sábado, 18 de julho de 2020

Qual o destino da dupla: Roberto Cláudio (PDT) e Moroni Torgan (DEM)? Eleições de 2020 em Fortaleza

Há exatamente  quatro anos se formou a chapa majoritária, para a prefeitura de Fortaleza, com os seguintes candidatos: Roberto Cláudio (Prefeito) e o Moroni Torgan (Vice-prefeito). O prefeito Roberto Cláudio (PDT) caminhava para a sua reeleição, no pleito eleitoral de 2016, e o deputado federal, Moroni Torgan (DEM), tinha recebido a maior votação (278 mil votos) no Ceará, para o seu quarto mandato a Câmara Federal, no pleito eleitoral de 2014. A coligação partidária entre o PDT e o Democrata saiu vitoriosa no pleito eleitoral de 2016, na capital cearense.

O ex-governador Cid Gomes (PDT) compreendeu o sentimento anti-petista e anti-cidista, nos dois turnos nas eleições de 2014 a nível estadual, no município de Fortaleza. A candidatura do MDB ao Governo Estadual, na época do senador, Eunício Oliveira, não venceu no Estado porem  teve 48% dos votos válidos em Fortaleza no primeiro turno, e no segundo turno teve 57 % dos votos, no pleito eleitoral de 2014, o que demonstrou seu crescimento  perante aos eleitores fortalezenses. Cid Gomes e o prefeito de Fortaleza, o médico Roberto Cláudio (PDT), não garantiram a maioria dos votos válidos, para a candidatura petista do Camilo Santana, com as seguintes votações: 38% no primeiro turno e 43% no segundo turno. 

O núcleo político-administrativo do ex-governador Cid Gomes (PDT), sempre soube que a vitória eleitoral do seu candidato, no pleito eleitoral municipal de Fortaleza, em 2012, foi resultado de um enorme sentimento anti-Luizianne Lins na classe média. Fato que gerou a vitória do Roberto Cláudio, para o mandato de 2013 até 2016 a prefeito de Fortaleza. A classe média fortalezense rejeitou a primeira candidatura ao Governo Estadual de Camilo Santana, no pleito eleitoral de 2014, num sentimento anti-petista, como tinha feito, com a candidatura de Elmano de Freitas, para o cargo de prefeito de Fortaleza, no pleito eleitoral de 2012. O sentimento anti-petista da classe média fortalezense foi percebido pelo ex-governador Cid Gomes (PDT), para o pleito eleitoral de 2016.

O prefeito Roberto Cláudio (PDT) foi para a sua reeleição (2016), com bons índices, na sua avaliação administrativa a frente da prefeitura de Fortaleza. Roberto Cláudio sempre foi rejeitado pela militância petista e por uma parte majoritária do eleitorado lulista da capital cearense, com isso era necessário uma interlocução, com o eleitorado de centro-direita e de extrema direita, no espectro ideológico de Fortaleza. O convite ao deputado federal, Moroni Torgan (DEM), para ser companheiro de chapa majoritária do prefeito de Fortaleza,  exerceu essa função de atrair os setores anti-petistas da classe média e o eleitorado extremamente conservador das periferias, no pleito eleitoral de 2016. 

A direção nacional do Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o ex-governador Ciro Gomes saíram em defesa da presidente Dilma Rousseff no processo de  impeachment movido pela Câmara Federal, no primeiro semestre de 2016. Esse apoio foi mantido no segundo semestre de 2016, quando o processo foi para o Senado, com o impedimento do mandato da presidente. O movimento pedetista-cirista colocou em colapso a estratégia da chapa majoritária fortalezense do PDT e do DEM, no pleito eleitoral de 2016, perante ao eleitorado de perfil conservador. A reeleição do prefeito Roberto Cláudio (PDT) somente foi possível, com o voto solidário do lulopetismo no segundo turno. A eleição do deputado federal Moroni Torgan (DEM) para o cargo de vice-prefeito de Fortaleza, no período de 2017 até 2020, foi de certa forma  o seu divórcio, com o eleitorado conservador fortalezense.


O prefeito de Fortaleza, o médico Roberto Cláudio, não deverá indicar o seu candidato a prefeito de Fortaleza, no pleito eleitoral desse ano, pela sigla partidária do PDT. Roberto Cláudio só tem a certeza de ser o candidato pedetista ao Governo Estadual, na sucessão estadual de 2022. O grupo robertista não tem cacife para fazer a indicação de duas candidaturas majoritárias, em detrimento das outras correntes cirista-cidistas nos pleitos eleitorais de 2020 e 2022. O vice-prefeito Moroni Torgan (DEM) poderá ser reconduzido à reeleição do seu atual cargo, no pleito eleitoral desse ano, em Fortaleza. 


O governador Camilo Santana (PT) transcendeu o sentimento anti-petista da classe média tradicional fortalezense, nas eleições de 2018. A chapa informal de Jair Bolsonaro para a presidência da República e de Camilo Santana para a sua reeleição ao cargo de chefe do executivo estadual, foi vitoriosa nos bairros tradicionais da classe média fortalezense, no primeiro turno do pleito eleitoral de 2018. Camilo Santana não é visto ou assimilado como petista ou mesmo cirista-cidista no espectro ideológico do eleitorado conservador da capital cearense. A pré-candidatura pedetista deverá ser menos robertista-cidista; e mais camilista. O bloco partidário PSB e PL deve ter um papel importante na consolidação do camilismo no eleitorado de Fortaleza, nesse ano. 

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político 

Fortaleza, 18 de Julho de 2020




Nenhum comentário:

Postar um comentário