terça-feira, 24 de outubro de 2023

O Eleitorado Conservador Fortalezense

 




O surgimento do eleitorado conservador fortalezense como força política-eleitoral aconteceu com a candidatura a prefeito de Fortaleza do deputado federal, Moroni Torgan, pelo PFL, no pleito eleitoral de 2000. Moroni Torgan teve aproximadamente 20% dos votos válidos no primeiro turno. No pleito eleitoral de Fortaleza de 2004, o candidato a prefeito do PFL teve quase 30% dos votos válidos, no primeiro turno, mas perdeu o segundo turno. Na terceira candidatura a prefeito de Fortaleza de Moroni Torgan ao executivo da capital cearense, o próprio teve quase 30% dos votos válidos no primeiro turno do pleito eleitoral de 2008, não tivemos segundo turno.  


O eleitorado conservador fortalezense na primeira década dos anos 2000, em sua grande maioria era do sexo masculino, com renda econômica de dois até cinco salários mínimos, e com nível educacional de ensino médio, e morador da periferia da capital cearense. A grande classe média baixa que não era apolítica e nem de extrema direita, contudo, não se sentia mais representada pelo MDB do prefeito Juraci Magalhães e nem se sentia representada pelo polo progressista fortalezense (PC do B e PT). A classe média tradicional local foi a grande responsável pela vitória da candidata petista, Luizianne Lins, nas eleições de 2004 e 2008. A baixa classe média representa politicamente o conservadorismo cristão e não segue os interesses políticos da classe média tradicional.  


A primeira campanha do Capitão Wagner para o cargo de prefeito de Fortaleza, no pleito eleitoral 2016, já trouxe uma grande frente partidária de oposição à reeleição do prefeito Roberto Cláudio (PDT), com os seguintes partidos: PR, MDB e PSDB. Capitão Wagner recebeu apoio da classe média tradicional e da classe média baixa, num discurso bem mais moderado do que o ex-deputado federal, Moroni Torgan, na década anterior. A votação de quase 33% dos votos válidos no primeiro turno, sem dúvida é uma consolidação no campo social do conservadorismo cristão (Católico e Evangélico). A extrema direita foi ator político coadjuvante.  


Luiz Cláudio Ferreira Barbosa é diretor-executivo da Consultoria LCFB 

2 comentários:

  1. Essa visão do conservadorismo acho que foi desvirtuada após o aparecimento do bolsonarismo aloprado

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  2. Há possibilidade do surgimento do conservadorismo social numa vertente ideológica pós-bolsonarista.

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