O futuro da aliança do
Partido do Movimento Democrático Brasileiro e do Partido dos Trabalhadores, na
política cearense, só será decidido no fórum interno de Brasília. A presidente
Dilma Rousseff (PT) não colocará nenhum obstáculo para a concretização desse
palanque estadual, em terra cearense.
O PMDB e o PT sempre tiveram
posicionamentos eleitorais similares no campo da oposição e no campo da
situação, nos últimos vinte anos. Durante os quatro pleitos eleitorais (1990 –
1994 – 1998 – 2002) para o Governo Estadual, esses partidos lançaram
candidaturas próprias, nunca fizeram aliança no primeiro turno.
O PMDB sempre fez oposição
aos tucanos enquanto estiveram no poder no Estado do Ceará. Essa agremiação
partidária tinha como principal ponto da base política se contrapor ao PSDB, através da sua
administração no município de Fortaleza. Atuando como polo de centro- direita na oposição de
confronto ao grupo político do ex- governador Tasso Jereissati (PSDB).
O sociólogo Luiz Cláudio Ferreira Barbosa
O PT sempre liderou uma
frente de oposição entre os partidos de centro-esquerda (PSB – PC do B), no
período da Era Tasso Jereisssati (1987–2002). A construção de uma frente ampla
de organizações sociais capitaneadas pelo PT, no período que era o partido da contraordem,
foi essencial para conseguir aumentar as suas bancadas legislativas (Câmara,
Assembleia, Congresso).
A vitória do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva no pleito eleitoral de 2002, foi importante para alguns
setores peemedebistas, pois logo em seguida conseguiram entrar no Governo
federal. Na época o deputado federal Eunício Oliveira (PMDB) foi indicado como
Ministro da Comunicação, com isso o diretório estadual do PMDB criava uma
interlocução direta com a cúpula nacional do PT via Planalto.
A primeira aliança numa
chapa majoritária para eleger o atual governador Cid Gomes (PSB), no pleito
eleitoral de 2006, entre essas duas agremiações partidárias, só foi possível,
por interesse conjunto do Planalto, com o ex-deputado federal Ciro Gomes (PSB).
Os diretórios estaduais do
PT e do PMDB fizeram os seus acordos particulares com o diretório estadual do
PSB, naquela eleição. O mesmo expediente foi usado na construção da chapa
majoritária vencedora para reeleição do governador Cid Gomes em 2010.
O PMDB e o PT não serão
reféns de acordos diretos entre o Planalto e o presidente do diretório estadual
do PSB, no caso do engenheiro Cid Gomes (PSB), todavia, o debate é feito
diretamente por suas cúpulas a nível nacional. O futuro da coligação local
entre o PT e o PMDB será traçado de acordo com os interesses dos palanques
regionais favoráveis a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).