segunda-feira, 31 de maio de 2021

Roberto Cláudio e a Neutralidade Política-Eleitoral / Cirismo Realista

 



O ex-prefeito de Fortaleza, o médico Roberto Cláudio, nos últimos meses está muito ausente da política cearense, numa espécie de auto-exílio, porém, foi uma decisão consensual entre o mesmo e o ex-ministro Ciro Gomes e a cúpula estadual do PDT. Roberto Cláudio deixou um grande vácuo político-administrativo, assim como uma instabilidade, na sua pré-candidatura ao Governo Estadual, no próximo ano. O ex-prefeito de Recife, Geraldo Júlio, saiu do executivo municipal e foi direto para uma secretária na área econômica do Governo de Pernambuco, com aval da executiva nacional e regional do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Geraldo Júlio é pré-candidato ao cargo máximo do executivo estadual, com apoio do PT e do PSB.

 

O ex-presidente Lula já declarou apoio a pré-candidatura do ex-prefeito de Recife, Geraldo Júlio, e sua postulação ao governo de Pernambuco, numa coligação partidária, com a presença do diretório estadual do Partido dos Trabalhadores. Lula vai lançar uma candidatura ao Governo do Estado do Ceará, numa frente partidária nitidamente anti-Ciro Gomes, onde o principal articulador, dessa candidatura local, será o ex-senador Eunício Oliveira (MDB), pois o mesmo é inimigo aberto do grupo político dos Ferreira Gomes. O diretório cearense do Partido dos Trabalhadores vai lançar uma candidatura à sucessão do atual governador, Camilo Santana, em detrimento do palanque pedetista-cirista. O ex-prefeito Roberto Cláudio não tem o apoio do ex-presidente Lula e nem do ex-ministro Ciro Gomes, à sua pré-candidatura ao poder executivo estadual. 

 


As oposições conservadoras pró-Jair Bolsonaro atacaram os ex-prefeitos nordestinos, em relação ao combate ao Covid-19, no ano passado, nos municípios de Fortaleza e Recife. A Frente Popular Pernambuco (PT-PSB e PC do B) saiu em defesa do ex-prefeito de Recife, o secretário estadual Geraldo Júlio, contra as críticas das oposições pernambucanas, no caso específico da compra dos respiradores. O ex-prefeito de Fortaleza, o médico Roberto Cláudio, saiu em defesa de si mesmo contra as críticas da frente partidária wagnerista-bolsonarista (PROS-PODE), no caso específico do Hospital de Campanha do Presidente Vargas, no ano passado. O condomínio político-administrativo do senador Cid Gomes (PDT) mantém certa distância do ex-prefeito Roberto Cláudio, enquanto, apresenta um comportamento inverso no campo eleitoral ao deputado federal, Mauro Filho (PDT), nos primeiros cinco meses deste ano.

 

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) nunca escondeu, desde 2019, qual seria o seu candidato para prefeito de Fortaleza, no pleito eleitoral de 2020, na figura do presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, o deputado estadual José Sarto (PDT). Ciro Gomes tem também uma preferência  pelo deputado federal, Mauro Filho (PDT), porém o ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT) tem o apoio da base aliada do governador Camilo Santana (PT) e do senador Cid Gomes (PDT), numa eventual disputa no diretório estadual do PDT, para o cargo de candidato a chefe do executivo do Governo Estadual.



O PDT e o PT não terão uma candidatura comum para  o governo do Ceará, com isso teremos dois palanques distintos, no primeiro turno de 2022.

 

               Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político 









Ciro Gomes e o isolamento Lulopetista nos Estados: PT, PC do B, PSB e PSOL

 



O ex-ministro Ciro Gomes e a direção nacional do PDT têm muita dificuldade de sair do isolamento político-eleitoral praticado pelo Lulopetismos (PT, PC do B, PSB e PSOL), nos palanques estaduais. Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor politico.





