quinta-feira, 26 de agosto de 2021

O Desenho Político e Eleitoral das Chapas (Deputado Federal )

 



No pleito eleitoral de 2018 somente tivemos a eleição de quatro deputados federais de perfil oposicionista em uma bancada de vinte dois parlamentares da Câmara: Roberto Pessoa (PSDB), Capitão Wagner (PROS), Heitor Freire (PSL) e Vaidon (PROS). Há uma previsão de aumento da bancada de deputados federais das oposições, no mínimo uma bancada com mais dez parlamentares. Na sua grande maioria serão parlamentares de primeiro mandato: Dayany Bittencourt (Republicano), André Fernandes (Republicano), Mayra Pinheiro (PTB), Delegado Cavalcante (PTB), Fernanda Pessoa (PSDB), Nelinho (PSDB) e outros. 

 

Os deputados federais oposicionistas vão tentar a reeleição ou recondução ao Congresso Baixo (Câmara), no próximo ano: Danilo Forte (PSDB), Moses Rodrigues (MDB) e Doutor Jaziel (PL). Há uma categoria dos parlamentares aliados do Planalto e do governador Camilo Santana (PT), porém, os mesmos vão escolher somente um lado, na tentativa de reeleição, no pleito eleitoral de 2022: Júnior Mano (PL), Genecias Noronha (Solidariedade) e Domingos Neto (PSD). A renovação da bancada cearense na Câmara será no mínimo de 40% e no máximo de 60%, pois teremos ex-secretários (Estadual), ex-prefeitos e profissionais liberais, como candidatos competitivos, nas seguintes agremiações partidárias: PT, PDT, PSB, DEM, Progressistas e PSD. 

 

A reforma política e eleitoral poderá trazer o voto distrital misto nas eleições de 2022, nos estados. A criação da federação partidária não agradaria aos grandes partidos ou às oligarquias partidárias: PT, PSL, Progressista, Republicano, PL, PSB, PSD, MDB e PSDB. Os partidos intermediários da política brasileira já trabalham na perspectiva de fusões de duas ou três agremiações partidárias, para a formação de novos partidos a partir do final do ano de 2022: PDT, PV, Cidadania (PPS), Podemos, PROS, Avante 70, PSL e outros. 

 


O grupo político do deputado federal, Capitão Wagner (PROS), e do senador, Eduardo Girão (Podemos), somente trabalhavam com a perspectiva de duas chapas proporcionais, para a Câmara: PROS (+ 60 mil votos) e o Podemos (- 60 mil votos). A pré-candidatura competitiva de Capitão Wagner à sucessão do governador Camilo Santana (PT), foi responsável pela multiplicação das chapas proporcionais oposicionistas: PROS, Podemos, PTB, Republicano, PSL e agora o MDB. Há possibilidade de mais agremiações partidárias governistas migrarem para a principal coligação oposicionista do Ceará.

 

O senador Cid Gomes (PDT) fez uma reengenharia política-eleitoral entre os seus deputados federais, assim como entre os candidatos competitivos ao parlamento federal do Congresso Baixo (Câmara). Cid Gomes trabalhava com a possibilidade de alocação de aliados, nos seguintes partidos fiéis ao governador Camilo Santana (PT): Progressista, PL DEM e o PSD. O presidente estadual do Progressistas, o deputado federal Antônio José Albuquerque, é totalmente fiel ao ministro da Casa Civil, o senador Ciro Nogueira (PI), com isso vai seguir a orientação do Planalto, em solo cearense. A direção estadual do Partido Liberal corre o perigo de ser substituída nos próximos dias ou meses, com isso é bem provável a ascensão do deputado federal, Doutor Jaziel, à presidência no diretório regional. 

 

O grupo político-eleitoral do ex-vice-governador, Domingos Filho, tem o controle do PSD, na política local, contudo, há certo grau de independência, em relação ao grupo do senador Cid Gomes (PDT), no caso de um papel secundário dessa agremiação partidária, na coligação majoritária entre o PSB, PDT e PT. Domingos Filho vai esperar a passagem do ex-presidente Lula pelo nosso estado, pois assim teremos uma radiografia, para onde vai o diretório estadual do Partido dos Trabalhadores, independente do posicionamento do governador Camilo Santana de apoio aos Ferreira Gomes. O presidente estadual do Democrata, o empresário Chiquinho Feitosa, já recebeu ordem do diretório nacional de sua agremiação partidária, para a eleição de uma bancada de deputados federais, na sua terra natal. Chiquinho Feitosa tem deputado federal quase efetivo, Aníbal Gomes, como também o deputado federal mais votado, no pleito eleitoral de 2014, o ex-vice-governador Moroni Bing Torgan, assim como pré-candidato a deputado federal oriundo de um grupo empresarial. O DEM vai se manter na base aliada do candidato da coligação governista. 

 

O governador Camilo Santana tem interesse em praticamente dobrar a bancada de deputados federais do Partido dos Trabalhadores, no Ceará. Sendo muito provável o retorno dos três atuais parlamentares petistas cearenses (Luizianne Lins, José Guimarães e José Airton), com a eleição de mais dois parlamentares petistas novatos. O senador Cid Gomes tem quase certeza da provável diminuição da bancada pedetista local entre os deputados federais cearenses. Cid Gomes vai tentar reconduzir o deputado federal, Leônidas Cristino, como vai ajudar parcialmente a reeleição dos seguintes deputados pedetistas: André Figueiredo e Eduardo Bismarck. O deputado federal Mauro Filho (PDT) é pré-candidato à sucessão do governador Camilo Santana (PT), na disputa interna do PDT. O futuro do deputado federal pedetista, Idilvan, está nas mãos da vice-governadora, Izolda Cela, e do seu grupo político. O destino do deputado federal pedetista, Roberto Monteiro, ainda é uma incógnita, no seu próprio grupo político. 

 

P.S - Somente após a passagem do ex-presidente Lula no Ceará, farei a minha avaliação do futuro do PSB, Cidadania e MDB.

 

                     Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político







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