quarta-feira, 26 de abril de 2017

Camilo Santana e a Encruzilhada Lulista-Petista no Ceará




O fim da invencibilidade do bloco lulista-petista e aliados regionais na política nacional, sem dúvida vai ter reflexo no cenário eleitoral do Ceará. O governador Camilo Santana (PT) compreende que não existem mais os cenários eleitorais pró-Lula-Cid Gomes: 2006, 2010 e 2014. O provável quadro da sucessão estadual deverá ser de total dependência política do desempenho pessoal do chefe do executivo.


O ex-governador Cid Gomes (PDT) tem noção do fim do campo hegemônico na política cearense do seu grupo político-administrativo, sem o respaldo do Governo Federal. Cid Gomes foi beneficiado pelo alto índice de popularidade da Era Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), como também pelo abundante repasse de recursos financeiros do Governo Federal para o Governo Estadual, que foi mantido no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff (PT).


O governador Camilo Santana (PT) ainda tem lembrança do processo político-eleitoral do ex-governador Lúcio Alcântara (PR), que foi obrigado a enfrentar uma frente partidária, com apoio do Governo Federal, na eleição estadual de 2006, quando o mesmo não foi reeleito. Camilo Santana compreende o poder de uma oposição turbinada politicamente pelo Governo Federal.


A candidatura presidencial do ex-ministro, Ciro Gomes (PDT), não garante alavancar a reeleição do governador Camilo Santana (PT), pois no pleito eleitoral de 2002, o bloco político-administrativo tassista-cirista quase não elegeu o governador Lúcio Alcântara contra a frente partidária, com o apoio do futuro Governo Federal. A reeleição do governador Camilo Santana mais lembra o cenário de 2006 do que a reeleição do seu antecessor à frente do Governo do Estado do Ceará, no pleito eleitoral de 2010.


Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político

Fortaleza, 26 de Abril de 2017


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