quarta-feira, 31 de março de 2021

João Doria e a Inércia do PSDB do Ceará

 



O governador João Doria (PSDB) tem sido um contraponto ao presidente Jair Bolsonaro através da máquina administrativa de São Paulo. João Doria começa a construir o seu palanque de reeleição ao Governo Estadual, num movimento político bem calculado de afastamento da direção nacional do PSDB. A elite econômica paulista montou o movimento nas redes socais contra o Planalto, com a seguinte hashtag #CustoBolsonaro. O Palácio dos Bandeirantes é o mentor informal desse movimento social no seio dos empresários e dos agentes do mercado financeiro. 

 

As vacinas produzidas pelo Instituto Butantan, já chegaram na capital cearense e no interior alencarino. O governador paulista, João Doria (PSDB), tem o reconhecimento de uma parcela significativa da classe média tradicional fortalezense, porém, esse sentimento nobre não é capitaneado pelo diretório estadual do PSDB, na política local. O senador Tasso Jereissati e os parlamentares tucanos cearenses são indiferentes ao governador João Doria, e essa letargia ou inércia partidária abre mão desse valioso capital político produzido pelo chefe do executivo do Estado de São Paulo, entre os formadores de opinião pública local. O governador João Doria tem cobertura massificada dos seus atos administrativos de combate ao Covid-19, nos veículos de comunicação cearense. 

 


O diretório estadual do PSDB deve apoiar a candidatura à sucessão do governador, Camilo Santana (PT), do grupo político do senador Cid Gomes (PDT), no pleito eleitoral de 2022. Os tucanos anti-Ferreiras Gomes devem sair da agremiação partidária, num movimento conjunto, para um novo partido. O ninho da tucanada já tem um futuro definido, contudo, o problema é a atual inoperância das instituições internas. Há uma  pequena possibilidade dos tucanos se unirem em torno das medidas acertadas do governador João Doria (SP), no combate ao Covid-19, via o diretório nacional do PSDB, com algum reflexo de ação conjunta, no diretório local do PSDB.

 


O Governo Federal tenta recuperar o terreno perdido junto à opinião pública, em relação ao combate ao Covid-19, pois o Estado de São Paulo, já impôs uma agenda positiva de vacinação. Os tucanos cearenses e as suas duas correntes deveriam fazer uma aliança estratégica, em função dos benefícios das conquistas do governador João Doria, no combate ao Covid-19, que são compartilhadas para os cearenses. O presidente estadual do MDB, Eunício Oliveira, poderia através do presidente nacional do MDB, Baleia Rossi (SP), trazer o chefe do executivo do Estado de São Paulo, para uma conferência ou vídeo (conferência), em Fortaleza - Ceará. 

 

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político 





terça-feira, 30 de março de 2021

Heitor Férrer e o seu Labirinto Digital




O deputado estadual do Solidariedade, o médico Heitor Férrer, mantém a sua coerência de ser oposição ao governador Camilo Santana (PT), porém tem muita dificuldade de diálogo, com os internautas de perfil anti-Ferreira Gomes, nas redes sociais. Heitor Férrer tem perfil de parlamentar oposicionista no campo ético e moral, contudo, o seu discurso ideológico é da defesa do rigor das leis orçamentárias ou no campo institucional. O radicalismo político nas redes sociais, não tem muito espaço, para um parlamentar moderado. 

 

A primeira vitória do Heitor Férrer foi em 1988, para o cargo de vereador de Fortaleza, durante o período (1989-2002) e como parlamentar na Câmara Municipal de Fortaleza, sempre manteve um ótimo diálogo, com os veículos de comunicação tradicionais (Rádio, Televisão e Jornal). Heitor Férrer mantinha um ritmo de trabalho como vereador oposicionista, com uma extensa cobertura jornalística a seu favor. O eleitor tradicional heitorzista é da classe média alta, com nível superior de Educação, como também é um leitor e/ou telespectador assíduo das coberturas jornalísticas políticas, não vinculadas nas redes sociais. 

