quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Avaliação da Política Cearense e Fortalezense - Parte 01


O condomínio político-administrativo do senador Cid Gomes (PDT) e do governador Camilo Santana (PT) não deverá se manter unido nos próximos meses. Os fatores dessa implosão são de ordem ou natureza de caráter interno. A incapacidade da manutenção da atual aliança de várias agremiações partidárias na base aliada do Governo Estadual e da Prefeitura de Fortaleza, pois ambas as maquinas administrativas estão nos limites dos seus gastos públicos. É a fadiga do material da longa aliança entre cirismo-cidista e o lulismo-camilista, com quase dezesseis anos (2003-2019) de convivência administrativa e eleitoral. 

O governador Camilo Santana (PT) e o ex-senador Eunício de Oliveira (MDB) deverão construir um novo bloco dominante da política alencarina. Os sócios secundários deverão ser o deputado federal, Domingos Neto (PSD), e o deputado federal, Genecias Noronha (SD), assim como algumas pequenas agremiações partidárias. O lançamento de uma candidatura  petista , na disputa eleitoral de Fortaleza, é sem dúvida o principal motivo do rompimento do governador Camilo Santana e do senador Cid Gomes, pois o primeiro deverá seguir a orientação do ex-presidente Lula, pois o mesmo deseja impor grande derrota política-eleitoral ao ex-governador Ciro Gomes e ao Partido Democrático Trabalhista secção nacional. 

O ex-presidente Lula deverá fazer a indicação do deputado estadual, Elmano de Freitas ou do deputado estadual, Acrísio Senna, como candidato ao cargo de prefeito de Fortaleza. A deputada federal, Luizianne Lins, não iria unificar a agremiação petista e muito menos tem a simpatia do bloco partidário (MDB-PSD-SD) auxiliar do governador Camilo Santana. Lula não vai permitir o processo natural de antropofagia entre e as correntes petistas fortalezenses. O centralismo lulista não vai permitir a perda de tempo na construção da chapa majoritária petista-emedebista para a prefeitura de Fortaleza. O deputado estadual, Danniel Oliveira, deverá ser o pré-candidato a vice-prefeito do pré-candidato a prefeito do Partido dos Trabalhadores, na capital cearense. 

O prefeito Roberto Cláudio (PDT) nos últimos sessentas dias já contabilizou a perda de três agremiações partidárias: PSC, Avante (PT do B) e PTC. Há possibilidade da saída do Patriota e do Democrata, em função dos interesses de suas cúpulas nacionais. As agremiações partidárias citadas nesse parágrafo; somente possuem o desejo de eleger os seus próprios deputados federais. O PTB deverá ir para o bloco partidário do governador Camilo Santana, no pleito eleitoral de 2020, em Fortaleza. Roberto Cláudio ainda terá muita dificuldade na negociação com as seguintes agremiações partidárias: PC do B e PSB. Os socialistas e os comunistas dependem dos petistas nas seguintes disputas eleitorais: Recife (PE) e São Luis (MA). O PSD e o Solidariedade (SD) vão entregar os cargos na administração municipal de Fortaleza, bem na véspera do início do primeiro turno.   

O PDT secção fortalezense deverá contar com o apoio do Cidadania (PPS) e o PRTB, como aliados de primeira ordem. O Partido Progressista (PP) ainda é a grande incógnita, em função da sua direção nacional, que não tem simpatia por nenhuma aliança de centro-esquerda nas eleições municipais. O Partido Liberal (PR) sob a liderança do prefeito Acilon Gonçalves (Eusébio) não vai aceitar ser apenas aliado secundário do grupo político do prefeito Roberto Cláudio (PDT). O ex-governador Ciro Gomes (PDT) vai trazer o grupo do senador Tasso Jereissati (PSDB) para a base aliada do atual chefe de executivo da capital cearense. O PSDB não deverá apoiar o PDT, pois a maioria das lideranças tucanas (Roberto Pessoa, Danilo Forte, Lúcio Alcântara e outros) são por natureza anti-Ferreira Gomes. O governador paulista, o empresário João Dória (PSDB), tem simpatia pela pré-candidatura do deputado federal, Capitão Wagner (PROS), para prefeito de Fortaleza.
  
O empresário Geraldo Luciano e a sua agremiação partidária (Novo) tem condição de fazer uma boa pontuação eleitoral no primeiro turno da sucessão municipal de Fortaleza, com algo entorno de 5% a 8% dos votos válidos. O Partido Social Liberal deverá ter a sua própria candidatura na capital cearense, com possibilidade de fazer entre 3% a 5% dos votos válidos. O deputado federal Célio Studart e o Partido Verde ainda não decidiram a sua própria relação pública. Temos então um campo eleitoral de 10% a 12% dos votos válidos para a prefeitura de Fortaleza não favoráveis num primeiro momento ao candidato pedetista.   

O deputado federal, Capitão Wagner, é o líder das forças oposicionistas partidárias (PROS-PODE-Avante-PSC-PTC e Outros), na política cearense. O DEM e o PSDB ainda poderão vir a apoiar o principal candidato a prefeito de Fortaleza, dos setores não-governamentais. O vice-prefeito fortalezense, Moroni Torgan, já não tem o mesmo capital político de outrora ( pleito eleitoral de 2016). É necessário a compreensão da divisão do bloco partidário governista, temos o surgimento do novo bloco partidário oposicionista com apoio das cúpulas partidárias de Brasília. Em síntese teremos entre três ou quatro candidatos a prefeito de Fortaleza, e todos com boas chances de irem ao segundo turno.  


Luiz Cláudio Ferreira Barbosa sociólogo e consultor político 

Fortaleza, 12 de Setembro de 2019 



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