvaziar o poder real da chefe do executivo. O PMDB não tem outra direção a não ser este novo discurso partidário de distanciamento lento e gradual do legado negativo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com isso não irá reeditar a aliança nacional do PMDB e do PT, no futuro pleito eleitoral presidencial.
O vice-presidente Michel Temer não deseja tornar o PMDB apenas o futuro sócio minoritário de um eventual acordo político-eleitoral, com o Partido Social Democrático Brasileiro após o fim da Era Lula-Dilma-PT. Michel Temer tentará ser a principal liderança do que resta do capital social do lulismo sem Lula-Dilma, no final dessa atual gestão pública do Palácio do Planalto.
O pós-lulismo peemedebista vai implodir a liderança da presidente Dilma Rousseff nos próximos dias, por outro lado vai adotar um discurso oposicionista em relação à pré-candidatura presidencial do presidente de honra do Partido dos Trabalhadores, Luiz Inácio Lula da Silva, já nas principais cidades brasileiras, visando às eleições municipais de 2016.
                                         Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político.



Artigo no Portal Ceará Em Off - O Ex-presidente Lula se desmancha nas Redes Sociais



O meu artigo no portal de notícia Ceará em Off. Sábado, 26 de setembro de 2015. Titulo: O Ex-presidente Lula se desmancha nas Redes Sociais.


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sempre teve uma enorme força na opinião pública, ao ponto de enfrentar os meios de comunicação tradicionais: televisão, rádio e jornal. O lulismo virtual era muito forte nas redes sociais: Facebook, Twitter e blogs alternativos. O cenário político atual começa a destruir o mito do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no debate público da investigação do Lava Jato.
No pleito eleitoral de 2006, o maior adversário à reeleição do presidente (Lula) na época, não foi a frente oposicionista liderada pelo Partido Social Democrático Brasileiro, com a candidatura do atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin; mas sim os grandes veículos de comunicação que fizeram uma excelente cobertura jornalística em relação ao Mensalão e os Aloprados. O crescimento econômico daquele período foi o grande responsável pela reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006 | 2007-2010).
O cidadão-eleitor sempre acompanhou as crises de corrupção na Era Lulista, mas havia uma bonança no campo econômico e social, que impulsionou a eleição da presidente Dilma Rousseff no pleito eleitoral de 2010. A nova classe média e os setores sociais que saíram da linha da pobreza foram os responsáveis pela defesa do condomínio político administrativo lulista-dilmista (2003-2014), nas redes sociais através dos dados positivos que eram produzidos nos veículos de comunicação do Palácio do Planalto. O lulismo virtual ainda venceu o debate público no pleito eleitoral de 2014, que foi responsável pela reeleição da presidente Dilma Rousseff.
A presidente Dilma Rousseff (PT) hoje não tem o apoio dos fieis militantes virtuais do lulismo, por isso o ultimo bastião de resistência nas redes sociais era o mito do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como o pai dos pobres. A nova classe média brasileira decepcionada passou a endossar os novos movimentos virtuais anti-Lula-Dilma-PT, assim como, os setores sociais mais pobres que perderam a rede de proteção social do Governo Federal, em função dos cortes econômicos nas políticas distributivas de renda: Bolsa Família, Pronatec e Fies.
Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político.



Sociólogo prevê fim da polarização PT/PSDB. Seria a vez de Ciro Gomes agora?

O meu artigo no Blog do Eliomar de Lima - Jornal OPOVO, 16 de Setembro de 2016. Titulo: Sociólogo prevê fim da polarização PT/PSDB. Seria a vez de Ciro Gomes agora?


Com o título “A Crise Política Nacional e o Fim da Polarização PSDB-PT”, eis artigo de Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político. Ele analisa as perspectivas de Ciro Gomes no cenário da sucessão presidencial. O ex-ministro filia-se, nesta tarde de quarta-feira, em Brasília, ao PDT, de olho no olimpo federal. Confira:
A sociologia política nos ensina que a história política de toda sociedade é a história da sua organização produtiva mediada pelos conflitos de interesses e pelas contradições daí resultantes. A sua lógica de desenvolvimento e os condicionantes dos seus avanços ou recuos são determinados pelo nível de equilíbrio de forças dos diferentes agentes em ação. Nos períodos de crises, momento onde os conflitos sociais se aguçam, há quase sempre reacomodações ou mudanças no comando político da nação. O grau de radicalidade das mudanças será determinado, portanto, pelo grau de antagonismo dos agentes em conflitos
.
No Brasil, nos últimos 21 anos, temos vivenciado uma intensa polarização nas disputas presidenciais entre o PSDB e o PT. A hegemonia do PSDB durou 8 anos, veio na carona do sucesso do Plano Real do governo Itamar Franco e foi substituído pelo PT, quando os seus pressupostos macroeconômicos fracassaram e a economia brasileira entrou em crise. O crescimento da economia e os avanços sociais, por sua vez, garantiram as sucessivas vitórias dos candidatos petistas.

