quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Avaliação da Pesquisa Paraná - Qual o limite da Máquina Administrativa? - Sucessão Municipal de Fortaleza

 



A segunda pesquisa do Paraná Instituto é muito importante para compreendermos o poder da máquina administrativa na campanha do prefeiturável, José Sarto (PDT), como também o poder do voto útil de perfil ideológico progressista favorável a Luizianne Lins (PT). O prefeiturável Capitão Wagner (PROS) mantém a segurança política-eleitoral de quem vai para o segundo turno. A concretização do pólo conservador-liberal, com a candidatura do Capitão Wagner, e no outro lado, a construção do pólo progressista, com dois postulantes  ao segundo turno: Luizianne Lins (PT) e o José Sarto (PDT). 

 

O prefeiturável José Sarto (PDT) começa a ser favorecido pelo voto governista, como o representante do continuísmo do condomínio político-administrativo cidista-camilista. O único problema deve ser o limite natural de transferência de intenção de votos da base aliada robertista, pois o ritmo de crescimento será bem mais lento, nos últimos dias do primeiro turno. José Sarto avançou no eleitorado do principal candidato de oposição, o prefeiturável Capitão Wagner (PROS), porém, esse fenômeno de transferência eleitoral deverá se encerrar em função da consolidação natural do pólo conservador-liberal entre os eleitores fortalezenses. 

 


A prefeiturável Luizianne Lins (PT) mantém uma surpreendente estabilização política-eleitoral, pois o eleitorado de centro-esquerda anti-bolsonarista (wagnerista), assim como o seu recall eleitoral entre os eleitores das periferias fortalezenses, com certeza irão mantê-la bem competitiva nos próximos dias. Luizianne Lins nessa pesquisa ainda não foi beneficiada plenamente pelo voto útil anti-Ferreira Gomes dos eleitores progressistas e dos eleitores psolistas. O desejo de tirar o candidato governista do segundo turno, sem dúvida é uma disputa política-eleitoral a parte nesse primeiro turno, em alguns setores organizados da sociedade civil, e também no espaço privado do eleitor fortalezense.

 


O prefeiturável Capitão Wagner (PROS) perdeu uma fatia do seu eleitorado, para o prefeiturável José Sarto (PDT), em função da máquina administrativa da prefeitura de Fortaleza. Capitão Wagner vai administrar esse processo de perda de capital político, pois a sua situação é muito tranquila para a sua ida ao segundo turno. O eleitorado moderado anti-petista da base social do prefeiturável, Capitão Wagner (PROS), pode fazer uma migração temporária, para apoiar ou votar no prefeiturável, José Sarto (PDT), somente para derrotar ou tirar a candidatura petista do provável segundo turno. A pesquisa do Paraná Instituto ainda não identificou a ida do voto de centro-direita que é anti-José Sarto, para o prefeiturável Capitão Wagner, contudo, será somente uma questão de tempo. 

 

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político 

 

Fortaleza, 28 de Outubro de 2020




terça-feira, 27 de outubro de 2020

O Pêndulo Luizianne Lins (PT) contra Renato Roseno (PSOL) e Anízio Melo (PC do B) - Sucessão Municipal de Fortaleza

 



A prefeiturável Luizianne Lins (PT) caminha para ser a principal adversária do prefeiturável Capitão Wagner (PROS), no final do primeiro turno. Luizianne Lins compreendeu o pêndulo político feito pelo eleitorado anti-wagnarista não simpático ao continuísmo do grupo do prefeito, Roberto Cláudio, à frente da prefeitura de Fortaleza. Trata-se de um movimento espontâneo que não foi previsto pelos analistas políticos. A polarização entre Capitão Wagner (PROS) e a Luizianne Lins (PT) é a pura representação de mais da metade do eleitorado fortalezense, nas pesquisas de opinião pública. 

 

O prefeiturável Renato Roseno (PSOL) deverá rever o seu discurso político -eleitoral, em função da possível migração de parte do seu eleitorado  ao chamado voto útil a prefeiturável, Luizianne Lins, nos últimos dias do primeiro turno. O eleitorado psolista e os eleitores lulistas não camilista-cidistas podem dar uma vitória moral a candidata petista, em detrimento do prefeiturável cirista-robertista, o deputado estadual José Sarto, para só depois irem combater o pólo wagnerista-bolsonarista no segundo turno. É uma espécie de revanche do eleitorado esquerdista pró-Fernando Haddad (PT), no segundo turno da sucessão presidencial de 2018, que não perdoa a ausência do ex-governador Ciro Gomes (PDT), no palanque de Fortaleza e no palanque cearense.

