domingo, 26 de janeiro de 2020

Camilo Santana e os Pesos e Contrapesos da pré-candidatura petista em Fortaleza / Acrisio Sena e o Bom Senso!

O governador Camilo Santana (PT) sempre foi a confluência do lulismo-petista e do cidismo, na política estadual, sendo  aliado estratégico do ex-governador Ciro Gomes (PDT), nos últimos pleitos eleitorais: 2014 (Ceará -Brasil), 2016 (Fortaleza) e 2018 (Ceará-Brasil). Camilo Santana é o único produto original do casamento político-administrativo-eleitoral entre o lulismo e o cirismo-cidista, no período (2003-2018) e ponto de convivência pacífica entre essas duas matrizes. O ex-presidente Lula e a direção nacional do Partido dos Trabalhadores vão tentar derrotar o grupo político de Ciro Gomes e do prefeito de Fortaleza, o médico Roberto Cláudio (PDT), nas eleições de 2020, todavia, o governador Camilo Santana (PT) não vai brigar com o senador Cid Gomes (PDT), pois ambos irão lançar uma candidatura conjunta, que não será do PT ou do PDT. 

No último pleito eleitoral da capital cearense, a reeleição do prefeito, Roberto Cláudio (PDT), teve  um fato fora da normalidade daquela eleição (2016), que era o sentimento de solidariedade entre petistas e os pedetistas contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (2011-2016), com isso tivemos o voto útil emocional a favor do chefe do executivo municipal, nos dois turnos. No segundo turno do pleito eleitoral nacional no estado do Ceará, no ano de 2018, já não tivemos o mesmo sentimento de solidariedade dos ciristas, em relação ao presidenciável petista, Fernando Haddad, contra o presidente eleito, o capitão Jair Bolsnonaro. 

O núcleo político do governador Camilo Santana (PT) não contou com o apoio do ex-governador Ciro Gomes (PDT), nem do senador eleito Cid Gomes (PDT) e do prefeito Roberto Cláudio (PDT), no segundo turno da eleição presidencial, em Fortaleza. O resultado foi quase a derrota da candidatura petista, com apoio dos pedetistas leais ao chefe do executivo do Governo Estadual, em detrimento da ausência das maiores lideranças cirista-cidistas estaduais, em solo fortalezense. A vitória do presidenciável Fernando Haddad (PT), somente aconteceu em função do trabalho árduo do governador Camilo Santana (PT), nas últimas setenta e duas horas, nas regiões periféricas da capital cearense. O resultado das urnas no segundo turno, em Fortaleza: Fernando Haddad (55%) e Jair Bolsonaro (45%).

O bolsonarismo fortalezense foi vitorioso no setor da classe média tradicional, no primeiro e segundo turno do pleito eleitoral de 2018, para presidente da República. Na eleição municipal de 2016, esse mesmo setor ou grupo de pressão (Classe Média Fortalezense), foi o grande responsável pela reeleição do prefeito Roberto Cláudio (PDT), para mais quatro anos a frente da Prefeitura de Fortaleza. O governador Camilo Santana (PT) e o senador Cid Gomes (PDT) têm noção da força política-eleitoral do pré-candidato (Capitão Wagner) a prefeito de Fortaleza como representante do principal grupo de oposição estadual, com apoio do Governo Federal.

No caso de serem lançadas duas pré-candidaturas governistas a sucessão do prefeito Roberto Cláudio (PDT), ambas terão um desempenho razoável nas periferias de Fortaleza, porém, não terão bons resultados eleitorais perante a classe média tradicional. 

O ex-senador Eunicio Oliveira e o MDB vão apoiar a pré-candidatura do deputado federal, Capitão Wagner (PROS), para prefeito de Fortaleza, em caso da pré-candidatura unificada do governador Camilo Santana (PT) e do senador Cid Gomes (PDT), não oriundas das agremiações partidárias de ambos. O deputado federal tucano, Roberto Pessoa, e a deputado estadual tucana, Fernanda Pessoa, vão apoiar o bloco partidário (PROS-PODE-PSC-Avante) nos pleitos eleitorais de Fortaleza e de Maracanaú. O governador paulista, João Doria, não tem interesse em permitir que o PSDB estadual  e o DEM estadual se tornem satélites do presidenciável cearense, Ciro Gomes, por isso não há condição do lançamento da pré-candidatura a prefeito de Fortaleza dessas duas agremiações partidárias, em conjunto, no município de Fortaleza. 

O pré-candidato ao executivo da prefeitura de Fortaleza do PSOL, o advogado Renato Roseno, assim como o pré-candidato do PV, o advogado Célio Studart, vão ser as melhores opções do eleitor social liberal local, no pleito eleitoral desse ano. As duas pré-candidaturas vão tirar voto do candidato apoiado pelo prefeito Roberto Cláudio (PDT), e muito pouco voto do pré-candidato, Capitão Wagner (PROS), que terá uma votação muito boa entre o eleitorado conservador liberal da capital cearense. O eleitor de perfil total liberal ou pró-mercado deverá acompanhar naturalmente a pré-candidatura do empresário e secretário municipal, Alexandre Pereira (Cidadania), ao cargo executivo da maior cidade do estado do Ceará. Alexandre Pereira poderá ser a grande surpresa no primeiro turno das eleições, em Fortaleza, que não foi analisado pela imprensa e nem pelos analistas políticos cearenses, e muito menos pelo prefeito Roberto Cláudio (PDT) e pelo governador Camilo Santana (PT), no tabuleiro político-eleitoral de nossa capital. 


O deputado estadual, Acrisio Sena, demonstrou uma capacidade ímpar ao chamar o Partido dos Trabalhadores (PT), para um diálogo aberto, com o governador Camilo Santana, sobre o pleito eleitoral de Fortaleza. Acrisio Sena compreende o poder do camilismo perante a opinião pública fortalezense, percebendo esse grande peso político, no pleito eleitoral de 2020. O lulismo-petista é muito menor na dimensão eleitoral, em relação ao governador Camilo Santana, na capital cearense. Os petistas vão construir a sua candidatura própria à prefeito de Fortaleza, ocorrendo então o divórcio político-eleitoral, com o trabalhismo-pedetista, e  tal fato tornaria difícil uma união num eventual segundo turno ou voto útil anti-cirista, para o pré-candidato do PROS, o deputado federal Capitão Wagner, no primeiro final de semana do mês outubro de 2020.

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa sociólogo e consultor político

Fortaleza, 26 de Janeiro de 2020




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