Durante essas duas décadas, algumas candidaturas alternativas ousaram quebrar essa polarização, mas as condições históricas, aliadas aos interesses da grande mídia nacional inviabilizaram o sucesso de uma terceira via.
Hoje, a conjuntura sócio-política que favoreceu a ascensão do PT mudou radicalmente. Um conjunto de fatores, como o agravamento da crise brasileira, provocada pela recessão e pelo crescimento do desemprego; a percepção dos eleitores de Dilma de que foram vítimas de um grande estelionato eleitoral; a descoberta de uma ampla rede de corrupção envolvendo figuras proeminentes do governo, do partido petista e de membros graúdos da base aliada – PMDB-PP – e, principalmente, pela certeza da exaustão do projeto lulopetista, criaram as condições objetivas e subjetivas para uma inflexão nesse anacrônico quadro de disputa maniqueísta e a ampliação do espaço para o surgimento de novas candidaturas, longe do espectro PSDB-PT.
No cenário nacional, há uma notória escassez de quadros políticos capazes de empolgar o eleitor neste momento de grave crise. O PSDB conta com os nomes carimbados do José Serra, Geraldo Alkimin e Aécio Neves, estigmatizados pelas propostas neoliberais e por representar, no imaginário político do brasileiro, a volta do falido modelo FHC.
O PT, por sua vez, conta somente com a figura carismática do Lula, porém, fortemente abalada pelos sucessivos escândalos de corrupção. O Ministério Público Federal e a Justiça Federal investigam, com grande repercussão na mídia, as graves acusações do empresário Léo Pinheiro, dono da OAS, feitas ao Lula. Também há indícios de que o Lula teria usado sua influência sobre o BNDES e no BNB para favorecer a Odebrecht, o falido empresário Eike Batista e o amigo Walter Faria, dono da Cervejaria Itaipava. As suspeitas de enriquecimento ilícito do Lulinha também contribuem para desgastar a imagem do ex-presidente. Esses fatos, que correm no universo da Lava Jato, podem evoluir e inviabilizar, definitivamente, a sua possível candidatura à Presidência da República.
Restam ainda os nomes de Ronaldo Caiado (DEM), Jair Bolsonaro (PP), Eduardo Paes (PMDB), Marina Silva e a do cearense Ciro Gomes. Ronaldo Caiado e Jair Bolsonaro, com os seus discursos conservadores e com bandeiras pouco convincentes, tendem a disputar um nicho de eleitorado não muito expressivo. Eduardo Paes do PMDB, prefeito do Rio de janeiro, não tem boa avaliação como gestor municipal e é ainda um nome desconhecido dos brasileiros. Marina, por sua vez, tem uma candidatura que classificaria como natimorta. As suas históricas indefinições ou ambiguidades de posições em relação ao governo petista e a sua ausência nos debates que discutem a crise que se intensificou desde o início do segundo governo Dilma têm esvaziado o seu espaço numa disputa sucessória.
Resta o cearense Ciro Gomes. Com um invejável curriculum político, Ciro tem longa experiência no executivo e no legislativo. Foi deputado estadual, federal, ministro da Fazenda no governo Itamar Franco e ministro da Integração Nacional, no Governo Lula. Como prefeito de Fortaleza(1989-90) e como governador do Ceará (1991-94), Ciro foi otimamente avaliado pelo eleitor.
Figura carismática, político determinado, conhecido pela agudeza da sua inteligência e dono de um discurso “rápido e redondo”, Ciro Gomes é conhecido ainda por ser um político polêmico e por não fugir ao debate. Duas vezes candidato à Presidência da República (1998 \ 2002) e dono de um grande recall político, Ciro Gomes acaba de entrar no PDT. Partido de tamanho médio, em crescimento, com grande tradição de lutas e com uma enorme capilaridade nacional, o PDT tem potencial para construir um grande arco de aliança e viabilizar uma candidatura competitiva.
Neste momento de crise, de implosão das condições que permitiram a polarização política nos últimos 21 anos, acredito que Ciro Gomes tem tudo para ser não mais a terceira via, mas a alternativa contra o fim da polarização PT – PSDB.
*Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, Sociólogo e consultor político.