 


O prefeiturável Anízio Melo (PC do B) deverá manter o seu discurso de defesa da ampliação da educação básica do município de Fortaleza, como também a manutenção da retórica anti-bolsonarista. Anízio Melo tem noção do seu papel como o principal crítico do prefeiturável Capitão Wagner (PROS), pois a candidata Luizianne Lins (PT) deve tentar esvaziar ao máximo a candidatura governista do prefeito Roberto Cláudio (PDT), pois isso a colocaria no segundo turno, sem nenhuma preocupação com a candidatura do pólo conservador-liberal fortalezense.

 

O ex-presidente Lula (PT) tem a obrigação moral de ajudar a candidatura psolista paulistana, Guilherme Boulos, que tem possibilidade de ir ao segundo turno do pleito eleitoral de São Paulo. Lula precisa colocar a prefeiturável Luizianne Lins (PT), no segundo turno da sucessão municipal da capital cearense, em detrimento do grupo político do ex-governador Ciro Gomes, por esse motivo fará um acordo com a executiva nacional do PSOL, para apoiar o Guilherme Boulos, em troca o PSOL apoiaria ainda no primeiro turno a candidatura petista, em Fortaleza. Luizianne Lins é a única candidata petista a prefeita de uma capital da região do Nordeste, com condição real de ir para o segundo turno. 

 


A nacionalização da campanha municipal de Fortaleza, já não é uma hipótese remota. A direção nacional do Partido dos Trabalhadores e a direção nacional do Partido Socialista e Liberdade vão chegar a um consenso de pragmatismo político, nos seguintes casos específicos, ainda no primeiro turno: São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Fortaleza( CE) e Vitória (ES). O núcleo da campanha do prefeiturável José Sarto (PDT) não avaliou essa hipótese política-eleitoral do voto útil do eleitorado progressista não Ferreira Gomes, na capital cearense, como também a união entre o PT e o PSOL, no final do primeiro turno, na sucessão municipal de Fortaleza. 

 

O governador Camilo Santana (PT) já demonstrou o seu apoio ao prefeiturável José Sarto (PDT), em detrimento da candidatura da sua agremiação partidária: Luizianne Lins. Camilo Santana deve trabalhar na conscientização de parte do eleitorado progressista fortalezense da necessidade de aceitação do José Sarto, como a melhor opção, para ir ao segundo turno contra o prefeiturável Capitão Wagner (PROS). É um trabalho muito difícil para o chefe do executivo do Governo Estadual. O prefeiturável Anízio Melo (PC do B) e o prefeiturável Renato Roseno (PSOL) são reféns do pêndulo de centro-esquerda do eleitorado fortalezense, pois não é um movimento controlado pela prefeiturável Luizianne Lins (PT). É algo espontâneo no processo de polarização entre o pólo progressista versus o pólo conservador-liberal, na sucessão municipal de Fortaleza. 

 

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político 

 

Fortaleza, 27 de Outubro de 2020




sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Heitor Férrer e a sua encruzilhada Política (Eleitoral) - Sucessão Municipal de Fortaleza

 



A campanha eleitoral do prefeiturável Heitor Férrer (SD-MDB), mantém uma certa estabilização nas pesquisas estimuladas, sem quase nenhuma perspectiva de crescimento ou queda acentuada. A sua pontuação fica entre 5% (Piso) e 8% (Teto) na preferência da opinião pública. Heitor Férrer precisa reestruturar a sua campanha nos próximos dez dias, pois há o perigo do voto útil do eleitorado heirtozista-eunicista que votaria no prefeiturável Capitão Wagner. 

