No inicio do século 20 havia
uma maneira atípica de manifestação política que era feita por textos ou
pasquins apócrifos, com o objetivo de banalizar a figura do homem público em questão.
Na cidade de Fortaleza não havia espaço para a liberdade de expressão nos
grandes veículos de comunicação (Jornais), por isso eram usados esses jornais clandestinos
para o debate popular.
A linguagem popularesca das
matérias publicadas já conseguia expressar a vulgarização do fato em todos os grupos
sociais de nossa ainda pequena capital cearense. O resultado prático dessa forma
de deturpação da imagem pública do individuo em questão, era que a noticia por
ser ao mesmo tempo fonte de informação e de entretenimento, era rapidamente compartilhada
nos bate-papos das praças, restaurantes e cafés.
O resultado quase sempre era
nefasto, em todas as rodas de conversas, para vitima dos comentários, pois
sempre havia uma anedota ou piada, que popularizava ainda mais o caso em questão. A manifestação
apolítica de estilo “Ceará Moleque” que sobreviveu, com a chegada da
liberdade de expressão nos meios de comunicação (Jornal, Televisão, Rádio,
Internet).
O espaço público abstrato do
Facebook e do Twitter, ainda mantém traços ou resquícios de um debate descontraído
que não é necessariamente politizado ao extremo, e sim pelo contrário, procura
ser mais humorístico, com uma vestimenta linguística
popular, sempre com uso de frases bombásticas,
acompanhadas com desenhos, charges e fotos.
O caso do Buffet do Palácio
da Abolição tem esse debate atravessado em direção a uma discussão animada ao
estilo informal das rodas de conversas nos espaços privados da sociedade civil.
A arte gráfica e o novo pasquim, com uso de várias charges que estão na
timeline do Facebook, Google+ e Twitter.
O ato de ser um grande bate-papo
comunitário sem ter algum grupo específico à frente da organização para usá-lo como
debate negativo em relação ao Governo estadual. O seu poder devastador poderá
ser ainda maior na popularidade do chefe do executivo, exatamente por esse
estilo informal de protesto despolitizado de ideias, mas político em questão da
indignação do cidadão- eleitor sobre o caso do preço dos serviços prestados ao
cerimonial do Palácio da Abolição. Pois contra fatos não há argumentos e a
indignação mesmo expressa de forma bem humorada é legitima.
Ótimas colocações Luiz. Parabéns.
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