sábado, 23 de agosto de 2014

Artigo no Jornal O Estado: Fator Emocional - Marina Silva não é Eduardo Campos

O artigo que foi publicado na quinta - feira, 21 de Agosto de 2014, no Caderno Opinião do Jornal O Estado:
http://www.oestadoce.com.br/noticia/fator-emocional


A morte prematura do presidenciável Eduardo Campos (PSB) no dia 13 de agosto de 2014, já modificou o cenário eleitoral da sucessão da Presidência da República. O fator emocional será a marca política da candidatura da Marina Silva (PSB), em função da maneira como assumiu a vaga do titular da chapa majoritária do Partido Socialista Brasileiro.
A presidenciável Marina Silva (PSB) estava preparada para ser uma personagem secundária na corrida presidencial de 2014, atuando como a principal aliada do ex-governador Eduardo Campos (PSB), na vaga de vice-presidente, com pouca inserção no debate político-eleitoral, numa função de refém da estratégia de alianças regionais do palanque nacional do Partido Socialista Brasileiro.
O nome de Marina Silva como candidata a presidente da República foi confirmado pelo PSB durante essa semana. Temos, no cenário político, a incerteza de qual será o seu programa de governo, pois tanto poderá ser semelhante ao de sua candidatura ao Palácio do Planalto no último pleito eleitoral de 2010 ou como o atual programa do PSB, ou quem sabe ainda seja uma simbiose tentando acomodar as propostas e alianças defendidas por Eduardo Campos, com as suas antigas crenças de não realinhamento eleitoral com o PT e o PSDB nos estados. O PSB deseja a manutenção da estratégia de campanha no discurso ideológico, que não é o mesmo de sua nova candidata a presidência.
Nas eleições presidenciais do período atual da redemocratização (1985 – 2014), não tivemos nenhum candidato que tenha chegado em 3º lugar na corrida presidencial e que tenha conseguido repetir o mesmo desempenho na eleição seguinte: Leonel Brizola (1989), Enéas Carneiro (1994), Ciro Gomes (1998), Anthony Garotinho (2002), Heloísa Helena (2006). A presidenciável socialista Marina Silva terá cerca de dois minutos diários na propaganda eleitoral na TV e Rádio, com bem menos tempo que os seus principais adversários Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB). O novo palanque nacional tem o dobro de tempo em relação ao pleito eleitoral de 2010, quando tirou quase 20% dos votos válidos no primeiro turno.
A presidenciável Marina Silva (PSB) não terá tempo para rediscutir as alianças locais do Partido Socialista Brasileiro nos principais estados da federação brasileira. Marina Silva não tem interesse de subir nos palanques duplos construídos em torno do Partido dos Trabalhadores (Amapá, Paraíba e Rio de Janeiro) e do Partido da Social Democracia Brasileira (São Paulo e Paraná), que foram feitos por seu antecessor. O fator emocional é a principal marca político-eleitoral da liderança carismática da nova candidatura socialista, para a Presidência da República.

                               Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político


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