 

A terceira via da sucessão municipal de Fortaleza, já está totalmente pulverizada em três candidaturas a prefeito de Fortaleza: Heitor Férrer (SD), Renato Roseno (PSOL) e Célio Studart (PV). A chance é muito remota de que algum desses prefeituráveis possa ir para o provável segundo turno. A segunda via do pleito eleitoral da capital cearense, já tem uma disputa entre a prefeiturável Luizianne Lins (PT) versus o prefeiturável, José Sarto (PDT), pois ambos são postulantes da base aliada do governador, Camilo Santana (PT), nesse momento no primeiro turno.

 


A candidatura do deputado estadual, Heitor Férrer (SD), com o apoio do ex-senador, Eunício Oliveira (MDB), era opção óbvia da terceira via, em contraponto ao condomínio político-administrativo do senador Cid Gomes (PDT) e do governador Camilo Santana (PT), assim como era outra alternativa eleitoral ao prefeiturável Capitão Wagner, no eleitorado anti-continuísmo da atual gestão da prefeitura de Fortaleza. Heitor Férrer ainda passa a imagem de liderança sem grupo político, para auxiliar o mesmo na maior cidade do nosso estado. A tese do candidato independente não tem apelo perante o eleitorado fortalezense. 

 

Os setores mais organizados da sociedade civil fortalezense, assim como vários grupos de interesses na área comercial, já demonstraram o interesse de um prefeiturável com uma capacidade ímpar de ter ou manter uma parceria direta, com o Governo Federal. O prefeiturável Heitor Férrer é do Solidariedade que faz parte da base aliada do Congresso, assim como o MDB nacional que mantém ótimo relacionamento, com articulação política-administrativa do Planalto. O deputado federal, Genecias Noronha (SD), e o ex-senador, Eunício Oliveira (MDB) deveriam participar dos programas de rádio e televisão do candidato a prefeito de Fortaleza da coligação Solidariedade e MDB. Heitor Férrer deveria gravar um vídeo com o líder do Governo Federal, o senador emedebista Fernando Bezerra (PE), como também um segundo vídeo, com o presidente nacional do MDB, o deputado federal Baleia Rossi (SP).

 


O tempo é muito ínfimo para a construção de uma terceira via competitiva, para ir ao provável segundo turno contra o prefeiturável Capitão Wagner (PROS), que é a primeira via da sucessão municipal de Fortaleza. O prefeiturável Heitor Férrer deveria colocar a sua coligação partidária (Solidariedade - MDB) como um grande trunfo político-administrativo, na sua eventual administração municipal, nos próximos quatro anos. Heitor Férrer precisa abandonar o roteiro do lobo solitário ou general do exército de um homem só. O tempo é um bem precioso que a coligação partidária heitorzista-eunicista não possui de jeito nenhum.

 

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político 

 

Fortaleza, 23 de Outubro de 2020





domingo, 11 de outubro de 2020

Antônio Henrique e a campanha do José Sarto (Parte 01) - Sucessão Municipal de Fortaleza

 





O presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, o vereador Antônio Henrique, sem dúvida será, nos próximos dias, o grande apoio político-eleitoral, para a campanha do prefeiturável pedetista, o deputado José Sarto.  Antônio Henrique é aliado tradicional do José Sarto, com quase duas décadas de parceria política-institucional. Sendo imprescindível essa comunhão entre o presidente da Câmara Municipal de Fortaleza e o candidato à sucessão do prefeito Roberto Cláudio (PDT), como também do grupo político-administrativo do ex-governador Ciro Gomes (PDT) e do senador, Cid Gomes (PDT).

 

O prefeiturável pedetista, José Sarto, tem uma parceria de mais de trinta anos, com o ex-governador Ciro Gomes (PDT), pois é o parlamentar mais antigo do grupo político cirista-cidista, em atividade ou com mandatos consecutivos. José Sarto sempre seguiu a orientação do seu mentor político e amigo, porém, sempre manifestou a sua própria opinião, porém sempre foi leal a decisão do grupo político do qual é participante. A candidatura a prefeito do José Sarto pode ser considerada uma reedição da campanha vitoriosa do Ciro Gomes, como o chefe do executivo do município de Fortaleza, no ano de 1988.

 


O vereador e presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, Antônio Henrique, deverá impor um ritmo de campanha favorável ao prefeiturável, José Sarto, perante aos seus companheiros na chapa de vereadores pedetistas, assim como os candidatos da coligação partidária governista. A liderança de Antônio Henrique é um enorme diferencial na campanha eleitoral presencial de José Sarto, pois o mesmo infelizmente pegou o Covid-19, com isso o discurso e as ações de Antônio Henrique servirão como norte aos seus companheiros.


