segunda-feira, 6 de junho de 2016

Avaliação da Sucessão Municipal de Fortaleza - Parte 01 - Roberto Cláudio e as Dissidências da Base Governista





Luiz Cláudio Ferreira Barbosa


O processo sucessório do prefeito Roberto Cláudio (PDT) começa a acontecer por conta do calendário do Tribunal Regional Eleitoral. Roberto Cláudio não demonstra uma capacidade de articulador político-eleitoral de sua própria reeleição, como se fosse uma prerrogativa do grupo do ex-governador Cid Gomes (PDT), para depois ser acatado pela base governista do Paço Municipal de Fortaleza. A política local ainda está contaminada pela dualidade pró-cidismo ou anti-cidismo que foi muito forte no primeiro e segundo turno do pleito eleitoral de 2014 na capital cearense. 


O prefeito fortalezense Roberto Cláudio (PDT) abriu mão de ser um líder local para ser um modelo de gerenciamento administrativo. O ex-prefeito peemedebista Antonio Cambraia (1993-1996) não foi beneficiado com o instituto da reeleição no pleito eleitoral de 1996, por isso tornou-se apenas apêndice da campanha vitoriosa de eleição do prefeito eleito da época, o médico Juraci Magalhães, que com isso entrou para a história política fortalezense, como excelente modelo de administração pública. 


O prefeito Roberto Cláudio (PDT) será candidato à reeleição, em função do fortalecimento do condomínio político-administrativo do ex-governador Cid Gomes (PDT), por isso a chapa majoritária (Prefeito e Vice-Prefeito) e o cargo do presidente da Câmara Municipal de Fortaleza serão indicados entre os principais aliados da cúpula estadual dos irmãos Gomes(Cid|Ciro).  O mesmo modelo de escolha que acontece em Sobral. A estadualização da política-eleitoral do chefe do executivo Roberto Cláudio (PDT) é sentida até na divisão das pré-candidaturas oposicionistas de Fortaleza.


A pré-candidatura petista da deputada federal, Luizianne Lins, não é a formação de uma campanha anti-Roberto Cláudio, mas pelo contrario é anti-Cid Gomes. A cúpula petista tem compreensão da força política-eleitoral do voto de sentimento oposicionista ao condomínio administrativo do prefeito e do governador Camilo Santana (PT). A chapa majoritária petista é abençoada pela executiva nacional, já numa espécie de dissidência consentida. 


A pré-candidatura do deputado estadual, Tin Gomes (PHS), é outra dissidência, que foi consentida pelo ex-governador Cid Gomes (PDT), para não permitir o deslocamento de vários partidos, em direção às pré-candidaturas anti-Roberto Cláudio (PDT): Heitor Férrer (PSB) e Capitão Wagner (PR). Tin Gomes montou uma boa articulação política-eleitoral, com o PRP e o PMN, para tentar atrair outras agremiações partidárias, que não ficarão na base governista do prefeito de Fortaleza, muito mais, em função da incapacidade, da articulação política da Prefeitura de Fortaleza, de acomodar os interesses dos aliados. O presidente estadual do PRP, o deputado estadual Joaquim Noronha, já adotou um discurso radical de oposicionista ao prefeito de Fortaleza, com capacidade de contaminar o discurso do pré-candidato de sua coligação partidária. 



Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político

Fortaleza, 06 de Junho de 2016





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