O artigo que foi publicado na quinta - feira, 16 de Janeiro de 2014, no Caderno Opinião do Jornal O Estado:
http://www.oestadoce.com.br/noticia/o-petismo-virtual-em-campos
A
militância petista sempre foi instrumento importante na arena política, nos
momentos críticos da história do Partido dos Trabalhadores. O petismo sempre
esteve na vanguarda dos movimentos democráticos dos últimos trinta anos na
sociedade civil. Durante esse período tivemos três gerações de militância na
principal agremiação política da esquerda democrática do Brasil.
O
Partido dos Trabalhadores emergiu no inicio da década de 1980, como único ator
politico, com uma militância aguerrida nas lutas sociais das Diretas Já (1984 –
1985) até o primeiro pleito eleitoral para presidente da República em 1989. A
primeira geração de petistas foi fundamental para eleição da prefeita Luiza
Erudina (1989 – 1992), como também para a ida do metalúrgico Luiz Inácio Lula da
Silva para o segundo turno no primeiro sufrágio presidencial no Brasil após
quase trinta anos.
O
Partido dos Trabalhadores era muito dependente dos seus núcleos de bases
oriundas dos movimentos sindicais e das pastorais da Igreja Católica, mas o seu
núcleo pensante vivia nas Universidades, com matriz ideológica no Trotskismo. As
vitorias dos parlamentares petistas nas esferas legislativas, como também o
aumento de prefeitos, foi o inicio da formação da segunda herança de militantes.
A
militância petista começou a participar da vida pública brasileira na década de
1990, como parceira nas administrações públicas ( Cidades, Estados) e nos
mandatos legislativos, com isso perdeu o contato direto nos movimentos sociais,
ocorrendo a burocratização natural dos seus principais quadros. O seu novo
núcleo político e pensante já seria então via Central Única dos Trabalhadores
(CUT) e do Movimento dos Sem – Terras (MST).
A
segunda geração de petistas já teve uma participação menor nas vitorias
eleitorais do seu partido nos pleitos eleitorais (1998 – 2000 – 2002) do final
da década de 1990 e inicio de 2000, em função da flexibilização do Partido dos
Trabalhadores no campo ideológico. O PT se tornou o maior partido de centro –
esquerda no campo político – eleitoral, com alianças pontuais, com os partidos
ideológicos de centro – direita.
A
terceira geração de petistas foi formada na burocratização da militância social
na máquina administrativa do Planalto nos últimos doze anos (2002 – 2014). O
radicalismo político do Partido dos Trabalhadores saiu das ruas e foi para o
mundo virtual. O petismo virtual já inicia esse ano de eleições, num ataque
frontal ao futuro presidenciável e ex-aliado, o governador Eduardo Campos (PSB),
com aval da burocracia interna partidária alojada no Planalto, isso demonstra
que há um novo fenômeno interno no Partido dos
Trabalhadores.
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