O ministro
da Economia, Paulo Guedes, após a aprovação da Reforma da Previdência no
Congresso, foi o responsável pelo
surgimento da corrente governista guedista-bolsonarista. O atual Governo
Federal tem três correntes internas: bolsonarismo-olavista,
guedismo-bolsonarista e morismo -bolsonarista. A única corrente que possui
diálogo aberto, com o Congresso ( Câmara e Senado) é a do superministro Paulo
Guedes.
A PEC do
novo Pacto Federativo é sem dúvida o plano administrativo-político mais
ambicioso, após a promulgação da Constituinte de 1988, na história
recente do Brasil. Existe a necessidade urgente de reorganização das finanças
públicas dos seus entes federativos: União, Estados e Municípios. O setor
produtivo e o mercado financeiro são os grandes fiadores perante a sociedade
civil do Plano Paulo Guedes de equilíbrio fiscal no setor público brasileiro. A
maioria dos analistas econômicos da imprensa brasileira também defedem o pacote
governista de finanças públicas.
Há no
primeiro escalão do Governo Federal três lideranças da corrente
guedista-bolsonarista: ministro Paulo Guedes (Economia), ministra Tereza
Cristina (Agricultura) e ministro Tarcísio Gomes (Infraestrutura). O
triunvirato ministerial é responsável por uma boa parte dos dados positivos dos
primeiros trezentos dias do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) à frente
da União. Aos poucos nos estados começaram a surgir os defensores da Reforma
Tributária e do novo Pacto Federativo. Os guedistas são bolsonaristas
moderados ou não bolsonaristas, porém são defensores dos princípios liberais
nas políticas públicas das seguintes áreas: Econômica, Tributária e
Administrativa.
As classes
sociais C, D e E já perderam há muito tempo o poder de consumo, assim como
convivem com a precarização do mundo do trabalho. A cidadania plena é algo
impensável para a grande maioria da população brasileira. O
cidadão-contribuinte de baixa renda, entre zero até dois salários mínimos não
tem noção dos preceitos liberais na área de finanças públicas, porém os mesmos
são desejosos de melhorias dos serviços públicos essenciais: Saúde, Transporte
Público e Educação.
A classe
média baixa ,com ganho salarial de dois até cinco salários mínimos, já tem
nível educacional acima dos seus conterrâneos, que estão quase abaixo da linha
da pobreza. O cidadão-contribuinte que pertence
a classe média já tem uma capacidade de compreensão do equilíbrio das finanças
públicas e a diminuição da carga tributária, assim como já votaria num
candidato de perfil liberal para o executivo, como maior exemplo temos os
governadores eleitos nas regiões Sul e Sudeste, no pleito eleitoral de 2018;
pois todos são adeptos da linha econômica liberal do ministro Paulo Guedes.
As classes
sociais A e B há muito tempo são críticas dos impostos dos bens de consumos. O
cidadão-contribuinte da classe social B, com média salarial de cinco até dez
salários mínimos, já não consegue pagar o seu plano de saúde, assim como os
juros altos do cartão de crédito. O setor educacional privado (Primário,
Secundarista e Universitário) é todo direcionado a classe média alta, mas com
sinal de evasão de alunos, nas suas instituições educacionais. O alto índice de
desemprego entre os brasileiros de nível superior tem eco nas reivindicações
dos setores sociais mais abastados da economia brasileira.
A classe
média tradicional fortalezense deverá apoiar a candidatura a prefeito de
Fortaleza, com o discurso de reestruturação das finanças públicas. A diminuição
do quadro de comissionados e terceirizados na próxima gestão é pauta
política-eleitoral muito forte nos setores organizados da sociedade civil. A
própria imprensa tradicional (Rádio, Jornal e Televisão) já faz essa pauta nos
seus editoriais políticos e econômicos. O público apresenta tendência
conservadora na área moral, porém defende mudanças liberais nas políticas
públicas da Prefeitura de Fortaleza, esse dado
foi comprovado após o presidente
Jair Bolsonaro (PSL) ter recebido 35% dos votos válidos no primeiro turno nas
eleições de 2018, na capital cearense.
É preciso a
compreensão de que a pauta do pacote econômico enviado pelo ministro, Paulo
Guedes, ao Congresso Nacional, com certeza vai guiar o debate público, como
aconteceu com a Reforma da Previdência. O Cidadania 23 (PPS) deverá iniciar uma
série de debates internos ainda nesse final de ano sobre os principais pontos
da Reforma Tributária e do novo Pacto Federativo. O empresário e presidente
estadual do Cidadania 23, o secretário municipal Alexandre Pereira, terá grande
oportunidade de expor a sua experiência como gestor público, assim como a
necessidade de diminuição da burocracia nas estâncias administrativas públicas.
O Centro Democrático Fortalezense (CDF) deverá ser fórum econômico e
administrativo interno do Cidadania 23 secção cearense, porém aberta ao
público.
A direção
nacional do Novo 30 deverá apoiar quase na íntegra o projeto de reestruturação
do setor público do Governo Federal. O ministro da Economia, Paulo Guedes,
deverá usar a bancada dessa agremiação partidária de perfil ideológico liberal,
como os principais defensores do novo Pacto Federativo e das outras reformas
econômicas, nas principais comissões da Câmara. O empresário e filiado do Novo
30, Geraldo Luciano, deverá iniciar uma série de palestras e de simpósios de
defesa da remodelação do setor público via o Congresso.
O
Cidadania 23 e o Novo 30 têm grande oportunidade de atrair o eleitorado de
perfil liberal, para as suas fileiras partidárias, nos próximos meses. É muito
salutar essa concorrência local na defesa das três PECs do ministro da
economia, Paulo Guedes, em tramitação no Congresso. Existe a possibilidade de termos duas novas vias no
campo político durante a pré-campanha eleitoral da sucessão da Prefeitura de
Fortaleza, no próximo ano: Social Liberal (Cidadania 23) e Liberal (Novo 30).
O Partido
Social Liberal (PSL) secção cearense ainda vai permanecer numa crise interna,
nos próximos dias. O Democrata (DEM) ainda permanece no campo especulativo
sobre o seu futuro na política local. O Partido da Social Democracia Brasileira
(PSDB) caminha para uma rota de colisão política-eleitoral, com o presidente da
República, assim como os tucanos cearenses que vão seguir a orientação do
governador João Doria (SP). Os partidos (PP, PSD, MDB e outros) do Centrão no
Congresso vão seguir o presidente da Câmara e do Senado, na discussão do pacote
econômico, com isso as suas lideranças locais não deverão atuar livremente
perante a opinião pública cearense. Os empresários Alexandre Pereira e Geraldo Luciano são os apoiadores naturais e
ao mesmo tempo informais do pacote administrativo-político do ministro da
Economia, Paulo Guedes, em solo cearense.
Luiz Cláudio Ferreira Barbosa
sociólogo e consultor político
Fortaleza, 11 de Novembro de
2019
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