segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Paulo Guedes e os seus apoiadores informais no Ceará: Alexandre Pereira e Geraldo Luciano



O ministro da Economia, Paulo Guedes, após a aprovação da Reforma da Previdência no Congresso,  foi o responsável pelo surgimento da corrente governista guedista-bolsonarista. O atual Governo Federal tem três correntes internas: bolsonarismo-olavista, guedismo-bolsonarista e morismo -bolsonarista. A única corrente que possui diálogo aberto, com o Congresso ( Câmara e Senado) é a do superministro Paulo Guedes.

A PEC do novo Pacto Federativo é sem dúvida o plano administrativo-político mais ambicioso,  após a promulgação da Constituinte de 1988, na história recente do Brasil. Existe a necessidade urgente de reorganização das finanças públicas dos seus entes federativos: União, Estados e Municípios. O setor produtivo e o mercado financeiro são os grandes fiadores perante a sociedade civil do Plano Paulo Guedes de equilíbrio fiscal no setor público brasileiro. A maioria dos analistas econômicos da imprensa brasileira também defedem o pacote governista de finanças públicas. 

Há no primeiro escalão do Governo Federal três lideranças da corrente guedista-bolsonarista: ministro Paulo Guedes (Economia), ministra Tereza Cristina (Agricultura) e ministro Tarcísio Gomes (Infraestrutura). O triunvirato ministerial é responsável por uma boa parte dos dados positivos dos primeiros trezentos dias do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) à frente da União. Aos poucos nos estados começaram a surgir os defensores da Reforma Tributária e do novo Pacto Federativo.  Os guedistas são bolsonaristas moderados ou não bolsonaristas, porém são defensores dos princípios liberais nas políticas públicas das seguintes áreas: Econômica, Tributária e Administrativa. 

As classes sociais C, D e E já perderam há muito tempo o poder de consumo, assim como convivem com a precarização do mundo do trabalho. A cidadania plena é algo impensável para a grande maioria da população brasileira. O cidadão-contribuinte de baixa renda, entre zero até dois salários mínimos não tem noção dos preceitos liberais na área de finanças públicas, porém os mesmos são desejosos de melhorias dos serviços públicos essenciais: Saúde, Transporte Público e Educação. 

A classe média baixa ,com ganho salarial de dois até cinco salários mínimos, já tem nível educacional acima dos seus conterrâneos, que estão quase abaixo da linha da pobreza. O cidadão-contribuinte  que pertence a classe média já tem uma capacidade de compreensão do equilíbrio das finanças públicas e a diminuição da carga tributária, assim como já votaria num candidato de perfil liberal para o executivo, como maior exemplo temos os governadores eleitos nas regiões Sul e Sudeste, no pleito eleitoral de 2018; pois todos são adeptos da linha econômica liberal do ministro Paulo Guedes.

As classes sociais A e B há muito tempo são críticas dos impostos dos bens de consumos. O cidadão-contribuinte da classe social B, com média salarial de cinco até dez salários mínimos, já não consegue pagar o seu plano de saúde, assim como os juros altos do cartão de crédito. O setor educacional privado (Primário, Secundarista e Universitário) é todo direcionado a classe média alta, mas com sinal de evasão de alunos, nas suas instituições educacionais. O alto índice de desemprego entre os brasileiros de nível superior tem eco nas reivindicações dos setores sociais mais abastados da economia brasileira. 

A classe média tradicional fortalezense deverá apoiar a candidatura a prefeito de Fortaleza, com o discurso de reestruturação das finanças públicas. A diminuição do quadro de comissionados e terceirizados na próxima gestão é pauta política-eleitoral muito forte nos setores organizados da sociedade civil. A própria imprensa tradicional (Rádio, Jornal e Televisão) já faz essa pauta nos seus editoriais políticos e econômicos. O público apresenta tendência conservadora na área moral, porém defende mudanças liberais nas políticas públicas da Prefeitura de Fortaleza,  esse dado  foi comprovado  após o presidente Jair Bolsonaro (PSL) ter recebido 35% dos votos válidos no primeiro turno nas eleições de 2018, na capital cearense.


É preciso a compreensão de que a pauta do pacote econômico enviado pelo ministro, Paulo Guedes, ao Congresso Nacional, com certeza vai guiar o debate público, como aconteceu com a Reforma da Previdência. O Cidadania 23 (PPS) deverá iniciar uma série de debates internos ainda nesse final de ano sobre os principais pontos da Reforma Tributária e do novo Pacto Federativo. O empresário e presidente estadual do Cidadania 23, o secretário municipal Alexandre Pereira, terá grande oportunidade de expor a sua experiência como gestor público, assim como a necessidade de diminuição da burocracia nas estâncias administrativas públicas. O Centro Democrático Fortalezense (CDF) deverá ser fórum econômico e administrativo interno do Cidadania 23 secção cearense, porém aberta ao público.


A direção nacional do Novo 30 deverá apoiar quase na íntegra o projeto de reestruturação do setor público do Governo Federal. O ministro da Economia, Paulo Guedes, deverá usar a bancada dessa agremiação partidária de perfil ideológico liberal, como os principais defensores do novo Pacto Federativo e das outras reformas econômicas, nas principais comissões da Câmara. O empresário e filiado do Novo 30, Geraldo Luciano, deverá iniciar uma série de palestras e de simpósios de defesa da remodelação do setor público via o Congresso.

O Cidadania 23 e o Novo 30 têm grande oportunidade de atrair o eleitorado de perfil liberal, para as suas fileiras partidárias, nos próximos meses. É muito salutar essa concorrência local na defesa das três PECs do ministro da economia, Paulo Guedes, em tramitação no Congresso. Existe a  possibilidade de termos duas novas vias no campo político durante a pré-campanha eleitoral da sucessão da Prefeitura de Fortaleza, no próximo ano: Social Liberal (Cidadania 23) e Liberal (Novo 30).

O Partido Social Liberal (PSL) secção cearense ainda vai permanecer numa crise interna, nos próximos dias. O Democrata (DEM) ainda permanece no campo especulativo sobre o seu futuro na política local. O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) caminha para uma rota de colisão política-eleitoral, com o presidente da República, assim como os tucanos cearenses que vão seguir a orientação do governador João Doria (SP). Os partidos (PP, PSD, MDB e outros) do Centrão no Congresso vão seguir o presidente da Câmara e do Senado, na discussão do pacote econômico, com isso as suas lideranças locais não deverão atuar livremente perante a opinião pública cearense. Os empresários Alexandre Pereira e  Geraldo Luciano são os apoiadores naturais e ao mesmo tempo informais do pacote administrativo-político do ministro da Economia, Paulo Guedes, em solo cearense.

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa sociólogo e consultor político

Fortaleza, 11 de Novembro de 2019 


 

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