O mundo acadêmico das ciências sociais sempre defendeu a tese da união do PT e do PSDB numa aliança política-administrativa, ainda no segundo governo, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1999-2002). A direção nacional do PT e a direção nacional do PSDB sempre tiveram uma agenda econômica liberal social comum, porém, a disputa pelo poder do Governo Federal (1994-1998-2002-2006-2010-
O campo político-social de centro anti-bolsonarista é praticamente paulista. O ex-presidente Lula compreendeu esse fenômeno, com uma certa antecedência, pois o governador João Doria (PSDB) é a principal liderança do campo liberal (Pró-Mercado) a romper com o presidente Jair Bolsonaro, no ano de 2020, por isso a maior liderança petista nacional deseja uma aproximação estratégica, com o tucanato paulista. João Doria tem influência direta na convivência institucional, com o presidente nacional do MDB, o deputado federal (paulista) Baleia Rossi, assim como também, com o presidente nacional do Cidadania, o ex-deputado federal (paulista) Roberto Freire, porém, ainda mantem uma aliança política institucional, com o presidente nacional do PV, o ex-deputado federal (paulista) José Penna, pois as três agremiações partidárias são da base aliada do Governo de São Paulo.
O presidente nacional do Solidariedade é o deputado federal, Paulinho da Força Sindical, com o domicílio eleitoral no estado de São Paulo, assim como o presidente nacional do PSD é o ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que já foi secretário estadual licenciado do governador João Doria (PSDB), no biênio 2019-2020. Os mesmos são aliados do chefe do executivo do Governo Estadual. O ex-presidente Lula tem a dimensão do fator São Paulo como a principal fortaleza política-institucional anti-bolsonarista, na política nacional, com isso decidiu fazer uma trégua entre o PSDB e o PT na política regional. Os petistas não vão apoiar a reeleição do governador João Doria, contudo, o processo de aproximação do MDB, Cidadania, PV, Solidariedade e PSD a candidatura presidencial do Fernando Haddad - Lula é dependente da órbita de influência do Governo do Estado de São Paulo, no pleito eleitoral de 2022.
O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) precisa fazer uma aproximação com o governador João Doria (PSDB), sem dúvida através do senador cearense, Tasso Jereissati (PSDB), para declarar seu apoio a reeleição do chefe do executivo do mais rico estado brasileiro. Ciro Gomes através da sua influência na política paulista, nos próximos meses, possa talvez em contrapartida receber o apoio do governador João Doria, para abertura de diálogo, com as direções paulistas do PV e do Cidadania, pois ambas são influentes nas direções nacionais dessas agremiações partidárias. Esse texto ainda vai receber duas continuações nos próximos dias.
Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político
Excelente texto, nobre amigo. Suas colocações são sempre lúcidas e realistas. Parabéns !
ResponderExcluirMuito obrigado, meu amigo
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