quarta-feira, 5 de outubro de 2022

A Polarização Afetiva: Jair Bolsonaro vs Lula

 



A polarização afetiva já é um termo da ciência política, para traduzir o embate político-eleitoral entre o lulismo versus o bolsonarismo, na sucessão presidencial de 2022. O fim do período de dois blocos partidários antagônicos, na política brasileira, sem dúvida terminou no segundo turno da sucessão presidencial entre o petista Fernando Haddad e o conservador Jair Bolsonaro, no pleito eleitoral de 2018. A maioria dos partidos brasileiros ficaram ausentes do restante do processo eleitoral. O afeto do eleitor é mais importante do que a preferência partidária ou até ideológica.

O eleitor repudia uma determinada candidatura majoritária ao cargo de presidente ou governador, pois a sua maior demanda cidadã é retirar algum grupo político do poder nacional ou do poder regional. No pleito eleitoral de 2018 nós tivemos esse quadro de retirada de várias elites locais do poder, e a saída da presidência da República do controle de uma agremiação partidária tradicional da Nova República: o MDB ( Sarney e Michel Temer), o PSDB (Fernando Henrique Cardoso) e o PT ( Lula e Dilma Rousseff).

O presidente Jair Bolsonaro (PL) é fruto da negação da classe política tradicional, como o principal candidato do afeto, no pleito eleitoral de 2018. Jair Bolsonaro não necessitava nem do apoio da máquina administrativa e nem do sistema partidário vigente da época. O eleitor anti-sistema de 2018 virou o eleitor pós - sistema de 2022. O afeto agora é positivo para a manutenção do grupo que está no poder central de Brasília, em relação ao eleitorado bolsonarista. O principal problema do atual presidente da República é não atrair o afeto eleitoral da maioria dos pobres brasileiros. O grande ativo do chefe do Governo Federal, é sem dúvida o apoio da maioria da classe média tradicional.

O ex-presidente Lula (PT) procura atrair o eleitorado de afeto negativo ao chefe do executivo do Governo Federal, no primeiro turno do pleito eleitoral de 2022. O lulismo deseja retirar o bolsonarismo do Palácio do Planalto, como um movimento idêntico da direita radical, a exatamente quatro anos atrás. É uma campanha presidencial alimentada pelo desejo político - institucional de retorno do lulopetismo como a principal força da política brasileira. É preciso frisar que não há uma exaltação das qualidades administrativas do ex-presidente Lula, mas, sim a exaltação das qualidades negativas do atual presidente da República, o ex-deputado federal Jair Bolsonaro, na reta final do primeiro turno de 2022.

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa é gerente-executivo da Consultoria LCFB


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