Amaudson Ximenes: A Colômbia do BMX e dos conflitos sócio-políticos

 



O meu interesse pela Colômbia coincide com o meu retorno ao BMX, um esporte que pratiquei quando era adolescente. Vinte e oito anos depois fiz o meu retorno, participando de competições locais, regionais, nacionais e internacionais. Dos países da América do Sul, a Colômbia é o mais organizado. Possui diversos equipamentos, políticas públicas voltadas ao setor (bicicletas, mobilidade urbana) e quatro medalhas olímpicas, duas de bronze e duas de ouro, desde que se tornou um esporte olímpico em 2008. Esse final de semana (29 e 30 de maio) promove uma etapa da Copa do Mundo da modalidade na cidade Bogotá. 

Entretanto, não é de BMX que me reportarei no texto, e sim das manifestações que ocorrem naquele país a partir de dia 28 de abril de 2021. O motivo inicial do levante foi uma proposta de reforma administrativa do governo que criava novos impostos e aumentava contas de água, luz, gás, atingindo sobretudo as classes média e baixa, com o intuito de conter os prejuízos e desequilíbrios causados pela pandemia do covid-19. Mesmo tendo recuado e demitido o Ministro da Fazenda, as manifestações não cessaram. O povo continua nas ruas por mais de trinta dias. A reforma era apenas a ponta do iceberg. Confrontos entre a população e as policias tem sido uma constante, bem como prisões, mortes e estupros de jovens. Cerca de 50 pessoas morreram nos conflitos e dezenas estão desaparecidos.  
Rede de Notícias Anarqistas


Os protestos só crescem. Regiões e cidades inteiras foram bloqueadas. Os manifestantes levantaram postos de vigilância e barricadas. A polícia responde com violência. Organismos internacionais têm voltado suas atenções para a Colômbia, apontando que as ações policiais tem sido de desproporcionais, uma vez que a munição, os instrumentos utilizados pelas corporações são letais, enquanto a população se utiliza de paus, pedras e as redes sociais para denunciar a violência e os abusos praticados pelo braço armado do governo do Iván Duque. 

Segundo Angela Mañunga-Arroyo, professora e ativista dos Direitos Humanos, “...menos 26% da juventude colombiana, principalmente a indígena, não tem emprego, 90% da população vive com menos de um salário mínimo, 80% da população preta está em uma condição de pobreza sem acesso à saúde, à educação, sem rede hospitalar, morando na periferia, sem acesso a água e eletricidade....”. “...Com a chegada da pandemia, essas questões se aprofundam. Tem muita fome. O pessoal só tem sobrevivido por conta da solidariedade das comunidades. A população negra e indígena tem necessidade de sair para a rua para procurar emprego ou, na informalidade do comércio, conseguir alimento para os filhos, conseguir sobreviver. A gente tem ajuda do estado, mas elas não dão conta da grande dimensão da pobreza, fome e precarização da vida da população...” relata Arroyo. 

Além disso, somente 3.5% da população foi vacinada. Em 2020, 42,5% de sua população vivia em condição de pobreza monetária e com 15,1% em pobreza monetária extrema. 
Rede de Notícias Anarqistas



A violência e o narcotráfico integram o cotidiano do povo colombiano. Mesmo com a assinatura do acordo de paz de 2016, cerca de 1.100 defensores e defensoras dos direitos humanos desapareceram, segundo entidades ligadas aos Direitos. As zonas que antes eram dominadas pelas FARC-EP encontram-se em disputa por parte de milícias armadas, que almejam interesses econômicos (narcotráfico e mineração ilegal) exercem controle sobre a população civil.

Diante do exposto, percebe-se uma discrepância entre as classes sociais naquele pais. Um segmento diminuto vive confortavelmente enquanto uma parcela significativa padece e ver sua situação piorar em consequência da pandemia do covid-19. Um país que consegue realizar uma Copa do Mundo de BMX em plena pandemia e envolto em conflitos sociais crônicos demonstra como é desigual e contraditória a realidade social da Colômbia. Essa é a América latina!

