O fim da
invencibilidade do bloco lulista-petista e aliados regionais na política
nacional, sem dúvida vai ter reflexo no cenário eleitoral do Ceará. O
governador Camilo Santana (PT) compreende que não existem mais os cenários
eleitorais pró-Lula-Cid Gomes: 2006, 2010 e 2014. O provável quadro da sucessão
estadual deverá ser de total dependência política do desempenho pessoal do
chefe do executivo.
O ex-governador Cid
Gomes (PDT) tem noção do fim do campo hegemônico na política cearense do seu
grupo político-administrativo, sem o respaldo do Governo Federal. Cid Gomes foi
beneficiado pelo alto índice de popularidade da Era Luiz Inácio Lula da Silva
(2003-2010), como também pelo abundante repasse de recursos financeiros do
Governo Federal para o Governo Estadual, que foi mantido no primeiro mandato da
presidente Dilma Rousseff (PT).
O governador Camilo
Santana (PT) ainda tem lembrança do processo político-eleitoral do
ex-governador Lúcio Alcântara (PR), que foi obrigado a enfrentar uma frente
partidária, com apoio do Governo Federal, na eleição estadual de 2006, quando o
mesmo não foi reeleito. Camilo Santana compreende o poder de uma oposição
turbinada politicamente pelo Governo Federal.
A candidatura
presidencial do ex-ministro, Ciro Gomes (PDT), não garante alavancar a
reeleição do governador Camilo Santana (PT), pois no pleito eleitoral de 2002,
o bloco político-administrativo tassista-cirista quase não elegeu o governador
Lúcio Alcântara contra a frente partidária, com o apoio do futuro Governo
Federal. A reeleição do governador Camilo Santana mais lembra o cenário de 2006
do que a reeleição do seu antecessor à frente do Governo do Estado do Ceará, no
pleito eleitoral de 2010.
Luiz Cláudio Ferreira
Barbosa, sociólogo e consultor político
Fortaleza, 26 de Abril
de 2017
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