quinta-feira, 31 de março de 2022

Jornal O Estado (Ceará) - Nova Política - 16 de Março de 2022

 



No pleito eleitoral de 2018 a classe média tradicional brasileira literalmente rejeitou a polarização presidencial entre o PT e o PSDB. O novo cenário era a polarização entre a nova política e a velha política. A tese da nova política elegeu grande bancada de parlamentares, como também vários governadores; e o mais importante, o presidente da República. Nas eleições municipais de 2020 não tivemos a participação do eleitorado pró-nova política, pois não havia a velha política para ser confrontada. No pleito eleitoral de 2022 o eleitorado deseja uma mudança radical no cenário de combate à corrupção.
  
A Consultoria LCFB tem feito uma série de análises sobre os principais tópicos de preocupação da opinião pública cearense. O resultado é muito intrigante nos quesitos da preocupação urgente do cidadão comum: desemprego, inflação, saúde, fome e combate à corrupção. Os boletins da Consultoria LCFB já  detectaram uma fagulha do eleitorado remanescente do movimento pró-Lava-Jato, na classe média tradicional cearense. O fenômeno político-eleitoral da moralização dos cargos públicos via ao voto, neste ano. A classe média tradicional está apenas num silêncio momentâneo.
  
O pleito eleitoral de 2022 a nível nacional e a nível local ainda mantém o duelo dos dois principais grupos políticos brasileiros, com ramificações regionais: o grupo do atual presidente contra o grupo do ex-presidente. É a nova polarização nacional e local, porém, ainda há uma parcela significativa do eleitorado que vai rejeitar essa polarização, para apoiar o movimento cívico-eleitoral a favor do combate à corrupção e renovação dos quadros públicos, através do voto. Os analistas políticos ainda procuram uma candidatura presidencial da outrora nova política, com o nome de terceira via.  
  
O advogado e procurador do Estado, Damião Tenório, foi o primeiro representante da sociedade civil a fazer o questionamento do não desaparecimento do eleitorado da nova política, no pleito eleitoral deste ano. A Consultoria LCFB começou um processo de investigação e localização desse potencial eleitorado adormecido ou não detectado nas pesquisas de opinião pública. O eleitorado pró-nova política será mais restrito nesse pleito eleitoral, em relação ao pleito eleitoral de 2018, todavia, assim mesmo será decisivo a nível nacional e a nível local. No período da campanha eleitoral do primeiro turno, na sua reta final, com certeza teremos a dimensão do voto de protesto.  
  
Luiz Cláudio Ferreira Barbosa é sociólogo

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