O governador Camilo Santana
construiu a maior base governista dos últimos trinta anos da história
política-eleitoral do estado do Ceará. A frente de aliados do chefe do
executivo estadual pode ser comparada a um ônibus, por isso vou nomear de governo-ônibus. O motorista é o
governador Camilo Santana (PT) e as primeiras fileiras são ocupadas pelos
aliados de primeira ordem ou hora, no caso mais específico o grupo dos irmãos
Ferreira Gomes (Ciro-Cid), as fileiras no meio do transporte, são ocupadas
pelos partidos aliados (PT-PDT-PP e outros), nas fileiras finais estão os
neoaliados: Eunicio Oliveira (PMDB), Genecias Noronha (SD), Gorete Pereira (PR)
e Domingos Neto (PSD).
O ex-governador e atual senador
cearense, o empresário Tasso Jereissati (PSDB), já esteve à frente do comando
do Estado do Ceará, por três vezes, com outros governadores eleitos, por seu
grupo político. Tasso Jereissati sempre teve forte oposição ao seu grupo
político. O anti-tassismo tinha duas frentes específicas: anti-tassismo de
direita (PMDB-DEM) e o anti-tassismo de esquerda (PT-PSB e PC do B). O
ex-governador Cid Gomes (PDT) formaria o maior condomínio
político-administrativo e eleitoral dos últimos anos (2007-2018). Cid Gomes
sempre teve atrito com determinados aliados que eram obrigados a ir para a oposição
estadual ou anti-cidismo. Até esse momento do calendário eleitoral, ainda não
temos frente oposicionista intitulada de anti-camilismo.
O governador Camilo Santana (PT)
ainda procura atrair os setores anti-cirista-cidista das oposições cearenses,
para que pelo menos fiquem neutras no primeiro turno da sucessão estadual de
2018. Camilo Santana promete não perseguir os grupos políticos do vice-prefeito
de Maracanaú, o empresário Roberto Pessoa (PSDB), e do ex-governador Lúcio
Alcântara (PSDB) através do seu emissário da paz, o senador Eunicio Oliveira
(PMDB), que ainda mantém relação política-administrativa,
com os grupos citados.
Há certa percepção na sociedade
civil cearense da reeleição do governador Camilo Santana, para o seu segundo
mandato (2019-2022). Camilo Santana deverá trazer os neoaliados, para os assentos
da frente do seu governo-ônibus, com uma certa inexistência de zonas de
atritos, em relação ao grupo político do ex-governador e futuro senador, Cid
Gomes, pois é necessária a manutenção dessa gigantesca base aliada nas eleições
municipais de 2020. Os seguintes deputados federais deverão compor o principal
núcleo do camilismo nos próximos quatro anos: Genecias Noronha (SD), Domingos
Neto (PSD), Gorete Pereira (PR) e outros.
Luiz Cláudio Ferreira Barbosa
sociólogo e consultor político
Fortaleza, 28 de Junho de 2018
Luiz Cláudio Ferreira Barbosa |