quinta-feira, 7 de maio de 2020

Luizianne Lins e a sua Ficção Política-Eleitoral

A deputada federal, Luizianne Lins, deverá lançar uma pré-candidatura a prefeitura de Fortaleza, nos próximos dias. É sem dúvida peça de ficção política-eleitoral ou autoengano do lulopetismo fortalezense, sem nenhuma chance de vitória. O Partido dos Trabalhadores é refém total do capital político-administrativo do governador, Camilo Santana, para o pleito eleitoral de 2020, em Fortaleza. Luizianne Lins tentará manter um pequeno eleitorado de esquerda radical antibolsonarista, sob a sua influência, pois poderá  perdê-la para o Partido Socialista e Liberdade (PSOL) do deputado estadual Renato Roseno.

O ex-presidente Lula chancelou a pré-candidatura da deputada federal, Luizianne Lins, para a prefeitura de Fortaleza, sem fazer nenhuma consulta prévia ao governador, Camilo Santana, pois há interesse explícito de enfrentamento ao grupo político do ex-governador, Ciro Gomes, e do prefeito Roberto Cláudio, nas eleições municipais de 2020. Lula e Fernando Haddad foram apoiados pela direção nacional do PROS, no pleito eleitoral presidencial de 2018, com isso é provável, num segundo turno da sucessão municipal, um apoio da direção nacional do Partido dos Trabalhadores ao deputado federal, Capitão Wagner, que é pré-candidato a prefeito de Fortaleza, pelo PROS,

O deputado estadual do PSOL, o advogado Renato Roseno, foi muito bem votado no pleito eleitoral de 2012, para o cargo de chefe do executivo da prefeitura de Fortaleza. Renato Roseno teve aproximadamente 12% dos votos válidos no primeiro turno nas eleições daquele ano (2012). A candidata petista e ex-prefeita de Fortaleza, sem dúvida foi herdeira ou beneficiada, com quase 80% dos eleitores renatista-psolitas, no pleito eleitoral de 2016, no primeiro turno, onde a mesma teve 16% dos votos válidos. Renato Roseno deverá ser pré-candidato do PSOL, na eleição municipal da capital cearense, com isso concretizara seu desejo de ser a maior liderança do campo democrático anti-bolsonarista fortalezense.

O governador Camilo Santana (PT) vai tentar convencer o senador, Cid Gomes (PDT), da necessidade de uma candidatura a prefeito de Fortaleza, que não seja do PDT, mas, que seja do PSB ou PL. Cid Gomes compreende como correta a estratégia de Camilo Santana, porém, os ciristas e os robertistas têm o interesse da candidatura própria, na sigla trabalhista, para o cargo de prefeito. O bloco partidário entre o Partido Liberal e o Partido Socialista Brasileiro deve manter uma agenda de construção de uma chapa majoritária camilista ou fazer a indicação do candidato a vice-prefeito na chapa majoritária pedetista, para a prefeitura de Fortaleza, em 2020.


O lulopetismo tem interesse em derrotar o candidato cirista-robertista no pleito eleitoral de Fortaleza. É uma estratégia simples e bem objetiva do ex-presidente Lula contra o ex-ministro Ciro Gomes e o senador, Cid Gomes, no maior município brasileiro administrador pelo o Partido Democrático Trabalhista. O diretório municipal de Fortaleza teme ficar pequeno perante a liderança consolidada do deputado estadual, Renato Roseno (PSOL), após a eleição 2020,na capital cearense. O diretório municipal de Fortaleza do PC do B poderá apoiar o PT ou o PSOL, como uma estratégia de sobrevivência, no pleito eleitoral desse ano. 

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político 

Fortaleza, 08 de Maio de 2020




quarta-feira, 6 de maio de 2020

Sérgio Moro é o seu futuro Político-Partidário

O futuro político-eleitoral do Sérgio Moro não é incógnita no espaço público, pois a sua candidatura presidencial será muito relevante no pleito de 2022. Sérgio Moro deverá ser o candidato ideal da classe média brasileira que não deseja o retorno do lulopetisto, como também não nutre simpatia pela reeleição do presidente, Jair Bolsnonaro, em síntese representa o novo centrismo ideológico da política brasileira.

O ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, e o presidente do Cidadania 23, o ex-deputado federal Roberto Freire, têm feito um grande esforço na construção da pré-candidatura do apresentador televisivo, Luciano Huck, para o pleito eleitoral de 2022, como um potencial adversário do ex-presidente Lula na região do Nordeste, seria  também o principal concorrente do presidente Jair Bolsonaro no eixo Sudeste-Sul e Centro-Oeste. 

A longa experiência de Fernando Henrique Cardoso e de Roberto Freire na política nacional, já sinalizava o enfrentamento da chapa majoritária de reeleição composta  pelo atual chefe do executivo do Governo Federal, com o ex-juiz, Sérgio Moro, que seria o provável pré-candidato a vice-presidente, na chapa governista, esse cenário desapareceu. O rompimento político-institucional de Sérgio Moro com o presidente, Jair Bolsonaro, já coloca a pré-candidatura de Luciano Huck fora do radar do eleitorado conservador laico e do eleitorado liberal, com isso haverá uma ponte de negociação do ex-presidente FHC e do ex-deputado federal, Roberto Freire, com o ex-ministro da Justiça.

O senador Álvaro Dias e a presidente nacional do Podemos, a deputada federal Renata Abreu, já trabalham desde 2019, com a filiação do ex-ministro, Sérgio Moro, aos quadros da agremiação partidária. Sérgio Moro deverá fazer essa filiação, com uma certa antecedência, pois é do seu interesse a criação de uma coligação partidária ou frente partidária oposicionista. O morismo não é anti-política institucional, isso é algo muito importante, nesse momento para a classe média tradicional que deseja um período de estabilidade econômica e política no Palácio do Planalto a partir de 2023. O presidente nacional  do PSL, o deputado federal Luciano Bivar, tem interesse em apoiar a pré-candidatura de Sérgio Moro, para a presidência da República. As agremiações  partidárias de centro-direita têm interesse em fazer parte do projeto presidencial do Podemos, com o apoio do PSL: Patriota, PROS, Avante e PTC.

O ex-ministro Sérgio Moro não é um aprendiz na arte da política visível e da política invisível ou política de bastidores. Sérgio Moro tem apoio de membros do STF, assim como membros da Polícia Federal e da Receita Federal. A Rede Globo já alimenta o seu noticiário diário numa perspectiva pró-Sérgio Moro e anti-Jair Bolsonaro. O mercado financeiro perdeu a fé ideológica, em relação ao presidente Jair Bolsonaro, com isso é plausível o apoio político-financeiro ao projeto eleitoral presidencial do Podemos e PSL para a presidência da República.


O palanque presidencial com uma candidatura centrista, já estava em gestação independente do interesse político-eleitoral do ex-juiz, Sérgio Moro, por isso a minha análise, sem dúvida precisava transcrever esses cenários. É necessário ter a compreensão da reorganização do mapa político-eleitoral brasileiro após as séries de crises institucionais do presidente,Jair Bolsonaro, nos últimos sessentas dias. O bolsonarismo e o lulopetismo não vão ocupar o centro político-ideológico do eleitorado brasileiro, com isso há espaço para o morismo ou pré-candidatura  presidencial conservadora pró-mercado  e  laica ao estilo liberal social. 

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político 

Fortaleza, 06 de maio de 2020