Amaudson Ximenes Veras Mendonça é sociólogo




terça-feira, 25 de maio de 2021

A Estratégia Política como ferramenta de compreensão da polarização: Jair Bolsonaro x Lula

 



O Pleito eleitoral de 2022 terá dois blocos bem definidos: bolsonarismo e  antibolsonarismo. O bloco bolsonarista terá dois subgrupos específicos: bolsonarismo autêntico e o bolsonarismo institucional. O bloco antibolsonarista terá vários subgrupos, contudo, o principal subgrupo é o lulopetismo, já os outros subgrupos vão ser praticamente forças regionais: ACM Neto (Bahia), Rodrigo Maia (Rio de Janeiro), João Dória (São Paulo), Ciro Gomes (Ceará) e outros. O centro do debate político-eleitoral é a administração do presidente Jair Bolsonaro, sobre  áreas bem específicas: economia e saúde pública. 

 

O presidente Jair Bolsonaro não poderá usar o seu discurso de pautas morais e éticas ao público conservador, como fez no pleito eleitoral de 2018. Jair Bolsonaro precisa fazer o seu discurso de governabilidade, assim como pedir mais outro mandato aos brasileiros. Os parlamentares governistas e os candidatos pró-Governo Federal aos cargos legislativos terão muita dificuldade para   conseguirem uma sincronização automática do discurso de pautas conservadoras, com o discurso de defesa das pautas governamentais. Há uma necessidade de criação de uma nova estratégia política - eleitoral numa campanha de reeleição na esfera legislativa, como também uma nova concepção de organização de campanha eleitoral, numa candidatura ao legislativo sem mandato de apoio ao presidente Jair Bolsonaro, no próximo ano. 

 


O lulopetismo tem uma candidatura presidencial, com excelente capital político-eleitoral entre os eleitores próximo a linha da pobreza e também abaixo da linha da pobreza. O ex-presidente Lula é um excelente comunicador de suas realizações administrativas, nos seus dois mandatos presidenciais (2003-2010), para a maioria da população brasileira. A mensagem lulopetismo entra na esfera privada do indivíduo no tocante ao saudosismo do período de crédito público e poder de consumo, com o ex-presidente Lula, no poder. O retorno de um passado recente glorioso em substituição ao presente de superação de problemas na área econômica e de saúde pública. Os parlamentares lulopetistas e os pré-candidatos aos legislativos de apoio ao ex-presidente Lula não serão beneficiados pelo discurso social-popular do candidato petista à presidência da República, no eleitorado lulista não petista de perfil conservador. É necessária uma nova estratégia de campanha entre os candidatos pró-Lula aos cargos legislativos.

 

A consultoria política terá muita dificuldade na elaboração dos discursos de campanha aos cargos legislativos, no próximo ano. O profissional de estratégia política é o técnico da área de comunicação, com a maior capacidade de orientação no campo linguístico eleitoral aos postulantes: Senado, Câmara e Assembleia Legislativa do Ceará. Nesse campo de estratégia política, sempre procuro a orientação do excelente profissional: Harley Dias. Nas eleições municipais do ano passado, Harley dias teve um aproveitamento de 100% ou seja, a vitória dos seus candidatos à reeleição ou eleição. Os candidatos aos cargos executivos estaduais não foram ainda objeto de uma análise, mas ainda irei escrever um artigo específico sobre as narrativas política-eleitorais dependentes da polarização a nível nacional. 

 

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político




 

 

Lula e o Anti-Bolsonarismo / Pesquisa Exame-Ideia

 



O ex-presidente Lula é identificado como principal opositor do presidente Jair Bolsonaro - Avaliação da pesquisa Exame - Ideia.

