segunda-feira, 3 de junho de 2024

A Agonia do Governo Lula e as Eleições Municipais

 






Professor João Arruda


Essa terça-feira, 28 de maio de 2024, entrou para a história política brasileira como o dia em que o presidente Lula vivenciou o seu grande inferno astral, recebendo sinalizações explícitas de que o seu governo havia chegado ao fim e que a sua governabilidade tinha sido corroída.


O que aconteceu no Congresso Nacional não foi nenhuma surpresa para os que acompanham com atenção as pesquisas de opinião. Elas veem comprovando a crescente rejeição de Lula e do seu governo. Simplesmente, refletindo o humor das ruas e priorizando as suas reeleições em 2026, os congressistas deram um basta às propostas equivocadas do governo e disseram não concordar com as suas pautas de costumes. Vejamos as inequívocas respostas do congresso:


O veto das saidinhas, aquela execrável lei que permite, em nome de uma pseudo ressocialização dos apenados, que nos feriados nacionais e em datas específicas eles possam sair para passar o dia com a familiar, foi derrotado por 314 a 126 na Câmara. No Senado a derrota foi mais acachapante ainda: 52 a 11.  


A segunda grande derrota do lulopetismo foi a manutenção do veto do então presidente Bolsonaro ao trecho da Lei de Segurança Nacional que tipificava penalmente a Fake News com penalidade de até 5 anos. Conhecida popularmente como a lei da mordaça ou das fake News, tão defendida pelos petistas, pelos seus cúmplices e pelos parceiros do STF, foi mantido por 317 a 139.  


A terceira grande derrota se deu quando o Congresso derrubou o veto de Lula a uma emenda na Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO), de autoria do deputado Eduardo Bolsonaro, que proíbe a destinação de verbas para políticas de incentivo ao aborto, cirurgia de mudança de sexo de crianças e adolescentes, incentivos à invasões de terras rurais e urbanas e das ações relacionadas à ideologia de gênero, políticas identitárias e outras lacrações.


Finalmente, a Câmara aprovou a suspenção dos trechos do decreto de Lula sobre a regulamentação, posse, coleção de armas e o funcionamento dos clubes de tiro. Apesar de ter sido negociada com o governo, a alteração do decreto foi uma derrota à bandeira anti-armamentista da gestão petista.


Com os recados do Parlamento de que o governo Lula acabou, o establishment entrou em pânico. A grande mídia, perplexa, teve um inesperado ataque de sincericídio. Ela reconheceu, em maior ou menor grau, que o governo Lula havia terminado e que os petistas já começavam a discutir um nome à sua sucessão. A Rede Globo, a mais fiel serviçal do governo Lula, sentenciou o seu fim e admitiu que lhe faltava governabilidade. A Globo News, em clima de velório, sentenciou que o governo Lula é “uma arca de Noé sem Noé”.  


A Folha de São Paulos, em vários artigos, reconheceu que o governo lula encontrava-se em estado agonizante. Revelou ainda que alguns parlamentares, em um grupo no WhatsApp, sem revelar os nomes dos mesmos, teriam dito que “ter o seu nome identificado com esse governo pode ser fatal no projeto político dos parlamentares” e demonstraram temor pelos resultados do partido nas eleições desse ano. A Revista Veja, o Poder 360 e o Metrópolis seguiam o mesmo caminho.


O Estadão, o mais tradicional jornal em circulação no Brasil, repercutiu também o fim do governo Lula e publicou matéria do JR Guzzo, dizendo que “o Governo é um anão no congresso e perdeu o contato com o Brasil que existe na vida real”. Segundo o jornal, setores petistas já falam de uma derrota acachapante nas eleições municipais.


Sobre o desempenho medíocre do PT nas eleições municipais desse ano, tudo indica que o temor petista tem fundamento. As pesquisas eleitorais vêm sinalizando que o partido poderá não eleger um só prefeito nas capitais do país e que terá grandes dificuldades nas cidades acima de 200 mil habitantes. Como as eleições municipais serão uma prévia das eleições de 2026, setores representativos do PT já descartam o nome do Lula e começam a discutir possíveis nomes no partido para sucedê-lo.  


De fato, a situação do Partido dos trabalhadores é preocupante. Ele não tem um só candidato que seja competitivo nas capitais brasileiras, à exceção de Porto Alegre, onde a sua candidata, a deputada Maria do Rosário, sofre forte rejeição. Em Fortaleza, por falta de quadros com alguma densidade eleitoral, já que descartou a ex-prefeita Luizianne Lins, o partido lançou um candidato neófito que não possui o DNA petista. Ele foi cooptado dos quadros do PDT, mas tudo indica que, pelos resultados das pesquisas eleitorais, essa foi uma péssima opção.


Vejamos os dados da última pesquisa realizada pelo Paraná Pesquisas. Na resposta espontânea, o candidato Evando Leitão (PT) obteve insignificantes 1,9% das intenções de voto. Na estimulada, obteve 8,9%, continuando estagnado em distante 4º lugar. Como Evandro é um candidato desconhecido e sem apelo popular, apoiado por um governador pessimamente avaliado e sem carisma, tudo indica que o candidato petista não terá grandes chances.


Situação também preocupante é a do atual prefeito José Sarto, com apenas 18% das intenções de voto. Com uma avaliação negativa da sua gestão e sem conseguir se comunicar minimamente com os fortalezenses, Sarto tem a maior rejeição entre os candidatos, com 39%. Mesmo contando com o apoio da máquina municipal e gastando milhões em publicidade, ele vem caindo sucessivamente nas pesquisas, o que tem causado muito temor nas hostes pedetistas, aumentando a possibilidade de Sarto ser substituído pelo carismático Roberto Cláudio.


O fenômeno que tem chamado atenção nessas pesquisas é a dos candidatos de espectro conservador que, em conjunto, obtém mais de 53% das intenções de voto, o que praticamente garante a eleição de um dos seus candidatos. O Capitão Wagner (UB) é o líder absoluto nessa corrida, com 33,1 % das intenções de voto. Além de ser um candidato carismático, Wagner conta com uma sólida base de apoio político, principalmente na periferia de Fortaleza.  


André Fernandes (PL), por sua vez, detém 16% das intenções de voto e tem viés de crescimento. Com intensa atuação na Câmara dos Deputados e com grande inserção nas redes sociais, ele poderá surpreender e superar o José Sarto nas próximas avaliações. Finalmente, o senador Eduardo Girão (Partido Novo) tem viés de crescimento e já conta com 6% das intenções de votos, muito próximo do candidato petista.


Pelo que podemos constatar, esse quadro é desesperador para os candidatos do PT e do PDT, ambos pagando muito caro pela toxidade do governo Lula. Porém, ele é bastante promissor para os candidatos da União Brasil, que largou recentemente a base do governo Lula, e do PL, partido do ex-presidente Bolsonaro.    





 



2 comentários:

  1. Quanta falta de senso leva uma pessoa a escrever tanta sandice e defender posições da direita radical, fundamentalistas e o discurso de ódio como se fosse desejo das ruas.

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    1. Muito obrigado por seu comentário. Luiz Cláudio Ferreira Barbosa é diretor-executivo do Blog do Luiz Cláudio Ferreira Barbosa

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