quarta-feira, 15 de abril de 2020

Camilo Santana e as Eleições de Fortaleza

O governador Camilo Santana (PT) foi um agente político-eleitoral quase nulo, no pleito eleitoral de Fortaleza de 2016, na reeleição do atual prefeito, o médico Roberto Cláudio (PDT), e sem dúvida foi a última grande vitória do cidismo-cirista, na capital cearense. Camilo Santana é o único impedimento político-eleitoral a vitória do grupo oposicionista do deputado federal, Capitão Wagner (PROS), nas eleições 2020, em Fortaleza.

A votação na reeleição do governador Camilo Santana (PT) no município de Fortaleza, no pleito eleitoral de 2018, é sem dúvida a consolidação do camilismo, como força política-ideológica centrista entre os fortalezenses. Os eleitores conservadores cristãos e os eleitores liberais laicos não têm nenhuma dificuldade  de votarem no atual chefe do executivo estadual ou nos seus candidatos ao cargo executivo. O prefeito fortalezense, Roberto Cláudio (PDT), somente elegeu o seu candidato a deputado estadual, e não obteve êxito eleitoral para o seu candidato a deputado federal entre os eleitores da capital cearense. Destaco também que referente à corrida presidencial somente houve 40% dos votos válidos para o presidenciável Ciro Gomes (PDT) contra uma rejeição de 60% dos votos válidos, no primeiro turno da eleição presidencial de 2018, em Fortaleza.

O prefeiturável fortalezense das oposições conservadoras, o deputado federal Capitão Wagner (PROS), já tem comprovado aproximadamente 1/3 das intenções de votos, no primeiro turno das eleições de 2020. O Movimento Conservador Cívico Fortalezense (MCCF) não deverá perder sua coesão nos próximos meses, com isso  temos a garantia do seu representante no segundo turno das eleições, em Fortaleza. O senador Tasso Jereissati vai construir a coligação PSDB-DEM, com o lançamento do ex-deputado estadual, Carlos Matos, como candidato a prefeito de Fortaleza. É provável assistirmos ao colapso do tassismo fortalezense, bem antes do início do primeiro turno da sucessão municipal de nossa capital.

O deputado estadual, Renato Roseno, deverá ser o candidato a prefeito de Fortaleza pelo  Partido Socialista e Liberdade (PSOL), pois no primeiro turno do pleito eleitoral da capital cearense, em 2012, o mesmo teve 12% dos votos válidos, porém, as pesquisas de opinião pública, sempre prejudicaram o psolista, com isso houve a migração do voto útil, para o candidato petista, no pleito eleitoral daquele ano. Os eleitores progressistas fortalezenses na faixa etária de 16 até 24 anos incompletos não votaram no pleito eleitoral de 2012,  eles irão votar nesse ano e representam uma genuína  esquerda pós-lulopetismo.

A deputada federal e pré-candidata à prefeitura de Fortaleza, Luizianne Lins, somente tem o apoio do diretório municipal do Partido dos Trabalhadores, na capital cearense. O vereador e presidente do diretório fortalezense petista, Guilherme Sampaio, sem dúvida esperava ser chamado para algum diálogo político-eleitoral, com o governador Camilo Santana (PT), porém, ainda não houve esse encontro, em função do quadro de calamidade pública. O deputado estadual, Acrísio Senna, é uma das poucas vozes sensatas que faz a defesa do diálogo maior, com o governador, Camilo Santana, bem antes do lançamento de uma candidatura petista à sucessão do prefeito Roberto Cláudio (PDT), nos próximos dias.

O prefeito de Fortaleza, o médico Roberto Cláudio (PDT), deverá esperar o consenso político-eleitoral entre o senador, Cid Gomes (PDT), e o ex-governador, Ciro Gomes (PDT), em relação ao pré-candidato pedetista ao executivo fortalezense. O grupo cirista-cidista devera fazer uma indicação de um genuíno aliado de primeira ordem de Ciro Gomes. O senador Cid Gomes tem a estratégia de construir um bloco partidário bem peculiar com a intenção de ter o maior tempo de televisão e de rádio, no primeiro turno do pleito eleitoral de Fortaleza: PDT, PP, PSD e outros. Cid Gomes tem a compreensão de que o seu aliado de primeira ordem no estado e na capital é o governador Camilo Santana. Sendo o único com capacidade de garantir a ida de um pedetista ao segundo turno. Eu particularmente tenho duvidas se  o governador Camilo Santana fará a indicação do candidato a vice-prefeito da chapa majoritária pedetista


O secretário municipal do Turismo de Fortaleza e presidente estadual do Cidadania (Ex-PPS), o empresário Alexandre Pereira, sem dúvida é um forte pré-candidato a prefeito da capital cearense. Alexandre Pereira tem a compreensão da necessidade política-eleitoral de ser a renovação administrativa dentro do bloco governista do prefeito, Roberto Cláudio (PDT), e do governador, Camilo Santana (PT), sem necessariamente ser o candidato oficial, porém, será o candidato, com um perfil independente e ao mesmo tempo pró-governo. É uma estratégia que poderia dar certo entre o eleitorado centrista no espectro ideológico de Fortaleza.

O pré-candidato a prefeito de Fortaleza do Novo (30), o empresário Geraldo Luciano, poderá ser o representante da alta classe média fortalezense. Geraldo Luciano é o candidato ideal do voto qualificado ou voto antinulo dos eleitores, com alto índice educacional, e com renda mensal acima dez salários mínimos, no primeiro turno do pleito eleitoral de Fortaleza. É uma pré-candidatura que deverá ocupar o espaço político-eleitoral, com certa antecedência da pré-candidatura pedetista nos estratos socioeconômicos dos bairros nobres da capital cearense.

O Partido Verde secção Fortaleza vai lançar o deputado federal, Célio Studart, para o cargo de prefeito da maior cidade cearense. Célio Studart tem o maior movimento social horizontal da política fortalezense, sem necessidade de intermediação de nenhuma organização pública ou privada entre o parlamentar, com o seu eleitorado. A bandeira do Direito dos Animais sempre se mantem atualizada nas redes sociais, isso é independente de qualquer crise institucional ou crise política. O eleitor celista não faz quase nenhuma manifestação no espaço público, porém, sempre faz manifestação no seu espaço individual ou privado, por isso não é identificado nas pesquisas de opinião pública, pois somente irá materializar o seu voto, na véspera do pleito eleitoral. 

O governador Camilo Santana não deverá ser refém do Partido dos Trabalhadores (PT) e nem do Partido Democrático Trabalhista (PDT), nas eleições de Fortaleza, em 2020. Camilo Santana começa a construir o seu próprio bloco partidário: Partido Socialista Brasileiro (PSB) e o Partido Liberal (PL). O presidente estadual do PSB, o deputado federal, Denis Bezerra, e o presidente estadual do Partido Liberal, o prefeito de Eusébio, o médico Acilon Gonçalves, têm trânsito livre, com o governador Camilo Santana e os irmãos Gomes (Cid-Ciro), assim como esses partidos têm condição de formarem o principal embrião da pré-candidatura camilista, na sucessão do prefeito Roberto Cláudio (PDT), no maior município cearense. O governador Camilo Santana (PT) não será nunca reduzido ao tamanho político-eleitoral que teve no pleito eleitoral de 2016, em fortaleza, por isso haverá uma negociação silenciosa, com o senador Cid Gomes (PDT) e o diretório nacional do Partido dos Trabalhadores.

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político 

Fortaleza, 15 de Abril de 2020