O presidente Lula (PT) vai finalizar a sua minirreforma
ministerial com a entrada oficial do agrocentrão sob a coordenação do
presidente da Câmara, o deputado federal Arthur Lira (PP), no Governo Federal.
Lula inicia o processo de se tornar uma liderança do campo político-ideológico
de centro-direita para a substituição dos seus antigos aliados de centro-esquerda
(Partido Socialista Brasileiro e Partido Comunista do Brasil) por novos aliados
de direita (Progressistas, Republicanos e União Brasil). Sendo o fim da frente
ampla progressista e o surgimento da nova frente liberal.
O presidente Fernando Henrique Cardoso quando
foi eleito pela primeira vez, ao cargo de chefe do executivo do Palácio do
Planalto, no pleito eleitoral de 1994; a sua coligação partidária era formada pelo
PSDB e PFL e ele simplesmente reeditou a frente liberal que elegeu o presidente
Tancredo Neves, na última eleição indireta para a presidência da República em 1985,
com o PMDB e os dissidentes do PDS. Fernando Henrique Cardoso durante os seus
dois mandatos (1995-2002) praticamente manteve a maioria parlamentar no
Congresso, com a sua frente liberal formada principalmente por quatro
agremiações partidárias: PSDB, PFL, PMDB e PPR (Atual Progressistas). A frente
liberal fernandista só apresentou fadiga de material quando o PSDB lançou o
ministro José Serra como candidato a presidente, no pleito eleitoral de 2002.
Os governos lulopetistas (Lula I, Lula II,
Dilma I e Dilma II) a nível nacional nunca conseguiram a construção de uma
frente liberal ao estilo fernandista-tucano, contudo, após o escândalo do
Mensalão, no segundo mandato (2007-2010) do presidente Lula, a entrada do PMDB
no Governo Federal, sem dúvida trouxe uma certa calmaria entre o Planalto e o
Congresso. Lula tenta agora criar uma terceira frente liberal com a chapa majoritária
eleita no pleito eleitoral presidencial de 2010, com a presidente eleita Dilma
Rousseff (PT) e o vice-presidente eleito Michel Temer (PMDB). Dilma Rousseff
implodiu desde o início a formação da terceira frente liberal da história da
novíssima República.
O presidente Lula (PT) vai tentar pela segunda vez a reconstrução da sua frente liberal, mas, dessa vez via uma minirreforma ministerial, com a entrada do núcleo político ou bloco partidário (Progressistas, Republicanos e União Brasil) do agrocentrão sob a liderança do deputado federal, Arthur Lira (PP), em detrimento das agremiações partidárias de perfil progressista como o PSB e o PC do B que terão a sua participação política-institucional reduzida ao mínimo sendo este o caso específico do PC do B. Lula vai se tornar um chefe de estado que abandonou a centro-esquerda no campo político-institucional, para se tornar uma liderança de centro-direita. Será o fim da frente ampla e o nascimento da nova frente liberal entre o Planalto e o Congresso.
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Luiz Cláudio Ferreira Barbosa é diretor-gerente da Consultoria
LCFB
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