sexta-feira, 16 de abril de 2021

Camilo Santana e a Reorganização Lulopetismo Cearense

 



O governador Camilo Santana vai reorganizar o lulopetismo cearense, para essa nova onda popular-liberal favorável a uma candidatura do ex-presidente Lula, no próximo ano. Camilo Santana não vai romper nem com o senador Cid Gomes (PDT), e muito menos com o ex-governador Ciro Gomes (PDT) e com o senador Tasso Jereissati (PSDB), na sua própria sucessão a frente do Governo do Estado do Ceará, em 2022. A manutenção da frente social anti-Jair Bolsonaro é a principal meta política-eleitoral de Camilo Santana, nos próximos seis meses. 
 

O Partido dos Trabalhadores do Ceará já vai completar dezesseis anos, como ator político-administrativo, participante das últimas quatro gestões do Governo Estadual. O petismo cearense tem uma aliança de sucesso com os irmãos Gomes (Ciro-Cid-Ivo), sem precedentes na política local, pois nem o cirismo e nem o tassismo foram tão vitoriosos nas eleições conjuntas: Luizianne Lins PT (2004 no segundo turno), Cid Gomes PSB (2006), Luizianne Lins PT (2008), Cid Gomes PSB (2010), Camilo Santana PT (2014), Roberto Cláudio PDT (2016 no segundo turno), Camilo Santana PT (2018) e José Sarto PDT (2020 no segundo turno). O lulopetismo local precisa manter uma boa convivência com o bloco partidário PSDB (Tasso Jereissati) - PDT (Ciro Gomes), em função do inimigo político - eleitoral comum; o bolsonarismo institucional (governista) e os seus aliados na política alencarina: PROS-Podemos-Republicano-PSD-Progressista e PL. 

 


A polarização entre bolsonarismo institucional e o anti-bolsonarimo (neolulismo) é algo visível nas últimas pesquisas (eleitorais), nas últimas duas semanas, perante a opinião pública nacional. O ex-presidente Lula é atualmente o principal representante a nível político-eleitoral, como também institucional-social do anti-bolsonarismo. Lula acertou no campo do imaginário popular quando se colocou como uma espécie de antítese ao atual presidente, na área de saúde pública, em relação ao combate ao Covid-19. O surgimento do neolulismo como principal antagonista na esfera social ao bolsonarismo institucional, sem dúvida foi assimilado por parte da imprensa brasileira, como também pela classe política, e até mesmo por setores anti-bolsonaristas da classe média tradicional, nos principais centros urbanos do Brasil. 

 

O estilo político do governador Camilo Santana (PT) é de conciliador entre os aliados de várias matrizes ideológicas. Camilo Santana vai esperar a polarização eleitoral a nível nacional também acontecer na esfera política-eleitoral local. No mês de outubro teremos um quadro mais nítido do tamanho da popularidade e também o tamanho da impopularidade do presidente, Jair Bolsonaro, no Brasil, assim como no Ceará, e após esses dados, o chefe do executivo do Estado do Ceará vai tomar um posicionamento, em relação aos aliados históricos. A política cearense é refém do cenário de polarização entre situação (Jair Bolsonaro) e a principal liderança oposicionista a nível nacional: o ex-presidente Lula (PT). O governador Camilo Santana (PT) deverá incentivar o deputado estadual, Acrisio Sena (PT), a defender na tribuna da Assembleia Legislativa do Ceará, a manutenção da aliança política-administrativa entre os cirista-cidistas e os camilista-lulopetista, nesse período pré-eleitoral, em relação as eleições de 2022.  

 
 

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político



 

 

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