O prefeito de Fortaleza, o deputado estadual José Sarto (PDT), iniciou uma série de viagens para Brasília após o resultado final do segundo turno. Os meses de dezembro (2020) e janeiro (2021) podem ser considerados como uma prova de ferro, para o prefeito da capital cearense, na sua romaria a Esplanada dos Ministérios. José Sarto sempre teve um perfil conservador muito próxima do bloco parlamentar do Centrão, pois nunca adotou o discurso social democrata liberal do presidenciável Ciro Gomes (PDT), porém, sempre foi fiel aliado do seu chefe político. O palanque anti-bolsonarista fortalezense ainda terá a presença física de José Sarto? Não!
O robertismo-cirista sempre foi de centro e as vezes de centro-esquerda no discurso ideológico, na concepção administrativa, nos últimos oito anos (2013-2020). O cirismo-sartista não tem outra alternativa senão a de ser de centro-direita tanto no seu discurso ideológico, como também nas políticas públicas neoliberais ao estilo do ministro Paulo Guedes via Secretaria do Tesouro Nacional. O prefeito fortalezense, José Sarto (PDT), vai reforçar as suas relações institucionais, com as seguintes agremiações partidárias, onde tem bom trânsito em Brasília: PSD ( Domingos Neto), Progressista (AJ Albuquerque), Democrata (Chiquinho Feitosa), PL ( Acilon Gonçalves - Júnior Mano), Solidariedade (Genecias Noronha) e Cidadania (Alexandre Pereira). O PSDB local ou tassismo-tucano é um diretório nulo na contabilidade do diretório nacional do PSDB.
Os setores jacobinos anti-bolsonaristas do PDT e do PSB vão ocupar espaço administrativo, na prefeitura de Fortaleza, contudo, não vão reproduzir o discurso radical contra o Governo Federal, pois não há interesse do poder executivo municipal de entrar em rota de colisão, com o Centrão cearense pró-Jair Bolsonaro. O PT e o PSOL vão trabalhar o processo de aproximação das suas direções estaduais, para a construção ou reestruturação do palanque anti-Jair Bolsonaro, como também a perspectiva do final do período administrativo do governador Camilo Santana, no biênio 2021-2022.
O ex-governador Ciro Gomes não tem a garantia do apoio do PSB nacional a sua candidatura presidencial, em 2022. Ciro Gomes não confia num eventual apoio do PC do B à sua quarta postulação a presidência da República. Os espaços administrativos do PSB e do PC do B não serão maiores do que do Centrão cearense (DEM-PSD-PL e Progressista), em Fortaleza. O prefeito José Sarto (PDT) precisa reconstruir, no campo do discurso moral, uma abordagem política-administrativa com o eleitorado conservador e anti-Ferreira Gomes, nos próximos dois anos (2021 e 2022).
O presidente Jair Bolsonaro deverá cobrar uma fidelidade política-eleitoral ao PL, Progressista e PSD no seu palanque de reeleição, em terras cearenses. O governador paulista e presidenciável tucano, João Doria, não tem interesse de dividir o seu palanque regional, com o PSDB, DEM e MDB com o presidenciável pedetista, o ex-governador Ciro Gomes (PDT), no pleito eleitoral de 2022. O prefeito José Sarto (PDT) vai procurar neutralizar a política fortalezense, para não termos grandes rupturas de agremiações do Centrão cearense, no âmbito municipal, na sucessão presidencial ou reeleição do presidente Jair Bolsonaro.
Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político
Excelente análise. Um cenário delicado que requer bastante atenção e habilidade política para acalmar os ânimos e focar no desenvolvimento..
ResponderExcluirPerfeito a sua analise
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