quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Artigo no Jornal O Otimista: Geraldo Alckmin

 



 

O atual vice-presidente da República, o médico Geraldo Alckmin, sem dúvida foi uma peça fundamental na construção da frente ampla que elegeu o presidente Lula (PT), para o seu terceiro mandato presidencial (2023-2026). Geraldo Alckmin saiu do PSDB e fez a sua filiação ao diretório nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB), pois deixou o espectro ideológico da centro-direita em direção ao espectro ideológico da centro-esquerda ou centrismo liberal. A mutação política-ideológica foi muito rápida, tornando Geraldo Alckmin um caso inédito na política nacional

 

O grupo político do ex-governador paulista, Geraldo Alckmin, em conjunto com o grupo político do atual ministro da Justiça, o ex-governador maranhense Flávio Dino, são as principais alas neosocialistas no diretório nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB). A ala histórica do PSB já havia, há muito tempo, aderido ao campo ideológico pró-mercado ou liberalismo social, porém, com um posicionamento ideológico de combate à direita radical durante o mandato presidencial do Jair Bolsonaro, no período entre 2019 até 2022.

 

As correntes socialistas simpatizantes ao lulopetismo durante o primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff (PT), já sairiam no segundo semestre de 2013, como por exemplo o grupo do ex-ministro Ciro Gomes, no Ceará. O recente grupo de neolulista que aderiu ao PSB nacional é do Maranhão sob a liderança do Flávio Dino, mas não é pró-petista. 

 


O presidente Lula (PT) usou o diretório nacional do Partido Socialista Brasileiro como veículo político-institucional, para receber o ex-governador paulista, Geraldo Alckmin, como o candidato vitorioso ao cargo de vice-presidente, na coligação partidária entre o PT e o PSB, no pleito eleitoral de 2022. Lula compreendeu que a bancada de parlamentares do PSB no Congresso ficou muito apequenada após as eleições de 2022, por isso fortaleceu a dupla de neosocialistas em detrimento aos socialistas históricos. Geraldo Alckmin tornou-se ministro da Indústria e Comércio e ainda fez o ex-governador paulista, Márcio França, o ministro de Portos e Aeroportos, já a indicação do neosocialista maranhense Flávio Dino; é da cota pessoal do presidente Lula (PT). 

 

A saída dada como certa do ministro Márcio França do Ministério de Portos e Aeroportos é um duro golpe político-administrativo ao grupo do vice-presidente, Geraldo Alckmin, como também reacende a vocação antipetista da ala histórica do Partido Socialista Brasileiro. Geraldo Alckmin manterá uma postura discreta, contudo, o seu grupo oriundo da política paulista, com certeza vai refazer o diálogo com a centro-direita e a direita, nos pleitos eleitorais nos municípios paulistas, no próximo ano. A direção nacional do Partido Socialista Brasileiro deve construir uma federação partidária, com os seguintes partidos, para as eleições estaduais de 2026: Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o Solidariedade.

 

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa é diretor-gerente da Consultoria LCFB 

 

 


2 comentários: