segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Moroni Bing Torgan e Três Décadas de Política Fortalezense

O ex-deputado federal e atual vice-prefeito de Fortaleza, Moroni Bing Torgan, já vai completar três décadas como homem público. O moronismo é a mais antiga corrente política da capital cearense. A análise desse momento histórico é importante, com destaque para as suas grandes vitórias bem como sua constante participação em onze eleições : 1990-1994-1998-2000-2002-2004-2006-2008-2012-2014 e 2016. Qual o papel do moronismo no pleito eleitoral de 2020, em Fortaleza? 

A primeira grande vitória do Moroni Bing Torgan foi a sua primeira eleição para deputado federal, no desconhecido Partido Democrático Cristão, no pleito eleitoral de 1990. A sua segunda chegada ao cargo parlamentar da Câmara Federal, já foi no ano de 1998, pelo PSDB. A sua terceira eleição foi em 2002 e depois de alguns anos ressurge em sua quarta eleição ao Congresso Baixo (Câmara) no ano de 2014; ambas pelo PFL-Democrata. Moroni Big Torgan tem histórico de duas décadas na sua atual agremiação partidária. A média de suas votações é algo acima de duzentos mil votos. 

A sua primeira disputa eleitoral para prefeito de Fortaleza, já foi uma grande surpresa, obteve a terceira colocação, no pleito eleitoral de 2000. Na sua segunda tentativa (2004) e terceira tentativa (2008), para a chefia do executivo da capital cearense, suas votações  o consolidaram como a segunda força da política fortalezense. Na eleição de 2012 o eleitorado alencarino já desejava alguma candidatura da base aliada do ex-presidente Lula e do governador Cid Gomes (PSB), como futuro prefeito de Fortaleza,deste modo não havia espaço para uma candidatura conservadora. No pleito eleitoral de 2016, para prefeito de Fortaleza, a participação de Moroni Bing Torgan, sem dúvida foi decisiva para reeleição do atual prefeito. 

A passagem de Moroni Bing Torgan na vice-governadoria (1995-1998), no segundo mandato de Tasso Jereissati, assim como a sua campanha ao Senado (2006), sem dúvida mostraram a sua força política-eleitoral, como liderança estadual. O polo conservador cearense é fruto do moronismo, sendo algo bem anterior a onda neoconservadora do bolsonarismo na atual política cearense. O deputado federal, Capitão Wagner (PROS), é indiscutivelmente o herdeiro indireto do moronismo. O wagnismo-bolsonarista necessita da base política-eleitoral do vice-prefeito Moroni Big Torgan, para conquistar o pleito eleitoral de 2020, em Fortaleza, ainda no primeiro turno. 


O apoio do deputado federal (eleito), Moroni Bing Torgan (DEM), no segundo turno do pleito eleitoral de 2014 ao governador (eleito), Camilo Santana (PT), foi primordial, para o desfecho daquela sucessão estadual. O cidadão-eleitor moronista na sua maior parcela ainda acompanhou o seu líder nas eleições de 2014 e 2016. No pleito eleitoral de 2018 não houve o encontro entre o eleitor conservador-liberal e o vice-prefeito Moroni Bing Torgan, em função do mesmo não fazer parte da onda bolsonarista no Ceará. Moroni Bing Torgan não foi beneficiado pela onda cirista-camilista, no primeiro turno das eleições do ano passado. O moronismo é excelente aliado do cirismo, porém nunca será corrente cirista, com força política-eleitoral.  

O vice-prefeito Moroni Bing Torgan necessita retornar ao polo conservador pró-Jair Bolsonaro e ao Partido do Lava-Jato (Sérgio Moro), com certa urgência política-eleitoral. O grupo político do deputado federal, Capitão Wagner (PROS) e do senador Luis Eduardo Girão (PODE) não são conservadores ao estilo bolsonarista, todavia, já mantêm estreita aliança, com o presidente Jair Bolsonaro e com os seus aliados cearenses na sociedade civil. O deputado federal, Heitor Freire (PSL), não tem capacidade para  ser o principal porta-voz do chefe do executivo do Governo Federal. O wagnismo-bolsonarista está num estado gasoso, em termos de grupo político, porém, no período eleitoral de 2020, não tenho dúvida da sua solidificação. 

O cidadão-eleitor fortalezense na sua grande maioria deverá investir numa candidatura a prefeito de Fortaleza, que não represente o continuísmo do atual grupo vigente no Palácio do Bispo. O prefeito Roberto Cláudio (PDT) tem bons índices de aprovação da sua atual gestão municipal. O problema é a fadiga do material político-eleitoral, pois o cidadão-eleitor já entende que estamos no terceiro mandato sobre a égide do grupo político do senador Cid Gomes na capital cearense: Luizianne Lins (2008) e Roberto Cláudio (2012)(2016). Os benefícios estruturais e os benefícios sociais da administração robertista-cirista já foram literalmente absorvidos pela opinião pública da maior cidade cearense.  


O fim do pacto entre o lulismo-camilista e o cirismo-cidista já não é suposição sociológica. É pura realidade política-eleitoral. O ex-presidente Lula deverá fazer a indicação do provável pré-candidato a prefeito de Fortaleza pela coligação PT-MDB, no pleito eleitoral de 2020. O governador Camilo Santana tem dois nomes petistas como o seu candidato a prefeito: Elmano de Freitas e Acrísio Senna. O PSD (Domingos Neto) e SD (Genecias Noronha) são prováveis aliados da frente partidária MDB-PT, como forças auxiliares, na capital cearense. Lula sabe que precisa derrotar o ex-governador Ciro Gomes na maior administração municipal pedetista no Brasil.  

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa sociólogo e consultor político 

Fortaleza, 16 de Setembro de 2019



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