Luiz Cláudio Ferreira Barbosa |
O processo sucessório
do prefeito Roberto Cláudio (PDT) começa a acontecer por conta do calendário do
Tribunal Regional Eleitoral. Roberto Cláudio não demonstra uma capacidade de
articulador político-eleitoral de sua própria reeleição, como se fosse uma
prerrogativa do grupo do ex-governador Cid Gomes (PDT), para depois ser acatado
pela base governista do Paço Municipal de Fortaleza. A política local ainda está
contaminada pela dualidade pró-cidismo ou anti-cidismo que foi muito forte no
primeiro e segundo turno do pleito eleitoral de 2014 na capital cearense.
O prefeito fortalezense
Roberto Cláudio (PDT) abriu mão de ser um líder local para ser um modelo de
gerenciamento administrativo. O ex-prefeito peemedebista Antonio Cambraia
(1993-1996) não foi beneficiado com o instituto da reeleição no pleito
eleitoral de 1996, por isso tornou-se apenas apêndice da campanha vitoriosa de
eleição do prefeito eleito da época, o médico Juraci Magalhães, que com isso
entrou para a história política fortalezense, como excelente modelo de
administração pública.
O prefeito Roberto
Cláudio (PDT) será candidato à reeleição, em função do fortalecimento do
condomínio político-administrativo do ex-governador Cid Gomes (PDT), por isso a
chapa majoritária (Prefeito e Vice-Prefeito) e o cargo do presidente da Câmara
Municipal de Fortaleza serão indicados entre os principais aliados da cúpula
estadual dos irmãos Gomes(Cid|Ciro). O
mesmo modelo de escolha que acontece em Sobral. A estadualização da política-eleitoral
do chefe do executivo Roberto Cláudio (PDT) é sentida até na divisão das
pré-candidaturas oposicionistas de Fortaleza.
A pré-candidatura
petista da deputada federal, Luizianne Lins, não é a formação de uma campanha
anti-Roberto Cláudio, mas pelo contrario é anti-Cid Gomes. A cúpula petista tem
compreensão da força política-eleitoral do voto de sentimento oposicionista ao
condomínio administrativo do prefeito e do governador Camilo Santana (PT). A
chapa majoritária petista é abençoada pela executiva nacional, já numa espécie
de dissidência consentida.
A pré-candidatura do
deputado estadual, Tin Gomes (PHS), é outra dissidência, que foi consentida
pelo ex-governador Cid Gomes (PDT), para não permitir o deslocamento de vários
partidos, em direção às pré-candidaturas anti-Roberto Cláudio (PDT): Heitor
Férrer (PSB) e Capitão Wagner (PR). Tin Gomes montou uma boa articulação
política-eleitoral, com o PRP e o PMN, para tentar atrair outras agremiações
partidárias, que não ficarão na base governista do prefeito de Fortaleza, muito
mais, em função da incapacidade, da articulação política da Prefeitura de
Fortaleza, de acomodar os interesses dos aliados. O presidente estadual do PRP,
o deputado estadual Joaquim Noronha, já adotou um discurso radical de
oposicionista ao prefeito de Fortaleza, com capacidade de contaminar o discurso
do pré-candidato de sua coligação partidária.
Luiz Cláudio
Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político
Fortaleza, 06 de
Junho de 2016
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