A presidente Dilma Rousseff (PT) teve uma semana de manifestação intensiva ao seu segundo mandato. O pronunciamento em rede nacional no dia da mulher, no último domingo (08/03), com intenção de esclarecer os principais pontos do Ajuste Fiscal, não foi bem recebido por setores organizados da sociedade civil, que se manifestaram de maneira abrupta as palavras da presidente. A manifestação recebeu o nome de panelaço por seus organizadores.
A greve dos caminhoneiros dias anteriores, com a paralisação das principais vias de escoamento de produção da indústria nacional e do agronegócio, já havia deixado uma sinalização negativa de que os setores organizados da sociedade civil não estavam satisfeitos com o pacote de medidas econômicas do Governo Federal, nem com o aumento dos combustíveis e nem com as mudanças dos direitos trabalhistas. Esta foi a primeira manifestação setorial contrária ao Planalto nos últimos doze anos.
Luiz Cláudio Ferreira Barbosa |
A presidente Dilma Rousseff (PT) enfrenta duas crises ao mesmo tempo: uma econômica e outra política. A crise econômica em função de tentar equilibrar as contas públicas do Planalto, com vários cortes nas áreas sociais, como no setor de educação, com a redução do número de bolsas de estudos. A crise política em função do escândalo do Lava–Jato da Petrobras, com vários nomes de políticos e empresários do circulo intimo do Planalto. O Governo Federal pode perder a maioria dos parlamentares no Congresso Nacional no decorrer dos próximos dias.
Na última terça-feira a presidente Dilma Rousseff (PT) sofreu outra manifestação política negativa na cidade de São Paulo, na abertura do Salão Internacional da Construção Civil. Dilma Rousseff foi hostilizada não por manifestações organizadas, mas por operários e expositores que trabalhavam na montagem e na limpeza dos Stands da feira. O Planalto e o Partido dos Trabalhadores foram pegos de surpresa pelo nível verbal das ultimas manifestações populares.
No próximo domingo dia 15 de março serão realizados vários atos de manifestações nas principais cidades do Brasil, contra a presidente Dilma Rousseff (PT). O Planalto teme uma participação maciça da população nos eventos anti-Dilma Rousseff, pois as adesões espontâneas ao panelaço e as vais, em protestos ao pacote fiscal e ao escândalo da Petrobras, já demonstram enorme corrosão da imagem do Governo federal, em todos os setores da sociedade civil brasileira. O retorno do senso crítico dos principais assessores na área de comunicação da Presidência da República talvez seja o primeiro saldo positivo das manifestações políticas.
Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político.
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