segunda-feira, 20 de julho de 2009

Une e o Lulismo

O presidente Lula e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci, compareceram pessoalmente ao evento. Mas o que permitiu a realização do comício foi a generosidade de Ministérios e empresas estatais federais, que pingaram R$ 920 mil no caixa da UNE. Só o Ministério da Educação entrou com R$ 600 mil. O Ministério da Justiça contribuiu com R$ 150 mil e o Ministério da Ciência e Tecnologia, com R$ 50 mil. A Petrobrás doou R$ 100 mil e a Caixa Econômica Federal, os Correios, os Ministérios da Cultura e do Trabalho e as Secretarias Nacionais de Direitos Humanos e da Juventude completaram o rateio.

Mas isso é pouco diante dos R$ 10 milhões que a UNE recebeu do governo federal, desde 2004 (R$ 7 milhões só nos últimos 14 meses), e será menos ainda quando comparado ao que vai receber para reconstruir sua sede no Rio, um projeto estimado preliminarmente em R$ 36 milhões. Diante dessa fartura de recursos, é de estranhar que a UNE tenha abandonado o espírito crítico que sempre marcou suas atividades, para tornar-se linha auxiliar do governo petista?

É verdade que a presidente da entidade - nisso imitando os conhecidos hábitos da política cabocla - tentou demonstrar um resquício de independência, ao dizer que "nós não nos somamos a ele (Lula) na defesa de Fernando Collor nem de Sarney". Referia-se ela ao fraterno abraço de Collor e Lula, em Alagoas, e ao apoio incondicional de Lula à pessoa tão "incomum" que preside o Senado e seus escândalos. Lula, por sua vez, aproveitou a deixa para referir-se à "independência" da UNE - pouco se lixando que sua própria presença, naquele momento e naquele local, demonstrava justamente o contrário.

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