quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Blog do Eliomar de Lima - A pré-candidatura do PT e o incômodo de Guimarães

 



Acompanho há algumas semanas a movimentação do deputado federal José Airton Cirilo, que se coloca à disposição do PT para a disputa ao Governo do Ceará, nas eleições do próximo ano. Vi o aceno do ex-presidente Lula para a possibilidade do resgate da surpreendente campanha de 2002, quando o slogan "Lula lá e José Airton cá" levou o Estado à sua maior disputa da história, quando o candidato apoiado por todas as forças políticas do Ceará, à época, garantiu a eleição em segundo turno do tucano Lúcio Alcântara, por uma vantagem inferior a 0,05%.

Depois vi a manifestação espontânea do maior partido aliado do PT, nos governos Lula e Dilma, o MDB, à pré-candidatura José Airton, quando o ex-presidente do Congresso Nacional, Eunício Oliveira, acompanhou o aceno de Lula e divulgou nas redes sociais um adesivo de 2002.

Então ocorreu uma reunião em Brasília, entre José Airton e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.

Em seguida, o pré-candidato do PT ao Palácio da Abolição teve encontro com a "petista da gema" Luizianne Lins.

Apesar de todas as evidências, me permiti ao direito de avaliar a pré-candidatura de José Airton como "balão de ensaio" de partidos que permitem o lançamento de pré-candidatos para medir áreas de aceitação e de rejeição de suas legendas. Pensava assim até esta sexta-feira...

O incômodo do deputado federal José Guimarães com a pré-candidatura José Airton Cirilo, exposto na Coluna/Blog do jornalista Eliomar de Lima, na edição de hoje do O POVO, é a prova que José Airton não se trata de um "balão de ensaio".

Estigmatizado pela sociedade brasileira como mau exemplo de político, Guimarães tem pautado sua trajetória a interesses pessoais, não partidário e alheio ao público. Não fosse a influência do irmão José Genoíno, há muito já teria explicado as diversas rasteiras dadas contra o próprio PT.

Guimarães tem tentado "a qualquer custo" o apoio do PT a uma candidatura do PDT, ao Governo do Ceará, com o partido recebendo apoio recíproco ao Senado. Seu "quinhão", claro, a manutenção das indicações na máquina estadual, além de uma reeleição tranquila à Câmara Federal. Se vacilarem, ao Senado.

O "plano infalível" se desenvolve somente na cabeça do deputado estigmatizado, distante do que pretende o líder maior do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato ao Palácio do Planalto, que deverá travar no Ceará uma disputa por palanque contra o também presidenciável Ciro Gomes (PDT), além da possibilidade de Tasso Jereissati (PSDB).

Para tentar barrar a pré-candidatura de José Airton Cirilo, a qual Guimarães classifica como "bafafá" (menos que balão de ensaio), o deputado estigmatizado alega que "discutir candidatura agora ao Abolição não faz o menor sentido. (...) O momento é de reforçarmos a luta contra o governo Bolsonaro". Sequer atenta para os já acertos do PT a cargos majoritários em importantes colégios eleitorais, como Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia.

O incômodo de Guimarães certamente também passa pelo tal "palanque leal", idealizado por Lula e já disseminado por José Airton e Luizianne Lins, que sempre defenderam os interesses do partido e do público.

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político





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