sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Artigo no Jornal O Estado - Dilma Rousseff e o Ceará


O artigo que foi publicado na quarta - feira, 27 de novembro de 2013, no Caderno Opinião do Jornal O Estado:

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sempre procurou transformar a região do Nordeste em sua maior base político-eleitoral, nos seus oito anos de mandatos. Na sua reeleição para presidência da República, no ano de 2006, a sua base aliada elegeu os três principais governadores nordestinos: Bahia, Pernambuco e Ceará.

O governador eleito da Bahia foi o sindicalista Jacques Wagner, do Partido dos Trabalhadores, que foi reeleito no pleito eleitoral de 2010, ainda no primeiro turno. O governador eleito de Pernambuco foi o economista Eduardo Campos, do Partido Socialista Brasileiro, e no Ceará foi eleito outro socialista, o engenheiro Cid Gome. Ambos foram reeleitos, nas eleições estaduais de 2010, no primeiro turno.


O Planalto tinha três relações diferentes com os principais gestores públicos da Região Nordeste.O governador baiano Jacques Wagner é o maior representante do lulismo-petista entre os governadores nordestinos, com isso sempre foi o maior beneficiado, recebendo volumosos recursos públicos do governo federal. No segundo plano, estavam os governadores representantes do lulismo sem PT, que são os socialistas Eduardo Campos (PE) e o Cid Gomes (CE), mas era o governo do estado de Pernambuco, o maior beneficiado na parceria, com o Planalto.


A presidente Dilma Rousseff (PT), quando eleita no pleito eleitoral de 2010, no segundo turno, foi no mesmo período de reeleição, em primeiro turno dos três principais governadores da região Nordeste. O lulismo demonstrava a sua maior força político-eleitoral na segunda maior região eleitoral entre as cincos do Brasil. Dilma Rousseff sempre manteve uma relação próxima e estável, em termo administrativo, com o governador baiano Jacques Wagner (PT), o inverso acontecia com o governador pernambucano Eduardo Campos (PSB), nesses três primeiros anos de seu atual mandato.

O governador Cid Gomes sempre teve um papel secundário em relação aos seus dois pares nordestinos, mas já começa a receber um tratamento privilegiado do Planalto, no final do seu segundo mandato. A saída dos quadros do Partido Socialista Brasileiro para o Partido Republicano da Ordem Social, somente para apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), foi responsável por transformar o governador cearense no maior representante do lulismo sem PT da região nordestina.

A presidente Dilma Rousseff (PT) deverá priorizar a parceria administrativo-política nos próximos meses, com o governador cearense Cid Gomes (Pros) no mesmo nível do governador baiano Jacques Wagner (PT), em detrimento do seu provável concorrente na sucessão presidencial, o governador pernambucano Eduardo Campos (PSB). Cid Gomes (Pros) caminha para ser o segundo maior aliado do Planalto na região do Nordeste.


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