A reeleição do vereador Antônio Henrique (PDT) tem duas características básicas, a primeira característica é a recondução ao quarto mandato do legislativo municipal, a segunda característica é a popularização do nome do prefeiturável, José Sarto, entre os eleitores do presidente da Câmara Municipal de Fortaleza. José Sarto deverá reforçar a sua campanha na área digital, com os grupos temáticos de sua campanha, como também com aumento do número das lives, seguindo firme na crença de sua ida ao segundo turno contra o seu oponente.




 

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político 

 

Fortaleza, 11 de Outubro de 2020




 

sábado, 10 de outubro de 2020

Governança Digital e Samuel Braga (Roberlene Rodrigues) - Sucessão Municipal de Fortaleza

 



O brasileiro comum literalmente mudou a sua rotina diária no âmbito privado e principalmente no âmbito público. As redes sociais deixaram de ser uma área de lazer e entretenimento, para ser tornarem uma plataforma de sobrevivência econômica. O Governo Federal foi obrigado a criar uma enorme rede de cidadania digital, em função do auxílio emergencial, com a participação espetacular da Caixa Econômica e das Lotéricas. Os trabalhos remotos de milhões de profissionais liberais e funcionários públicos, com certeza vai permanecer independente do fim da pandemia de Covid-19, pois é eficiente, como também reduz imensamente os custos fixos nas empresas e nas repartições públicas.

 

O fechamento de vários postos de trabalhos na economia formal, assim como a diminuição da circulação de recursos financeiros na economia informal, o cidadão sem perspectiva de ir para a rua, só teve uma alternativa de sobrevivência econômica, as suas redes sociais: Facebook, Instagram, Twitter, WhatsApp e outros. O empreendedorismo 2.0 ou espaço público digital (Internet), funcionou como a  vitrine ou calçada de vendas dos seus produtos, sem muita burocracia, nem estatal e nem privada. Nas páginas de Facebook de cidades e bairros das grandes cidades, já é muito comum a oferta de produtos, alimentos e trabalho manual. O Instagram já é um espaço mais usado pela classe média tradicional, para o oferecimento de serviços on-line e produtos de médio e alto padrão. Os grupos de WhatsApp são literalmente a reprodução de uma feira livre, com funcionamento de vinte e quatro horas. 

 


O Governo Federal construiu a maior rede de transferência de renda, para o cidadão abaixo da linha da pobreza, como aqueles com a renda formal e informal entre zero até dois salários mínimos. O manuseio de uma corta digital via a Caixa Econômica, sem dúvida demonstrou ser muito eficiente, como também marcou o início, em grande escala da cidadania digital, com isso a diminuição do papel da burocracia. A tendência é a manutenção e ampliação dessa renda mínima por parte do Governo Federal, porém, com parcelas bem menores ou reduzidas, no próximo ano. 

 

A maioria das empresas privadas vão manter o trabalho a distância de parte dos seus funcionários de serviços internos. As reuniões via aplicativo são responsáveis pela eliminação das reuniões presenciais, como também pelo enxugamento de orçamentos. O Governo Federal deverá entregar vários prédios públicos alugados, como também irá vender outros imóveis da União, em função do trabalho on-line ou remoto que já demonstrou ser muito eficiente e econômico aos cofres públicos. 

 


Os municípios brasileiros terão uma queda de arrecadação nos próximos meses e nos próximos anos. Existe a necessidade de enxugamento dos quadros técnicos, nas repartições públicas. Os funcionários terceirizados literalmente vão desaparecer, ou existirão apenas na área de limpeza e manutenção. O cargo de confiança será literalmente direcionado a área deficitária de quadro técnico. O prefeito eleito ou reeleito vai entregar os prédios alugados, pois será uma tendência do trabalho a distância de alguns funcionários públicos (concursados); é principalmente uma adaptação orçamentária. O cidadão comum literalmente vai resolver as suas demandas através dos aplicativos de serviços do seu município. Será um serviço similar ao já empregado pelas operadoras telefônicas e os bancos privados. 

