domingo, 1 de maio de 2016

Michel Temer e a Reconfiguração da Política Cearense




O vice-presidente Michel Temer (PMDB) deverá assumir a presidência da República ainda na primeira quinzena do mês de maio. O futuro presidente interino vai anunciar o seu provável ministério, no decorrer dessa semana. A política cearense deverá sofrer uma nova configuração da macro-política, com a inversão de vários papeis dos atores partidários. A nova base governista do Planalto será grande e pulverizada, com várias lideranças.


A presidente Dilma Rousseff (PT) sempre negociava com o ex-governador Cid Gomes (PDT) e o governador Camilo Santana (PT), como aliados de primeira ordem, que ainda têm o prefeito de Fortaleza, o médico Roberto Cláudio (PDT) e o presidente da Câmara Municipal, o vereador Salmito Filho (PDT), que participam do condomínio político-administrativo sob a liderança do ex-governador Ciro Gomes (PDT). O senador Eunício Oliveira (PMDB) representava o segundo grupo de apoio ao período administrativo da Era Lula – Dilma Rousseff na política cearense, nos últimos 18 meses. 


Luiz Cláudio Ferreira Barbosa
O presidente interino Michel Temer (PMDB) deverá negociar com uma base aliada na política cearense, bem diferente de sua antecessora, pois vai ser preciso muito dialogo  com várias lideranças de muitas matrizes partidárias: o senador Eunício Oliveira (PMDB); o deputado federal Danilo Forte (PSB); o deputado federal Pastor Ronaldo Martins (PRB); o deputado federal Genecias Noronha (SD); o deputado federal Moroni Torgan (DEM) e o empresário Alexandre Pereira (PPS). As lideranças citadas são compostas pelos presidentes regionais de seus respectivos partidos. O Partido da República secção local tem ala pró-Michel Temer: o ex-governador Lúcio Alcântara e o deputado federal Cabo Sabino. 


O maior grupo político, que controla o Governo do Estado do Ceará e os principais municípios cearenses (Fortaleza, Sobral e outros), não será aliado no primeiro momento ao presidente Michel Temer (PMDB). O Palácio do Planalto poderá aumentar o poder político-eleitoral da base aliada pró-Michel Temer no decorrer dos próximos dias, com vários cargos ou autarquias federais, em solo cearense. A dinâmica da relação institucional do governador Camilo Santana (PT) e o presidente interino Michel Temer (PMDB), já caminha para um primeiro momento de confronto, mas poderá haver uma aproximação entre essas lideranças, em nome da governabilidade.  


              Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político



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