quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Camilo Santana e o Sérgio Moro - A Nova Aliança Política e Institucional

O governador Camilo Santana tem uma capacidade ímpar de construir uma aliança improvável no campo político-administrativo, porém, não impossível no campo institucional, com o ministro da Justiça, Sérgio Moro. Camilo Santana trouxe Sérgio Moro a Fortaleza, como um sinal de união do Governo Estadual e do Governo Federal, no caso específico da paralisação do setor público de segurança. O ministro Sérgio Moro também demonstrou grande capacidade de criação de uma agenda propositiva na área de segurança pública perante a opinião pública nacional. 

O condomínio político-administrativo do governador Camilo Santana (PT) e do senador Cid Gomes, já demonstra uma certa fadiga de rearranjo na área administrativa. Camilo Santana sem dúvida é a maior liderança política do grupo camilista-cidista que outrora era cidista-camilista. O grupo camilista-cidista não é como o seu grupo original (cidista-camilista) uma espécie de governo ônibus, com os governistas nas primeiras filas e os aliados menores no fundão, pois o novo modelo (camilista-cidistas) é um verdadeiro guarda-chuva ideológico, com a participação da maioria dos grupos políticos cearenses, seguindo esse novo modelo político-administrativo: lulismo-petista, cirismo-cidista, eunecismo (MDB), tassismo sem o PSDB, liberalismo social (Alexandre Pereira) e os bolsonaristas moderados (Sérgio Moro).

A retórica nós contra eles não funciona na lógica política-administrativa do governador cearense, Camilo Santana (PT), que já construiu uma espécie de pacificação no campo político estadual. Camilo Santana procura organizar um certo campo democrático de governabilidade ou parceria entre o Governo Estadual e o Governo Federal independente do presidente de plantão: Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro. É preciso compreender essa característica peculiar do governador, Camilo Santana, na qual tem a simpatia da opinião pública local e parte da opinião pública nacional. 

O ministro da Justiça, Sérgio Moro, é a feição da maior liderança política-administrativa do Governo Federal perante a opinião pública nacional. Sérgio Moro tem o seu menor índice de popularidade na região do Nordeste brasileiro, então como não pode fazer aliança na área política e administrativa como o presidente da República, Jair Bolsonaro, o ministro (Sérgio Moro) teve essa oportunidade de fazer uma aliança na área institucional, com o governador cearense, Camilo Santana (PT), no campo da Segurança Pública, desse modo poderá diminuir a sua rejeição nessa parte da federação brasileira. O bolsonarismo moderado deverá ser parte do grupo político-partidário do governador Camilo Santana (PT), numa provável agremiação partidária da base aliada governista: Partido Socialista Brasileiro (Denis Bezerra) ou Partido Liberal (Acilon Gonçalves). 

O deputado federal Capitão Wagner (PROS) é sem nenhuma dúvida o pré-candidato a prefeito de Fortaleza, com o apoio do setor conservador-liberal da sociedade civil fortalezense. Capitão Wagner não deverá adotar um discurso radical, em relação ao governador Camilo Santana (PT), dessa forma caso seja eleito prefeito da capital cearense não terá nenhuma dificuldade em construir uma nova parceria administrativa, com o Governo Estadual. O discurso eleitoral anticamilista não tem eco no eleitorado fortalezense, então, o principal pré-candidato (Capitão Wagner) das oposições não vai adotar essa estratégia. 


A pré-candidatura do Cidadania 23 (PPS) do empresário e secretário municipal, Alexandre Pereira, poderá ,nesse primeiro momento, ser a cristalização de uma futura candidatura camilista, para prefeito de Fortaleza. Alexandre Pereira tem a capacidade política e técnica para ser o candidato governista, com capacidade de adotar o modelo administrativo da Parceria Pública e Privada na Prefeitura de Fortaleza; e a necessidade implantar uma reforma fiscal no maior município cearense. O liberalismo social tem pré-candidatura natural na figura pública do neorepublicano: Alexandre Pereira.


O senador Cid Gomes deverá decidir pela candidatura própria pedetista a sucessão do prefeito fortalezense, Roberto Cláudio, somente na véspera do início da campanha eleitoral na televisão e rádio. Cid Gomes tem a compreensão de que no primeiro instante da pré-campanha da capital cearense, já poderemos assistir a uma provável migração do eleitorado cidista-robertista, para o pré-candidato do Partido Verde, o deputado federal Célio Studart, que surge como o principal adversário do pré-candidato oposicionista, o deputado federal Capitão Wagner (PROS), em função do vácuo político-eleitoral de uma candidatura própria governista municipal. 

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político 

Fortaleza, 27 de Fevereiro de 2020 



 

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