quarta-feira, 9 de outubro de 2019

A Segunda Avaliação da Política Cearense e Política Fortalezense

O processo de reaproximação do ex-governador, Ciro Gomes (PDT), e do senador Tasso Jereissati (PSDB), já é fato consumado perante a opinião pública. Ciro Gomes e Tasso Jereissati tentam diminuir a lacuna entre os seus grupos políticos. O tassismo caminha para ser subgrupo do cirismo-cidista, porém sem a participação do PSDB secção cearense. A reedição da modernidade conservadora sem a presença ou auxílio do Governo Estadual, mas somente o pacto entre Tasso Jereissati e Ciro Gomes. 

O governador Camilo Santana (PT) vai manter a sua aliança no campo privado, com o senador Cid Gomes (PDT), pois no espaço público já há divórcio político-eleitoral entre o cirismo e o lulismo, na esfera local e na esfera nacional. Camilo Santana deverá apoiar a pré-candidatura petista à prefeitura de Fortaleza, com o apoio do ex-senador Eunício de Oliveira e do MDB, no pleito eleitoral de 2020. Cid Gomes tentará reconstruir a ponte política-eleitoral entre o PT e o PDT, nos principais municípios cearenses, nas eleições do próximo ano.

O ex-presidente Lula não defende a manutenção da aliança entre o seu partido (PT) e o grupo político do ex-governador Ciro Gomes (PDT), na política nacional, com o seu reflexo na política local (Ceará). O lulismo-camilista tem a sua força oriunda do controle político-administrativo do Governo do Estado do Ceará, com isso tentará impor a sua hegemonia perante ao cirismo-cidista. Não há condição de PDT e o PT não estarem em palanques diferentes, no pleito eleitoral de Fortaleza de 2020. 

O deputado federal, Capitão Wagner (PROS), mostra capacidade ímpar de fazer as alianças locais via as suas relações nacionais: Wilson Witzel (PSC), João Doria (PSDB) e ACM Neto (DEM). É notório o interesse de muita liderança da política nacional em derrotar o ex-governador, Ciro Gomes, e o Partido Democrático Trabalhista, no pleito eleitoral de Fortaleza. O governador do Rio de Janeiro, o ex-juiz Wilson Witzel, já colocou a sua agremiação partidária (PSC), como aliado de primeira ordem do quase prefeiturável Capitão Wagner (PROS), o mesmo caminho será feito pelo o atual governador paulista (João Doria), em apoio ao principal pré-candidato anti-cirista, no pleito eleitoral de Fortaleza. O prefeito de Salvador e presidente nacional do Democrata, ACM Neto, tem interesse de ter o deputado federal, Capitão Wagner, como o pré-candidato a prefeito da capital cearense, na sua agremiação partidária.

O deputado estadual do PSOL, o advogado Renato Roseno, deverá ser o principal representante da esquerda fortalezense, no pleito eleitoral do próximo ano. Renato Roseno foi candidato a prefeito de Fortaleza, em duas oportunidades, com boas votações: 6% (2008) e 12% (2012). O PSOL poderá ser o maior partido fortalezense na classe média e nos movimentos sociais, após o pleito eleitoral de 2020, na capital cearense. O deputado estadual Heitor Férrer (SD) deverá ser a melhor opção de candidato a vice-prefeito de Fortaleza, na chapa majoritária encabeçada pelo deputado federal Capitão Wagner (PROS), no próximo ano.

O deputado federal Célio Studart (PV) é pré-candidato a prefeito de Fortaleza. O diretório nacional do Verde já definiu como prioridade a pré-candidatura de Célio Studart ao cargo de chefe do executivo do maior município cearense. É muito provável a boa votação dessa agremiação partidária entre os eleitores fortalezenses de concepção ideológica pró-meio-ambiente no primeiro turno da sucessão do prefeito Roberto Cláudio (PDT), daqui a doze meses. 

O filiado do Novo 30, o empresário Geraldo Luciano, é sem dúvida a grande incógnita do pleito eleitoral de Fortaleza de 2020. O Novo 30 deverá substituir o PSL na preferência do eleitorado de tendência liberal na área econômica e dos costumes, nos principais bairros da maior cidade alencarina. A onda laranja poderá impulsionar nova terceira via, com forte impacto eleitoral na grande classe média de renda baixa de Fortaleza: dois salários até cinco salários mínimos? Sim!

O prefeito Roberto Cláudio (PDT) não deve tentar usar a estratégia de lançamento da pré-candidatura a sua própria sucessão na prefeitura de Fortaleza, bem especificamente no seu grupo político-administrativo; na véspera do início do pleito eleitoral. Roberto Cláudio somente pode evitar a vitória do quase prefeiturável, Capitão Wagner (PROS), no primeiro turno. A ida de algum pré-candidato pedetista ao segundo turno, não é certeza, em função da pré-candidatura petista-emedebista, com a pulverização de pré-candidatos na terceira via no eleitorado fortalezense. O provável posicionamento do Cidadania-PPS e do empresário, Alexandre Pereira , foi tema no artigo anterior do Blog do Luiz Cláudio Ferreira Barbosa.

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa sociólogo e consultor político 

Fortaleza, 08 de Outubro de 2019



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