quinta-feira, 28 de junho de 2018

Camilo Santana e o quase consenso político-eleitoral no Ceará - O Governo-Ônibus Camilista

O governador Camilo Santana construiu a maior base governista dos últimos trinta anos da história política-eleitoral do estado do Ceará. A frente de aliados do chefe do executivo estadual pode ser comparada a um ônibus, por isso vou  nomear de governo-ônibus. O motorista é o governador Camilo Santana (PT) e as primeiras fileiras são ocupadas pelos aliados de primeira ordem ou hora, no caso mais específico o grupo dos irmãos Ferreira Gomes (Ciro-Cid), as fileiras no meio do transporte, são ocupadas pelos partidos aliados (PT-PDT-PP e outros), nas fileiras finais estão os neoaliados: Eunicio Oliveira (PMDB), Genecias Noronha (SD), Gorete Pereira (PR) e Domingos Neto (PSD).

O ex-governador e atual senador cearense, o empresário Tasso Jereissati (PSDB), já esteve à frente do comando do Estado do Ceará, por três vezes, com outros governadores eleitos, por seu grupo político. Tasso Jereissati sempre teve forte oposição ao seu grupo político. O anti-tassismo tinha duas frentes específicas: anti-tassismo de direita (PMDB-DEM) e o anti-tassismo de esquerda (PT-PSB e PC do B). O ex-governador Cid Gomes (PDT) formaria o maior condomínio político-administrativo e eleitoral dos últimos anos (2007-2018). Cid Gomes sempre teve atrito com determinados aliados que eram obrigados a ir para a oposição estadual ou anti-cidismo. Até esse momento do calendário eleitoral, ainda não temos frente oposicionista intitulada de anti-camilismo.

O governador Camilo Santana (PT) ainda procura atrair os setores anti-cirista-cidista das oposições cearenses, para que pelo menos fiquem neutras no primeiro turno da sucessão estadual de 2018. Camilo Santana promete não perseguir os grupos políticos do vice-prefeito de Maracanaú, o empresário Roberto Pessoa (PSDB), e do ex-governador Lúcio Alcântara (PSDB) através do seu emissário da paz, o senador Eunicio Oliveira (PMDB), que ainda  mantém relação política-administrativa, com os grupos citados.

Há certa percepção na sociedade civil cearense da reeleição do governador Camilo Santana, para o seu segundo mandato (2019-2022). Camilo Santana deverá trazer os neoaliados, para os assentos da frente do seu governo-ônibus, com uma certa inexistência de zonas de atritos, em relação ao grupo político do ex-governador e futuro senador, Cid Gomes, pois é necessária a manutenção dessa gigantesca base aliada nas eleições municipais de 2020. Os seguintes deputados federais deverão compor o principal núcleo do camilismo nos próximos quatro anos: Genecias Noronha (SD), Domingos Neto (PSD), Gorete Pereira (PR) e outros.

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa sociólogo e consultor político 

Fortaleza, 28 de Junho de 2018

 
Luiz Cláudio Ferreira Barbosa

terça-feira, 12 de junho de 2018

Jair Bolsonaro já derrotou Geraldo Alckmin e o PSDB? Sim!


O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) é a maior força política-eleitoral do espectro ideológico de direita do Brasil. Jair Bolsonaro expulsou o presidenciável Geraldo Alckmin do eleitorado conservador de cunho moralista cristã, assim como os jovens ultraliberais começaram a abandonar os  presidenciáveis liberais ( João Amoêdo e Flávio Rocha), em função do apoio do economista, Paulo Guedes, ao candidato presidencial do Partido Social Liberal. A direita cristã e parte da direita liberal vão manchar juntas, com o presidenciável Jair Bolsonaro e  bem distante do tucanato.

O presidenciável tucano, o ex-governador Geraldo Alckmin, já procura polarizar de maneira artificial via as redes sociais, com o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), num debate em tempo real pelos meios de comunicação tradicionais (Rádio, Televisão e Jornal), sem obter muito sucesso. Geraldo Alckmin e o PSDB não têm como propagar o discurso de moralização e renovação da política brasileira nesse pleito eleitoral, deste modo a maioria do eleitorado de centro-direita já rejeitou o tucanato como porta-voz dessa cruzada moralista nas eleições de 2018. 

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso já compreendeu o fracasso do presidenciável Geraldo Alckmin entre os eleitores anti-Lula-PT, como também existe contigente altíssimo dos eleitores evangélicos que rejeitam os parlamentares e os governantes tucanos. FHC procura construir a união do PSDB nacional na campanha da presidenciável Marina Silva (REDE), pois somente essa coligação eleitoral poderia evitar que uma parte significativa dos eleitores moderados ou  centristas passe a apoiar no primeiro turno, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). 

O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) deverá receber o apoio do eleitorado ultraliberal e de setores organizados dos evangélicos,  caso não haja viabilização competitiva eleitoral da presidenciável Marina Silva (REDE). Jair Bolsonaro compreendeu o naufrágio político-eleitoral do presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB), como principal representante do eleitorado brasileiro de centro-direita, com o discurso moralista cristã e o discurso ultraliberal na economia.

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa sociólogo e consultor político 

Fortaleza, 12 de Junho de 2018