terça-feira, 28 de novembro de 2017

O Futuro da Esquerda Democrática Brasileira: Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (REDE)?

A ex-senadora Marina Silva (REDE) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) vão iniciar um diálogo político-eleitoral, para a construção da nova frente partidária de centro-esquerda, com capacidade de chegar ao segundo turno da sucessão presidencial de 2018. A pré-candidatura presidencial do governador paulista, o médico Geraldo Alckmim, numa frente partidária de centro-direita, deverá ser o principal motivo de abertura de negociação entre o PDT e a REDE.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não vai unificar os partidos do campo democrático (PT-PDT-PSB-PC do B), na sua pré-candidatura ao terceiro mandato de presidente da República. Lula tem uma certa noção de que não será candidato, em função de sua condenação em segunda instância da Justiça Federal, com isso será barrado como ficha suja no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O presidenciável Ciro Gomes (PDT) não deverá mais esperar o apoio incondicional da direção nacional do Partido dos Trabalhadores, a sua postulação ao Palácio do Planalto. A presidenciável Marina Silva (REDE) não terá apoio incondicional do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e o Partido Popular Socialista (PPS) poderá apoiar as pretensões do governador Geraldo Alckmim (PSDB), para presidente da República.

A REDE e o PDT caso iniciem uma mesa de negociação dos seus respectivos diretórios nacionais, sem dúvida irão atrair num segundo momento os eleitores do campo progressista ou centro-esquerda. A coligação partidária PDT-REDE sem definição de cabeça de chapa majoritária, já colocaria agenda política-eleitoral de base ideológica ecológica e trabalhista em contraponto ao retorno do lulismo. O eleitor tradicional do ex-presidente Lula é na sua essência ideológica muito próximo do conservadorismo pró-Jair Messias Bolsonaro, em especial na região do Nordeste, com isso é necessária a união de Ciro Gomes e Marina Silva, para a recuperação de parte desse eleitorado lulista sem ideologia. 

A pré-candidatura presidencial do governador paulista Geraldo Alckmim (PSDB) deverá receber o apoio da maioria das agremiações de centro-direita: PSDB-PSD-PP-DEM-PR e PTB. Geraldo Alckmim ainda vai trabalhar no seu palanque, para a acomodação dos partidos de perfil de centro-esquerda: PSB-PPS-PHS-PV e Solidariedade. Os presidenciáveis Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (REDE) precisam criar fato político-eleitoral para sensibilizar o Partido dos Trabalhadores e o Partido Comunista do Brasil da necessidade de uma nova frente progressista, com condição de impedir o segundo turno da sucessão presidencial entre o tucano Geraldo Alckmim e o pós-liberal Jair Messias Bolsonaro.



Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político 

Fortaleza, 28 de Novembro de 2017


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