sexta-feira, 26 de março de 2021

Jair Bolsonaro e a sua Base Aliada Cearense

 



O presidente Jair Bolsonaro sempre teve apoio da direita conservadora cristã cearense, com manifestações espontâneas, nas redes sociais durante a pré-campanha eleitoral e a própria campanha eleitoral. Jair Bolsonaro não ampliou praticamente essa base de apoio na política local (Ceará), no decorrer do ano de 2019. Os congressistas do estado do Ceará que votaram favorável a reforma da previdência do Governo Federal, sem dúvida não tinham afinidade com o governo federal, em função de suas agremiações partidárias: PSD, DEM, PSL, PL, PTB, MDB e Solidariedade. Os seguintes deputados federais sempre se declararam aliados de primeiro momento do presidente Jair Bolsonaro, no campo individual: Doutor Jaziel (PL) e Roberto Pessoa (PSDB). 

 

A crise mundial da Covid-19 foi a grande responsável pela criação do auxílio emergencial, no Brasil, com grande impacto social-econômico nas cidades cearenses, no ano passado (2020). Surgiu então, o bolsonarismo institucional caracterizado pelas políticas públicas das rendas mínimas, com distribuição de receitas financeiras diretamente as camadas mais pobres do estado do Ceará, sem a parceria do Governo Estadual e dos prefeitos. O excelente trabalho da Caixa Econômica foi o grande responsável pela movimentação de grandes volumes de dinheiro público, nos comércios das cidades, assim como tirou muito cearense da perspectiva de ir para abaixo da linha da pobreza de acordo, com a estatística do IBGE. O medo do desemprego foi sentido durante o ano de 2020, já o medo da fome ou a instabilidade alimentar foi diminuída entre os cearenses, no último ano. 

 


No segundo semestre de 2020 algumas agremiações a nível nacional começaram um processo de apoio ao presidente Jair Bolsonaro, nas votações do Congresso: PSD, MDB, Solidariedade PSDB, DEM e PL. Os parlamentares cearenses desses partidos também iniciaram um processo natural de aproximação com o Governo Federal: Genecias Noronha (Solidariedade), Roberto Pessoa (PSDB), Júnior Mano (PL), Doutor Jaziel (PL), Aníbal Gomes (DEM), Ronaldo Martins (Republicano), Moses Rodrigues (MDB), Pedro Arnon (PTB), Domingos Neto (PSD) e Antônio José Albuquerque (PP). Os deputados federais citados nesse parágrafo são inclinados a serem pró-Governo Federal, porém, na sua maioria, não serão adeptos das bandeiras bolsonaristas, na área da cultura e dos costumes. O deputado federal Doutor Jaziel (PL) é o único parlamentar cearense adepto da pauta ética-moral do presidente Jair Bolsonaro, assim como da agenda socioeconômica do Governo Federal.

 

O bloco partidário, PROS e Podemos (PODE), adota um posicionamento de independência, em relação ao presidente Jair Bolsonaro, todavia, sempre manteve uma aliança política-eleitoral, com os eleitores tradicionais do bolsonarismo cearense. O deputado federal Capitão Wagner (PROS) após a sua derrota no segundo turno do pleito eleitoral de Fortaleza, no ano passado, não pensou duas vezes, no seu apoio à candidatura vitoriosa do deputado federal, Arthur Lira (PP), a presidência da Câmara, nesse ano. Capitão Wagner passa por uma metamorfose política-eleitoral sem precedência na história cearense dos últimos vinte anos, para ser o principal aliado do Governo Federal e especificamente da militância bolsonarista. O senador Eduardo Girão (PODE) procura um alinhamento com o discurso conservador cristão das alas radicais do bolsonarismo local, porém, ainda mantém um certo distanciamento das articulações do Governo Federal, no Congresso Alto (Senado), no momento das votações, no plenário. O presidente estadual do PSL e deputado federal, Heitor Freire, tem muita dificuldade no diálogo, com o Governo Federal, como também perdeu apoio de setores pró-Bolsonaro, na sociedade civil.

 


No pleito eleitoral de 2022 a nível estadual, a maioria dos parlamentares pró-Governo Federal têm uma grande vontade de apoiar o candidato do governador Camilo Santana (PT); isso acontece nos seguintes diretórios estaduais partidários: PSD, PP, PTB e PL. A decisão final dessa equação política de ser governista cá e governista lá, sem dúvida será bem resolvida pelos diretórios nacionais dos partidos citados na frase anterior. Os seguintes diretórios regionais têm a quase certeza de não estarem na provável coligação de reeleição do presidente Jair Bolsonaro ou estarão neutros a nível nacional: PSDB, DEM PSL e MDB. O deputado federal Capitão Wagner e o senador Eduardo Girão independentes das cúpulas nacionais de suas agremiações partidárias (PROS e Podemos), sem dúvida vão apoiar a reeleição do atual chefe do executivo do Governo Federal, assim como o partido Republicano do pastor, Ronaldo Martins, vai seguir a mesma linha de apoio ao presidente Jair Bolsonaro.

 

O principal objetivo desse artigo é a construção do perfil político-eleitoral da bancada congressista cearense pró-Governo Federal, contudo, na sua maioria esses parlamentares não tem vocação para adotar o discurso de direita radical ou extrema direita do presidente Jair Bolsonaro. Os aliados (deputados federais e senadores) do governador Camilo Santana (PT), na base aliada do bolsonarismo institucional somente vão apoiar a candidatura pedetista ao Governo Estadual, no pleito eleitoral de 2022, após o aval das direções nacionais de suas agremiações partidárias. O presidente Jair Bolsonaro teve aproximadamente 22% dos votos válidos, no primeiro turno do pleito eleitoral de 2018, no Ceará. O Jair Bolsonaro na sua reeleição à presidência da República,  terá no  mínimo um terço do eleitorado cearense (33%), no primeiro turno, em todo estado. 

                                             

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político










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