 

O prefeiturável do Patriota, o ex-vereador Samuel Braga, e a sua companheira de chapa majoritária, a advogada Roberlene Rodrigues, não terão muito tempo de televisão e rádio, porém, vão usar as suas redes sociais, para a explicação da necessidade da redução de gastos públicos e a ampliação dos serviços públicos on-line. A população já compreende a necessidade de realinhamento da sua vida privada,  diante de  uma nova rotina de atuação  via redes sociais e serviços digitais inclusive financeiro, contudo, há uma expectativa de uma redução da burocratização dos serviços públicos do município de Fortaleza, como a contrapartida do deslocamento físico desnecessário, assim como uma resposta rápida dos serviços ao contribuinte fortalezense. O espaço público digital e a governança digital já são pautas necessárias no debate da sucessão municipal de Fortaleza.

 

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político 

 

Fortaleza, 10 de Outubro de 2020




 

domingo, 4 de outubro de 2020

BMX e eleições de 2020: semelhanças e diferenças

 



As eleições de 2020 para prefeito e vereadores assemelham-se a uma corrida de BMX Racing, por se tratar de uma disputa curta e rápida. A corrida tem uma duração de 40 segundos. A competição eleitoral tem pouco mais de 40 dias. O vídeo anexo é a final das Olimpíadas de 2012, categoria Elite Women’s. A favorita era a inglesa Shanaze Reade. A trajetória, os patrocinadores, os resultados obtidos ao longo das competições entre os anos de 2008 a 2012, mostravam o seu favoritismo, mas o resultado foi bem diferente das previsões.  

No vídeo, Reade Larga na raia de nº 1, um privilégio para quem andou na frente nas fases classificatórias. Quem larga na “um” tem a preferência na entrada da primeira curva. Além disso, estava “correndo em casa”, com a torcida a favor e era a favorita a medalha de ouro, uma vez que nas Olímpiadas de 2008 na China esteve no primeiro pelotão até a última curva, mas caiu e terminou na oitava colocação. Em Londres, Reade terminou na sexta colocação. Por duas vezes o sonho olímpico foi adiado.

Assista ao vídeo no YouTube:  https://youtu.be/7XqqIv54hwE



Fazendo a relação com os candidatos considerados favoritos na eleição de 2020 para a Prefeitura de Fortaleza. O candidato Sarto joga em casa, tem a máquina municipal e estadual na mão, tem uma gama de vereadores trabalhando a seu favor, mas precisa fazer uma boa largada, entrar na primeira curva entre os dois primeiros (buscar uma vaga no segundo turno), como fizeram as meninas que ganharam medalha de ouro e de prata, Mariana Pajon (Colômbia) e Sarah Walker, a primeira novata, mas com grande potencial, a segunda Sarah Walker, experiente, finalista em 2008 na Olimpíada da China. A holandesa Laura Smulders aparece como uma surpresa, uma vez que terminou na terceira colocação ficando com a medalha de bronze em 2012, chegando na frente da favorita Shanaze Reade que terminou a prova na sexta colocação e da francesa Laëtitia Le Corguillé (quarta colocada em Londres), medalha de prata nas Olimpíadas de 2008, em Pequim.

Laura Smulders, pode ser comparada a candidata Luizianne Lins. A deputada é competitiva, foi prefeita duas vezes, deputada federal no segundo mandato trazendo consigo o apoio do carismático Luís Inácio Lula da Silva, muito popular no Ceará e Fortaleza, apesar do antipetismo. Poderá surpreender.



Em relação ao capitão Wagner, pode ser comparado a neozelandesa Sarah Walker, finalista em Pequim em 2008 e medalha de prata em 2012 na China. É competitivo, é um deputado federal eleito com expressiva votação, tendo disputado o segundo turno para a Prefeitura de Fortaleza em 2016. Encontra-se em primeiro lugar nas pesquisas, apesar de não ter as máquinas municipal e estadual, possui apoio da máquina Federal, turbinado pelo Auxilio Emergencial. Mesmo tendo votado no Congresso Nacional contra a prorrogação da política emergencial, vai utilizar como trunfo, como uma carta da manga.

