terça-feira, 18 de outubro de 2022

Bolsonarismo 2022

 



O Bolsonarismo é um estilo de governabilidade, porém, há agenda de pautas de direita radical. A grande maioria dos parlamentares eleitos na onda bolsonarista desse pleito eleitoral, não é oriunda das redes sociais, e sim da máquina administrativa ou já fazia parte de alguma instância do legislativo. O antipetismo não foi logicamente o principal discurso programático do eleitor de direita não centrista. O neobolsonarismo depende da máquina administrativa do Governo Federal, assim como de suas políticas públicas, nos estados e nos municípios.

O desaparecimento do campo democrático de centro-direita antibolsonarista, na política brasileira, é um fato consumado. Os seguintes partidos se tornaram médias ou pequenas agremiações partidárias: PSDB, Podemos, Cidadania e outros. O MDB e o União Brasil são representantes do centrão envergonhado. A federação partidária pró - Lula ( PT, PC do B e PV) vai tentar absorver os seguintes partidos de centro-esquerda, o PDT e o PSB, no decorrer do segundo turno, assim como fez em relação ao PSDB-Cidadania pró - Geraldo Alckmin (PSB).O ex-presidente Lula precisa sinalizar positivamente para os palanques regionais tucanos nos seguintes estados: Paraíba, Pernambuco, Espírito Santo e Rio Grande do Sul.

O orçamento secreto é o novo estágio do presidencialismo de compadrio, com a organização do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), e do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), pois recriaram o Centrão aliado do Governo Federal. O ex-presidente Lula teve quase 50% dos votos válidos, na sucessão presidencial, contudo, só elegeu um pouco mais ¼ do Congresso. O lulismo é muito reduzido ao carisma do Lula entre os eleitores de renda mais baixa e entre os nordestinos, como as suas principais clivagens eleitorais. Os congressistas pró - Governo Federal vão ser essenciais, nas regiões Norte e Nordeste, para a campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), no segundo turno.

O presidente Jair Bolsonaro precisa provar ao eleitor da classe média baixa de São Paulo e de Minas Gerais, a sua capacidade de governar para eles. A chave da provável vitória do bolsonarismo é o convencimento do eleitor paulista e do eleitor mineiro muito próximo da linha da pobreza extrema. O crescimento da avaliação do Governo Federal pode atrair o eleitorado da classe média alta, para referendar a reeleição do atual chefe do executivo do Palácio do Planalto. O ex-presidente Lula (PT) precisa atrair o eleitorado conservador dos grandes centros urbanos da direita liberal ou direita pró - mercado.

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa é gerente-executivo da Consultoria LCFB


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