Os problemas causados pela Covid-19, nas áreas econômicas. O cidadão comum e o seu orçamento doméstico. Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor politico.

O ex-presidente Lula e o ex-senador Eunício Oliveira contra o grupo de Ciro Gomes.

 



O ex-presidente Lula e o ex-senador Eunício Oliveira vão articular uma frente partidária (PT-MDB) contra o grupo do Ciro Gomes, na política cearense. Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor politico.

Roberto Cláudio não é o candidato governista natural ao Governo Estadual - Sucessão Eleitoral do Ceará


 


O ex-prefeito fortalezense, o médico Roberto Cláudio, não é o candidato natural da base governista do senador Cid Gomes (PDT) e do governador Camilo Santana (PT), no pleito eleitoral de 2022. Roberto Cláudio é diariamente atacado pela oposição wagnarista-bolsonarista. Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor politico.

quarta-feira, 12 de maio de 2021

Lula e o Radicalismo Político - Eleitoral

 



O ex-presidente Lula caminha para uma nova fase de radicalismo político, como foi a sua candidatura ao governo de São Paulo, no pleito eleitoral de 1982, pelo Partido dos Trabalhadores (PT).  Lula precisa enfrentar o bolsonarismo-olavista, com a radicalização do seu discurso, em relação às políticas públicas de combate à Covid-19 feito pelo Ministério da Saúde, com a anuência do Governo Federal. A capacidade ímpar do líder petista de manter uma comunicação direta, com os setores pobres da sociedade civil, em função do sentimento de saudosismo da época de bonança econômica da primeira década do século XXI (2001-2011). 

 

A candidatura petista ao Governo de São Paulo, no ano de 1982, sem dúvida era uma necessidade de fazer contraponto ao discurso moderado emedebista da chapa majoritária vencedora daquela eleição: Franco Montoro (Governador) e Orestes Quércia (Vice-Governador). O lulopetismo precisa esvaziar qualquer discurso de centro moderado, no pleito eleitoral presidencial do próximo ano, por isso o retorno ao discurso radical, como contraponto ao movimento popular-liberal liderado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do bloco partidário do Centrão Tradicional: MDB - PSDB - DEM e PSD. O ex-presidente Lula vai defender uma ruptura democrática favorável aos setores mais pobres da sociedade brasileira ou carta aos brasileiros humildes.

 


A direção nacional do Partido dos Trabalhadores e a sua bancada no Congresso tem a missão de fazer uma desqualificação política-eleitoral do ex-ministro, Ciro Gomes (PDT), entre os eleitores moderados anti-bolsonaristas, pois os eleitores progressistas anti-bolsonaristas vão sinalizar apoio à candidatura presidencial do petista, Lula, numa demonstração clara do processo de radicalização no pleito eleitoral de 2022. Lula tem o presidente da República como o seu principal adversário, assim como a pauta econômica do ministro, Paulo Guedes, como também será um crítico voraz às políticas públicas de combate à Covid-19 do Ministério da Saúde. O PT vai isolar o PDT nas suas coligações estaduais.

 


O ex-senador Eunício Oliveira (MDB) sempre manteve uma ótima relação com o ex-presidente Lula, no campo pessoal e no campo político, porém, o retorno da aliança eleitoral entre Lula e o presidente estadual do MDB; é somente a construção de uma frente anti-Ciro Gomes e seus aliados na política cearense. A direção estadual petista e a direção estadual emedebista vão construir um palanque conjunto, para a campanha presidencial da Frente Brasil Popular: PT - PSB - PC do B e do PCO, com apoio do PROS, Avante e Solidariedade. O ex-presidente Lula mantém uma agenda de pacificação, com os prováveis aliados conservadores oriundos das seguintes siglas partidárias: MDB, DEM, PSDB e PSD. O discurso público do lulopetismo será de contraponto radical ao ex-presidente Jair Bolsonaro, nos próximos meses. 

 

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político