 


A expansão do espaço público abstrato da Internet nas redes sociais, no final da década de 2010, não foi um campo fértil, para o discurso oposicionista moderado do deputado estadual Heitor Férrer (SD), nos últimos quatro anos (2018-2019-2020-2021). Heitor Férrer ainda cativa o seu eleitorado tradicional, na tribuna da Assembleia Legislativa do Ceará, com a reprodução, em massa do seu conteúdo, nos veículos tradicionais. O eleitorado oposicionista ao governador Camilo Santana (PT) e do prefeito de Fortaleza, o médico José Sarto (PDT), nas redes sociais, não aceita o tom moderado, no campo oposicionista do deputado estadual, Heitor Férrer (SD), com isso há uma rejeição ao parlamentar. Eu fiquei muito impressionado com o massacre nas redes sociais da fala do deputado estadual e médico, Heitor Férrer, às políticas públicas de combate ao Covid-19, por parte do governador Camilo Santana (PT), na fazenda do empresário Beto Studart. 

 

O deputado estadual Heitor Férrer (SD) não é um aliado informal ou quinta coluna da base aliada do governador Camilo Santana (PT), assim como também não é aliado do senador Cid Gomes (PDT). A lógica perversa da dualidade amigo ou inimigo já contagiou o ambiente político das redes sociais; por isso há pouca influência no discurso de apenas adversário político do Governo Estadual do parlamentar do Solidariedade. Os grupos pró-Jair Bolsonaro e os grupos pró-Lula vão duelar nas redes sociais, com isso o espaço de exposição de um tom moderado como do Heitor Férrer, não terá muita ressonância, nos espaços públicos da blogosfera.

 

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político 




 

domingo, 28 de março de 2021

O PTB Cearense e a Nova Geopolítica Estadual

 



O ex-deputado federal e ex-prefeito, Arnon Bezerra, teve o controle do diretório estadual do Partido Trabalhista Brasileiro, por exatamente dezoitos anos (2003-2021). Arnon Bezerra foi o dirigente partidário mais longínquo da política cearense, nos últimos trinta anos (1990-2020). A mudança da direção estadual do PTB pode ser o início da reconfiguração do xadrez político-eleitoral da sucessão do governador, Camilo Santana (PT), no próximo ano. O trabalhismo conservador cearense agora é uma corrente bolsonarista.

 

O presidente nacional do PTB, o ex-deputado federal Roberto Jefferson, sempre foi aliado dos últimos quatro governadores cearenses: Tasso Jereissati (1999-2002), Lúcio Alcântara (2003-2006), Cid Gomes (2007-2014) e Camilo Santana (2015-2022). Roberto Jefferson é um grande conhecedor da política local, por isso recebeu o aval do Palácio do Planalto, para a mudança do comando do diretório regional trabalhista. O deputado federal, Pedro Bezerra, não fez parte da comitiva presidencial no voo de Brasília - Ceará, com isso selou a sua saída do comando do diretório cearense do PTB.

 


O trabalhismo conservador pró-Jair Bolsonaro é muito pragmático sob a liderança do Roberto Jefferson, pois o PTB tem interesse de receber o grupo político do deputado federal cearense, Capitão Wagner (PROS), nos próximos meses, com o aval de Brasília. A atual agremiação partidária do Capitão Wagner é o Partido Republicano da Ordem Social (PROS), que apoiou a candidatura presidencial do Fernando Haddad (PT), no primeiro turno e segundo turno do pleito eleitoral de 2018. A direção nacional do PROS não descarta a possibilidade de refazer aliança eleitoral, com o Partido dos Trabalhadores (PT), na sucessão presidencial do próximo ano. 

 

A direção nacional do PTB não acreditava na permanência do ex-deputado federal Arnon Bezerra a frente do diretório estadual, no pleito eleitoral do próximo ano. O movimento somente foi antecipado pelo Roberto Jefferson, como também o mesmo deixou o PTB cearense a disposição do grupo político do Capitão Wagner, no caso de saída emergencial do parlamentar e do seu grupo do diretório estadual do PROS, por conta da participação do PROS nacional numa frente partidária anti-Jair Bolsonaro ou pró-Lula-Haddad. O atual presidente regional do PTB, Fellipe Cavalcante, com certeza vai reorganizar a estrutura partidária, nos próximos noventa dias, pois o seu diretório é provisório.

 

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político 




A minha participação no programa Política da TV Otimista. Vídeo no You Tube

 


A minha participação no programa Política da TV Otimista. Do jornalista, Erivaldo Carvalho, na tarde dessa sexta-feira (26/03/2021).
No terceiro bloco faço análise da sucessão estadual. A partir dos 31 minutos tem início ao terceiro bloco: Camilo Santana fica no Partido dos Trabalhadores ; Capitão Wagner é candidato ao Governo Estadual.