Numa corrida de BMX, é muito difícil vencer uma competição largando no pelotão intermediário. A disputa é curta. São 40 segundos de prova, embora não seja uma regra, afinal: “A corrida só termina quando acaba”. A eleição de 2020 é de tiro curto. Largar na frente é importantíssimo, assim como se manter entre os dois primeiros até o fim da prova. Trata-se de uma eleição que não será definida em um único turno, teremos semifinal e final, como foi as Olimpíadas de 2012, lá eram 16 meninas disputando o pódio. As eleições de 2020 em Fortaleza teremos onze candidatos, onde somente um sairá vencedor.



Temos pouco mais de quarenta dias de disputa, as pedras continuam rolando.  Os pilotos, digo candidatos, estão buscando a melhor estratégia para vencer a competição eleitoral. Para os pilotos de BMX significa uma disputa por medalhas, prêmios, patrocinadores e ascensão dos países em âmbito global. E para os candidatos à Prefeitura de Fortaleza, a ambição de comandar a quarta capital do país por quatro anos.

Quem nas eleições de 2020 encarnará as figuras da colombiana, Mariana Pajon e da neozelandesa, Sarah Walker? Quem sobreviver, verá.

 

Amaudson Ximenes Veras Mendonça é Sociólogo 




Célio Studart e a Candidatura Invisível - Sucessão Municipal de Fortaleza

 



O prefeiturável e deputado federal, Célio Studart (PV), mantém uma candidatura a prefeito de Fortaleza, quase não perceptível no debate público. Célio Studart sempre foi uma surpresa após as apurações eleitorais de 2016 (Vereador) e de 2018 (Deputado Federal), porém, eram disputas para os cargos legislativos, que não é o caso, nesse pleito eleitoral de 2020, onde participa de uma disputa ao cargo de executivo do município de Fortaleza. O Partido Verde cultiva a esperança da fidelidade de quase cento e cinquenta mil fortalezenses, que votaram no Célio Studart, nas últimas duas eleições.

 

A defesa dos direitos dos animais  foi a principal bandeira parlamentar do deputado federal, Célio Studart (PV), no seu curto mandato de vereador fortalezense, como também, no seu atual mandato no Congresso, todavia, esse apelo nunca foi bem testado, como sendo praticamente a única bandeira em campanha para prefeito de Fortaleza. Célio Studart é uma grande incógnita nesse primeiro turno da sucessão municipal de Fortaleza. 

 



O candidato do Partido Verde nesse momento não irá atrapalhar uma possível vitória do prefeiturável, Capitão Wagner (PROS), no primeiro turno do pleito eleitoral desse ano, como também não estaria num eventual segundo turno contra o próprio Capitão Wagner. O prefeiturável Heitor Férrer (SD) e o prefeiturável governista, o deputado estadual José Sarto (PDT), sem dúvida serão os principais prejudicados com um eventual crescimento na perspectiva política-eleitoral do prefeiturável, Célio Studart (PV), entre os eleitores fortalezenses. 

 

Há disputa informal no eleitorado de nível superior e renda acima de  dez salários mínimos, entre o prefeiturável Heitor Férrer (SD) e o prefeiturável Célio Studart (PV), pois entre os eleitores novos (16 a 34 anos) desse estrato social, o favorito é o candidato do Partido Verde, já entre os eleitores mais velhos (35 a 65 anos) dos fortalezenses mais ricos e instruídos, o predomínio é de eleitores favoráveis ao candidato da coligação Solidariedade e MDB. Heitor Férrer deverá apresentar um apelo do voto útil à sua candidatura entre os eleitores celistas. Célio Studart tem mais dificuldade de fazer esse apelo ao voto útil aos eleitores heitorzista-eunicista.

 


O prefeiturável Célio Studart (PV) pode ser uma grata surpresa no resultado final do primeiro turno do pleito eleitoral de Fortaleza. Célio Studart acredita na fidelidade do seu eleitorado fortalezense, porém, ainda não há nenhum sinal de onda verde, entre os eleitores fortalezenses. A discussão do tema dos direitos dos animais, sem dúvida é quase monopólio do candidato a prefeito do Partido Verde. 


Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político 

 

Fortaleza, 04 de Outubro de 2020




quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Capitão Wagner e a Periferia Fortalezense - Sucessão Municipal de Fortaleza

 



O prefeiturável Capitão Wagner (PROS) tem feito uma campanha política-eleitoral presencial e também utilizando com sabedoria o espaço público digital, com ênfase no eleitorado de baixa renda ou sem renda. A estratégia do Capitão Wagner é muito coerente, pois o candidato governista a prefeito de Fortaleza, o deputado estadual José Sarto (PDT), ainda não fez uma investida política-eleitoral, nesse público alvo, que é predominante nas periferias da capital cearense. A prefeiturável Luizianne Lins (PT) ainda tem um bom recall entre os cidadãos fortalezenses abaixo da linha da pobreza, porém, já não tem militância e nem uma forte rede de apoiadores, nas redes sociais, com isso é previsível a redução do seu capital político nesse estrato social. O prefeiturável Heitor Férrer (PDT) é um fenômeno genuíno da classe média tradicional, com razoável penetração, nos bairros pobres de Fortaleza.

 

O Capitão Wagner deverá ter algo em torno de 60% da preferência da população pobre fortalezense, nesse início da campanha eleitoral antes do advento do horário de rádio e TV. Capitão Wagner não tem nenhum concorrente organizado na campanha de rua e nem na campanha feita  nos aplicativos digitais, com isso no campo político da simbologia ou no imaginário popular, o candidato a prefeito do PROS, já implantou a sua marca política-eleitoral. O tempo tem sido muito favorável a consolidação do nome do Capitão Wagner no subconsciente do cidadão fortalezense, principalmente nas regiões miseráveis da maior cidade cearense. 

 


O prefeiturável José Sarto (PDT) deverá crescer nos próximos dias na preferência eleitoral do fortalezense, contudo, é preciso acelerar o processo de massificação da sua marca política-eleitoral, como o sucessor do prefeito Roberto Cláudio (PDT), pois isso seria uma espécie de terceiro mandato da atual gestão municipal de Fortaleza. O desafio é conseguir entusiasmar a militância cirista-robertista que ainda está adormecida nos espaços públicos e nas redes sociais. As campanhas de vereadores da base governista não têm sido entusiastas com a campanha do candidato a prefeito, por isso acendeu o sinal amarelo, na cúpula do condomínio político-eleitoral do governador Camilo Santana (PT) e do senador Cid Gomes (PDT). 

 

A prefeiturável Luizianne Lins (PT) só tem uma estratégia política-eleitoral viável, que é impedir o avanço do prefeiturável governista, José Sarto (PDT), no seu antigo eleitorado lulista, nos bairros pobres fortalezenses. Luizianne Lins tem a compreensão do peso eleitoral do auxílio emergencial, por isso a centralização no combate ao anti-Ciro Gomes (PDT) e no anti-Roberto Cláudio (PDT), com o respaldo da direção nacional do Partido dos Trabalhadores. O anti-bolsonarismo deverá ser tarefa dos seguintes prefeituráveis: Renato Roseno (PSOL) e Anízio Melo (PC do B). 

 


O prefeiturável Heitor Férrer (SD) manterá a iniciativa de reconquistar os setores moderados, no campo ideológico da classe média tradicional. O seu companheiro de chapa majoritária, o deputado estadual Walter Cavalcante (MDB), tem feito bom trabalho de atrair o setor conservador dos movimentos carismáticos da capital cearense, para a campanha política-eleitoral da coligação Solidariedade e MDB. O papel do presidente estadual do MDB, o empresário Eunício Oliveira, ainda será importante nas regiões periféricas fortalezenses, para a massificação do nome do Heitor Férrer, como candidato a prefeito de Fortaleza.

 

A campanha da dupla Capitão Wagner e Kamila Cardoso tem um forte apelo popular, nas ruas e nas redes sociais, nos primeiros dias da campanha eleitoral. Os grupos bolsonaristas já estão na campanha da principal coligação partidária (PROS-PODE-PSC e Republicano) oposicionista a prefeitura de Fortaleza. O cidadão fortalezense dos estratos sociais mais pobres, sem dúvida vai olhar a candidatura do Capitão Wagner, com muito carinho, em função do auxílio emergencial do Governo Federal. 

 

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político 


Fortaleza, 01 de Outubro de 2020