terça-feira, 3 de setembro de 2019

Ciro Gomes e o Trabalhismo 4.0 ou Trabalhismo Liberal

Não há dúvida sobre a crise na imagem do presidente Jair Bolsonaro (PSL) perante a opinião pública. Entretanto assistimos a agenda econômica do ministro, Paulo Guedes, com amplo apoio entre os parlamentares e os atores sociais do mercado. O ex-governador Ciro Gomes mantém crítica negativa, em relação ao presidente e ao superministro das reformas estruturantes. Ciro Gomes, sem dúvida , encontra apoio nas críticas ao comportamento social de Jair Bolsonaro, a frente do Governo Federal. Já o posicionamento do pedetista, em relação ao ministro, Paulo Guedes, não tem ressonância nem mesmo dentro de sua agremiação partidária.

O ex-presidente Lula já compreendeu o espírito liberal de grande parcela da sociedade civil organizada brasileira. Lula orientou o Partido dos Trabalhadores a fazer parte da Reforma Tributária, como ator político propositivo na Câmara e no Senado. O lulismo-petista deverá ser o grande fiador da proposta de Reforma Tributaria do presidente da Câmara, assim como do presidente do Senado. É importante termos essa compreensão do teatro das sombras entre o Partido dos Trabalhadores e o grupo do centrão no Congresso. Lula deverá mandar o ex-prefeito Fernando Haddad manter crítica negativa a pessoa do presidente Jair Bolsonaro, porém o mesmo somente fará crítica positiva ao presidente da Câmara, o deputado federal Rodrigo Maia (DEM), como o responsável pela tramitação exemplar das mudanças na área tributária da União, com efeito cascata nos Estados e Municípios. 

O ex-governador Ciro Gomes precisa compreender que a sociedade civil organizada já absorveu a bandeira da reestruturação do serviço público, em todas as áreas de influência do Governo Federal. A bancada da Câmara (Federal) do Partido Democrático Trabalhista após a votação da MP da Liberdade Econômica, já demonstrou predisposição de apoio à agenda econômica do ministro, Paulo Guedes, e do bloco do centrão. Ciro Gomes tem condição de ser o contraponto positivo da Reforma Tributária, assim como faz o PODE e o Cidadania 23 (PPS), com os seus posicionamentos públicos de defesa da reestruturação da máquina administrativa do Governo Federal. O gueto político-ideológico da cúpula pedetista é fato consumado. É necessário o realinhamento do ex-governador Ciro Gomes com a maioria dos parlamentares trabalhistas no Congresso.

O ex-presidente Lula e o ex-prefeito, Fernando Haddad, vão tentar isolar ou destruir a liderança do ex-governador, Ciro Gomes (PDT), no espectro ideológico de centro-esquerda brasileiro. Lula já fez isso com o ex-governador, Leonel Brizola, nos anos 90. O lulismo-petista deseja reconquistar a confiança do mercado financeiro e dos seus atores sociais. Ciro Gomes deve refundar o trabalhismo brasileiro, com víeis social-liberal já presente nos parlamentares federais pedetistas. O trabalhismo liberal é a única saída do PDT, para não cair num isolamento produzido pelo ex-presidente Lula e o Partido dos Trabalhadores.

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa sociólogo e consultor político 

Fortaleza, 03 de setembro de 2019

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa


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