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político



sexta-feira, 26 de março de 2021

Jair Bolsonaro e a sua Base Aliada Cearense

 



O presidente Jair Bolsonaro sempre teve apoio da direita conservadora cristã cearense, com manifestações espontâneas, nas redes sociais durante a pré-campanha eleitoral e a própria campanha eleitoral. Jair Bolsonaro não ampliou praticamente essa base de apoio na política local (Ceará), no decorrer do ano de 2019. Os congressistas do estado do Ceará que votaram favorável a reforma da previdência do Governo Federal, sem dúvida não tinham afinidade com o governo federal, em função de suas agremiações partidárias: PSD, DEM, PSL, PL, PTB, MDB e Solidariedade. Os seguintes deputados federais sempre se declararam aliados de primeiro momento do presidente Jair Bolsonaro, no campo individual: Doutor Jaziel (PL) e Roberto Pessoa (PSDB). 

 

A crise mundial da Covid-19 foi a grande responsável pela criação do auxílio emergencial, no Brasil, com grande impacto social-econômico nas cidades cearenses, no ano passado (2020). Surgiu então, o bolsonarismo institucional caracterizado pelas políticas públicas das rendas mínimas, com distribuição de receitas financeiras diretamente as camadas mais pobres do estado do Ceará, sem a parceria do Governo Estadual e dos prefeitos. O excelente trabalho da Caixa Econômica foi o grande responsável pela movimentação de grandes volumes de dinheiro público, nos comércios das cidades, assim como tirou muito cearense da perspectiva de ir para abaixo da linha da pobreza de acordo, com a estatística do IBGE. O medo do desemprego foi sentido durante o ano de 2020, já o medo da fome ou a instabilidade alimentar foi diminuída entre os cearenses, no último ano. 

 


No segundo semestre de 2020 algumas agremiações a nível nacional começaram um processo de apoio ao presidente Jair Bolsonaro, nas votações do Congresso: PSD, MDB, Solidariedade PSDB, DEM e PL. Os parlamentares cearenses desses partidos também iniciaram um processo natural de aproximação com o Governo Federal: Genecias Noronha (Solidariedade), Roberto Pessoa (PSDB), Júnior Mano (PL), Doutor Jaziel (PL), Aníbal Gomes (DEM), Ronaldo Martins (Republicano), Moses Rodrigues (MDB), Pedro Arnon (PTB), Domingos Neto (PSD) e Antônio José Albuquerque (PP). Os deputados federais citados nesse parágrafo são inclinados a serem pró-Governo Federal, porém, na sua maioria, não serão adeptos das bandeiras bolsonaristas, na área da cultura e dos costumes. O deputado federal Doutor Jaziel (PL) é o único parlamentar cearense adepto da pauta ética-moral do presidente Jair Bolsonaro, assim como da agenda socioeconômica do Governo Federal.

 

O bloco partidário, PROS e Podemos (PODE), adota um posicionamento de independência, em relação ao presidente Jair Bolsonaro, todavia, sempre manteve uma aliança política-eleitoral, com os eleitores tradicionais do bolsonarismo cearense. O deputado federal Capitão Wagner (PROS) após a sua derrota no segundo turno do pleito eleitoral de Fortaleza, no ano passado, não pensou duas vezes, no seu apoio à candidatura vitoriosa do deputado federal, Arthur Lira (PP), a presidência da Câmara, nesse ano. Capitão Wagner passa por uma metamorfose política-eleitoral sem precedência na história cearense dos últimos vinte anos, para ser o principal aliado do Governo Federal e especificamente da militância bolsonarista. O senador Eduardo Girão (PODE) procura um alinhamento com o discurso conservador cristão das alas radicais do bolsonarismo local, porém, ainda mantém um certo distanciamento das articulações do Governo Federal, no Congresso Alto (Senado), no momento das votações, no plenário. O presidente estadual do PSL e deputado federal, Heitor Freire, tem muita dificuldade no diálogo, com o Governo Federal, como também perdeu apoio de setores pró-Bolsonaro, na sociedade civil.

 


No pleito eleitoral de 2022 a nível estadual, a maioria dos parlamentares pró-Governo Federal têm uma grande vontade de apoiar o candidato do governador Camilo Santana (PT); isso acontece nos seguintes diretórios estaduais partidários: PSD, PP, PTB e PL. A decisão final dessa equação política de ser governista cá e governista lá, sem dúvida será bem resolvida pelos diretórios nacionais dos partidos citados na frase anterior. Os seguintes diretórios regionais têm a quase certeza de não estarem na provável coligação de reeleição do presidente Jair Bolsonaro ou estarão neutros a nível nacional: PSDB, DEM PSL e MDB. O deputado federal Capitão Wagner e o senador Eduardo Girão independentes das cúpulas nacionais de suas agremiações partidárias (PROS e Podemos), sem dúvida vão apoiar a reeleição do atual chefe do executivo do Governo Federal, assim como o partido Republicano do pastor, Ronaldo Martins, vai seguir a mesma linha de apoio ao presidente Jair Bolsonaro.

 

O principal objetivo desse artigo é a construção do perfil político-eleitoral da bancada congressista cearense pró-Governo Federal, contudo, na sua maioria esses parlamentares não tem vocação para adotar o discurso de direita radical ou extrema direita do presidente Jair Bolsonaro. Os aliados (deputados federais e senadores) do governador Camilo Santana (PT), na base aliada do bolsonarismo institucional somente vão apoiar a candidatura pedetista ao Governo Estadual, no pleito eleitoral de 2022, após o aval das direções nacionais de suas agremiações partidárias. O presidente Jair Bolsonaro teve aproximadamente 22% dos votos válidos, no primeiro turno do pleito eleitoral de 2018, no Ceará. O Jair Bolsonaro na sua reeleição à presidência da República,  terá no  mínimo um terço do eleitorado cearense (33%), no primeiro turno, em todo estado. 

                                             

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político










quinta-feira, 25 de março de 2021

Ciro Gomes e a Aliança Informal Petista-Tucana: Lula e João Doria -Parte 01

 



O mundo acadêmico das ciências sociais sempre defendeu a tese da união do PT e do PSDB numa aliança política-administrativa, ainda no segundo governo, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1999-2002). A direção nacional do PT e a direção nacional do PSDB sempre tiveram uma agenda econômica liberal social comum, porém, a disputa pelo poder do Governo Federal (1994-1998-2002-2006-2010-2014), nunca permitiu essa aliança formal. O ex-presidente Lula (PT) numa estratégia eleitoral ousada começa a fazer uma aliança informal, com o governador paulista, João Doria (PSDB), através do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e da velha guarda tucana. O presidenciável pedetista, o ex-ministro Ciro Gomes, poderá ficar literalmente isolado no campo ideológico de centro.

 

O campo político-social de centro anti-bolsonarista é praticamente paulista. O ex-presidente Lula compreendeu esse fenômeno, com uma certa antecedência, pois o governador João Doria (PSDB) é a principal liderança do campo liberal (Pró-Mercado) a romper com o presidente Jair Bolsonaro, no ano de 2020, por isso a maior liderança petista nacional deseja uma aproximação estratégica, com o tucanato paulista. João Doria tem influência direta na convivência institucional, com o presidente nacional do MDB, o deputado federal (paulista) Baleia Rossi, assim como também, com o presidente nacional do Cidadania, o ex-deputado federal (paulista) Roberto Freire, porém, ainda mantem uma aliança política institucional, com o presidente nacional do PV, o ex-deputado federal (paulista) José Penna, pois as três agremiações partidárias são da base aliada do Governo de São Paulo.


 

O presidente nacional do Solidariedade é o deputado federal, Paulinho da Força Sindical, com o domicílio eleitoral no estado de São Paulo, assim como o presidente nacional do PSD é o ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que já foi secretário estadual licenciado do governador João Doria (PSDB), no biênio 2019-2020. Os mesmos são aliados do chefe do executivo do Governo Estadual. O ex-presidente Lula tem a dimensão do fator São Paulo como a principal fortaleza política-institucional anti-bolsonarista, na política nacional, com isso decidiu fazer uma trégua entre o PSDB e o PT na política regional. Os petistas não vão apoiar a reeleição do governador João Doria, contudo, o processo de aproximação do MDB, Cidadania, PV, Solidariedade e PSD a candidatura presidencial do Fernando Haddad - Lula é dependente da órbita de influência do Governo do Estado de São Paulo, no pleito eleitoral de 2022. 

 

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) precisa fazer uma aproximação com o governador João Doria (PSDB), sem dúvida através do senador cearense, Tasso Jereissati (PSDB), para declarar seu apoio a reeleição do chefe do executivo do mais rico estado brasileiro. Ciro Gomes através da sua influência na política paulista, nos próximos meses, possa talvez em contrapartida receber o apoio do governador João Doria, para abertura de diálogo, com as direções paulistas do PV e do Cidadania, pois ambas são influentes nas direções nacionais dessas agremiações partidárias. Esse texto ainda vai receber duas continuações nos próximos dias.


Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político