segunda-feira, 4 de setembro de 2023

O artigo no Jornal O Otimista - Lula à Direita! - O Fim da Frente Ampla

 




 

O presidente Lula (PT) vai finalizar a sua minirreforma ministerial com a entrada oficial do agrocentrão sob a coordenação do presidente da Câmara, o deputado federal Arthur Lira (PP), no Governo Federal. Lula inicia o processo de se tornar uma liderança do campo político-ideológico de centro-direita para a substituição dos seus antigos aliados de centro-esquerda (Partido Socialista Brasileiro e Partido Comunista do Brasil) por novos aliados de direita (Progressistas, Republicanos e União Brasil). Sendo o fim da frente ampla progressista e o surgimento da nova frente liberal. 

 

O presidente Fernando Henrique Cardoso quando foi eleito pela primeira vez, ao cargo de chefe do executivo do Palácio do Planalto, no pleito eleitoral de 1994; a sua coligação partidária era formada pelo PSDB e PFL e ele simplesmente reeditou a frente liberal que elegeu o presidente Tancredo Neves, na última eleição indireta para a presidência da República em 1985, com o PMDB e os dissidentes do PDS. Fernando Henrique Cardoso durante os seus dois mandatos (1995-2002) praticamente manteve a maioria parlamentar no Congresso, com a sua frente liberal formada principalmente por quatro agremiações partidárias: PSDB, PFL, PMDB e PPR (Atual Progressistas). A frente liberal fernandista só apresentou fadiga de material quando o PSDB lançou o ministro José Serra como candidato a presidente, no pleito eleitoral de 2002.

 

Os governos lulopetistas (Lula I, Lula II, Dilma I e Dilma II) a nível nacional nunca conseguiram a construção de uma frente liberal ao estilo fernandista-tucano, contudo, após o escândalo do Mensalão, no segundo mandato (2007-2010) do presidente Lula, a entrada do PMDB no Governo Federal, sem dúvida trouxe uma certa calmaria entre o Planalto e o Congresso. Lula tenta agora criar uma terceira frente liberal com a chapa majoritária eleita no pleito eleitoral presidencial de 2010, com a presidente eleita Dilma Rousseff (PT) e o vice-presidente eleito Michel Temer (PMDB). Dilma Rousseff implodiu desde o início a formação da terceira frente liberal da história da novíssima República. 

 

O presidente Lula (PT) vai tentar pela segunda vez a reconstrução da sua frente liberal, mas, dessa vez via uma minirreforma ministerial, com a entrada do núcleo político ou bloco partidário (Progressistas, Republicanos e União Brasil) do agrocentrão sob a liderança do deputado federal, Arthur Lira (PP), em detrimento das agremiações partidárias de perfil progressista como o PSB e o PC do B que terão a sua participação política-institucional reduzida  ao mínimo sendo este o  caso específico do PC do B. Lula vai se tornar um chefe de estado que abandonou a centro-esquerda no campo político-institucional, para se tornar uma liderança de centro-direita. Será o fim da frente ampla e o nascimento da nova frente liberal entre o Planalto e o Congresso. 


O link da matéria: https://ootimista.com.br/jornal-impresso/lula-a-direita/

 

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa é diretor-gerente da Consultoria LCFB 

 


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